Conhece o ditado popular “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”? Um jargão utilizado para evidenciar a persistência por algo remete a um tipo de cavidade formada em rocha muito recorrente no planeta: as cavernas! Este tema é tão relevante que existe uma área específica voltada para as especificidades do tema, denominada espeleologia.
De acordo com o Decreto N. 6.640, de 07/11/2008, caverna é “todo e qualquer espaço subterrâneo acessível pelo ser humano, com ou sem abertura identificada, incluindo seu ambiente, conteúdo mineral e hídrico, a fauna e a flora ali encontrados e o corpo rochoso onde os mesmos se inserem, desde que tenham sido formados por processos naturais, independentemente de suas dimensões ou tipo de rocha encaixante”.
Fique conosco e se aprofunde mais sobre este tema curioso e importante para setores como mineração e turismo.
Caverna. Fonte: Reprodução.
Tipos de cavernas
No senso comum da população, as cavernas são classificadas exclusivamente como buracos no subsolo, porém vamos descobrir que são muito mais que isso agora, definindo os vários tipos e como ocorre a formação dessas cavidades naturais.
Cavernas Calcárias: É, sem sombra de dúvida, a classificação mais comum, ocorrendo em regiões de zonas carbonáticas. A ação da água da chuva tem um papel fundamental na formação desse tipo de caverna, pois o dióxido de carbono (CO2) absorvido pela água auxilia na formação do ácido carbônico diluído, solubilizando o calcário. Enquanto a água vai se espalhando e aumentando a zona de contato com a rocha, a caverna vai crescendo. É interessante falar que quando o crescimento da caverna é muito grande, existe o risco de desmoronamento, provocando o surgimento de dolinas (depressão circular em forma de funil que ocorre na superfície de terrenos calcários.
Caverna de Calcário. Fonte: Reprodução.
Cavernas Marítimas: dependendo do movimento das marés, podem ficar completamente inundadas e a sua entrada escondida de todos os observadores que também não estejam submersos. Por outro lado, se o nível da água diminuir ou o assoalho se elevar, ela pode ser encontrada em um penhasco, acima da zona de erosão provocada pelo mar, ou mesmo vários quilômetros no continente, caso o mar tenha recuado de uma forma significante.
Cavernas de Lava: são encontradas normalmente em áreas com atividade vulcânica. Elas não possuem os elementos comuns às cavernas calcárias e marítimas. A menos que a caverna esteja situada em uma região com alto índice de chuvas, ou tenha uma elevação muito baixa, ela pode ser completamente seca. Devido a formação das cavernas de lavas, raramente são encontradas entradas, a não ser quando ocorre escavações ou desmoronamento na rocha magmática.
Caverna de lava. Fonte: reprodução.
Podemos dizer que estas são classificações mais gerais das cavernas, levando em consideração o tipo de rocha envolvida no momento da formação, porém, existem outros tipos descritos por especialistas da área espeleológica que levam em consideração o tempo em que se constituíram em relação a formação das rochas. Temos como exemplo as cavernas primárias, secundárias, terciárias de colapso, etc.
Formação das cavernas
Como podemos perceber no tópico anterior, não existe somente um tipo de caverna e isso nos dá um leque de possibilidades para abordar. Primeiramente falaremos sobre as cavernas primárias, secundárias e terciárias.
Primárias: a formação da cavidade rochosa é contemporânea à formação da rocha. Ou seja, a caverna originou-se junto com o processo de formação da rocha. Nestes casos, podemos citar as cavernas vulcânicas e as cavernas de corais.
Secundárias: originárias após a formação da rocha. A formação mais recorrente é por abrasamento da rocha. Ou seja, há um desgaste na rocha, causado por um agente externo, como o vento ou a água de rios e chuvas. Quando o desgaste é causado pela chuva (ação da água ácida) existe uma classificação especial chamada carstificação, já que a maior parte das cavernas são formadas desta forma. Para acontecer esse processo são necessárias algumas condições especiais como a presença de rocha solúveis e um indicie pluviométricos elevado. As cavernas de gelo e glaciais também são consideradas de formação secundárias, pois há a ação da água (descongelamento) no interior.
Terciárias: resultado da fratura de duas cavernas próximas e a junção em uma. Outro processo que causa a formação de cavernas é o movimento das placas tectônicas e são geralmente chamadas de cavernas de colapsos.
Cavernas e a mineração
No que diz respeito à área da mineração, as cavernas são um impedimento natural para as empresas que desejam explorar áreas próximas devido a instabilidade que uma instalação (maquinário, fluxo de pessoas e extração) pode causar. Para se ter uma noção do tamanho do problema, existe uma legislação dedicada exclusivamente para empresas que tem interesse em minerar em áreas localizadas próximas à cavidades naturais. No momento, a lei mais recente quanto à preservação de cavernas é o Decreto Federal Nº 6.640 de 7 de novembro de 2008 e a Instrução Normativa 2 de 30 de agosto de 2017 do Ministério do Meio Ambiente. São elas que orientam as empresas sobre as cavidades naturais na mineração e você pode ler mais sobre o assunto clicando aqui.
Conclusão
Um ponto interessante é a importância histórica e turística das cavernas para a humanidade, já que antigamente eram abrigos naturais para os seres humanos se protegerem de predadores e das condições climáticas e, atualmente, são procuradas por diversas pessoas que visam desfrutar das belezas que são encontradas somente nessas cavidades.
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