Você já deve ter ouvido sobre os ciclos da terra e, possivelmente, sobre a homeostase ecológica, ou, de maneira mais informal, sobre a mitologia de Gaia, divindade primordial que representa a terra e funciona como um organismo e participa ativamente nos processos da terra em busca do equilíbrio. Nos acompanhe nesse artigo, e saiba como a biorremediação está envolvida sobre todo esse processo.
Ciclos da terra
Embora de maneira não tão romântica assim como a hipótese de Gaia, a ideia de que a Terra busca sempre o equilíbrio tem um fundo de verdade, quando se leva em conta as hierarquias desenvolvidas e como, em algumas situações, o desequilíbrio em uma parte da cadeia é compensada avidamente em outra parte.
Além da gama de hierarquias e cadeias ocasionadas em função da seleção natural e condicionamento, as situações regionais e os ciclos biogeoquímicos desempenham uma função primordial para a manutenção do equilíbrio da biosfera. Dos quais temos:
- Ciclo do nitrogênio: Corresponde à etapa de captação de nitrogênio do ambiente e transformação em compostos assimiláveis pelos seres vivos;
- Ciclo do carbono: Trata-se do elemento que constitui as moléculas orgânicas. Portanto, é essencial para fotossíntese e a respiração e consequentemente para a base da cadeia alimentar;
- Ciclo do oxigênio: O oxigênio é o elemento mais abundante no planeta. Ele é liberado e consumido pelos seres vivos em diferentes formas químicas;
- Ciclo do fósforo: O fósforo é o material genético constituinte das moléculas de RNA e DNA. Também pode ser encontrado nos ossos e dentes;
- Ciclo da água: sendo representado basicamente pelas mudanças de seu estado físico, através de fenômenos como evaporação e transpiração;
Estes são os ciclos mais conhecidos, que desempenham papel fundamental para equilíbrio das condições da vida, da maneira que se é conhecida até o presente momento.
Biorremediação
Mas você deve estar se perguntando “o que a biorremediação tem a ver com tudo isso?”, ou até mesmo, “o que é a biorremediação?”. De maneira simples, a biorremediação é entendida como um processo que envolve degradação de produtos tóxicos e tem o intuito de transforma-los em produtos não tóxicos.
Normalmente, está bastante associada medidas paliativas sobre derramamentos de petróleo, ou mesmo, na mineração em determinados casos. A remoção ou redução destes contaminantes tóxicos no ambiente pode ser entendida também como uma forma de biorremediação.
De maneira mais informal, pode-se dizer que consiste em utilizar fungos e bactérias que são considerados agentes decompositores para acelerar o processo de decomposição daquela matéria toxica. Portanto, é fundamental entender as condições de contorno que esses microrganismos vivem e quais são os nutrientes necessários para a vida desses agentes. A partir disso surgem conceitos interessantes, denominados: bioestimulação e bioaumentação.
Bioestimulação e bioaumentação
A bioestimulação é compreendida como uma técnica que consiste na aplicação de um produto composto por micro e macronutrientes, vitaminas e enzimas. Elas são capazes de fracionar matérias orgânicas e acelerar o processo natural de degradação por estimulação da colônia de microrganismos já existentes, e em atividade, nos sistemas biológicos de tratamento de efluentes. Ou seja, busca fornecer mais nutrientes para que os agentes decompositores, tenham um melhor desempenho.
A bioaumentação é um processo que utiliza microrganismos específicos na biodegradação de resíduos orgânicos. Essas pequenas comunidades aumentam as chances dos autóctones reagirem aos flutuantes, durante as biodegradações. Em resumo, visa aumentar a população de agentes decompositores na tentativa de acelerar o processo de decomposição.
Biorremediação in situ e ex situ
A biorremediação realizada in situ é aquela aplicada no próprio local da análise, e apresenta uma série de vantagens, destacando-se:
- Redução nos custos e distúrbios ambientais associados com o movimento de solos e águas de um local contaminado para outros destinados ao tratamento;
- Efetividade e preço da técnica, quando comparada a outras, como a incineração, por exemplo;
- Segurança oferecida aos trabalhadores, no que diz respeito aos riscos associados à escavação e à remoção do solo contaminado;
- Adequação para o tratamento de grandes áreas.
Já a biorremediação ex situ é aplicada para o tratamento de solos, águas subterrâneas e residuárias. Aqui, há escavação, transporte e bombeamento para locais fora da zona de contaminação para posterior análise e tratamento. Geralmente, é utilizada quando há a possibilidade de contaminação ou quando o teor de concentração do material toxico é alto.
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