O que são Depósitos Ferríferos?

Na exploração mineral, os depósitos ferríferos assumem uma importância crucial no desenvolvimento industrial, uma vez que o ferro se destaca como um dos recursos mais fundamentais. Esses depósitos, abundantemente carregados de minerais de ferro, revelam uma notável diversidade em sua formação geológica. Neste artigo, iremos analisar os diferentes tipos de depósitos ferríferos, enquanto investigamos suas características distintas e os ambientes geológicos que os influenciaram.

Formações Ferríferas Bandadas (BIFs)

Tipos de Depósitos Ferríferos

Black-band ironstone – Fonte: wikimedia commons

As formações ferríferas bandadas (BIFs) são caracterizadas por camadas alternadas de chert e minerais de ferro, geralmente hematita, magnetita ou siderita. Essa estratificação ocorreu devido a variações nas condições ambientais, como mudanças na salinidade, temperatura, taxa de sedimentação e níveis de oxigenação da água.

Acredita-se que o processo de formação teve início com depósitos de óxidos metálicos, que surgiram após o aumento do oxigênio na biosfera, associado ao desenvolvimento de cianobactérias e outros organismos fotossintetizantes.

Os BIFs representam a principal fonte global de minério de ferro e superam significativamente outros tipos de depósitos em termos de reservas e produção total. São também bastante antigos e comumente classificados com base em seu período de formação e ambiente deposicional, sendo os tipos Algoma do Arqueano, Lago Superior do Paleo-proterozoico e Rapitan do Neo-proterozoico.

Depósitos Ferríferos do tipo Algoma

Ao contrário dos BIFs do tipo Lago Superior e Rapitan, os BIFs do tipo Algoma formaram-se ao longo de um intervalo de tempo mais amplo, estendendo-se de 3,8 bilhões a algumas centenas de milhões de anos atrás. Estes também consistem em camadas finas de sílica e minerais de ferro, como hematita ou magnetita, mas não apresentam a continuidade lateral observada nos depósitos do tipo Lago Superior.

Os BIFs do tipo Algoma ocorrem dentro de sequências rochosas que contêm rochas vulcânicas submarinas, sugerindo uma conexão com o vulcanismo submarino.

Depósitos Ferríferos do Tipo Lago Superior

Esses BIFs são encontrados em sequências de rochas sedimentares depositadas em águas rasas de plataformas continentais ou antigas bacias sedimentares. As camadas individuais de sedimentos podem ter apenas 0,5 milímetros de espessura ou chegar a 2,5 centímetros. As bandas alternadas de minerais siliciosos e de ferro são notavelmente contínuas, por vezes, estendendo-se por mais de 100 quilômetros.

Os BIFs do tipo Lago Superior formaram-se entre 2,7 e 1,8 mil milhões de anos atrás, indicando condições oceânicas e atmosféricas muito diferentes naquela época. Exemplos notáveis de BIFs do Lago Superior são encontrados em Michigan e Minnesota (EUA), os depósitos de Labrador Trough no Canadá, o quadrilátero ferrífero em Minas Gerais e Serra dos Carajás no Pará (Brasil), os depósitos da Bacia do Transvaal na África do Sul e a Bacia de Hamersley na Austrália.

Tipos de Depósitos Ferríferos

Operação da Vale em Carajás- PA. Foto de Germano Luders// Revista Exame

Depósitos Ferríferos do Tipo Rapitan

Os minérios de ferro do tipo Rapitan representam uma produção bastante incomum de minérios de ferro associados à glaciação planetária, com sedimentos formados durante as grandes eras glaciais Neo-proterozóicas. As ocorrências desse tipo estão presentes no Grupo Rapitan nas Montanhas McKenzie, no noroeste do Canadá, e em Urucum, no Mato Grosso do Sul.

Ferro oolítico

Tipos de Depósitos Ferríferos

Este tipo de depósito é mais recente se considerarmos a escala de tempo geológico. Originado no fanerozóico, os depósitos de ferro oolítico possuem camadas que seguem uma sequência sedimentar granocrescente, com folhelhos negros na base, siltitos e arenitos na parte mediana, e um ferro oolítico no topo. Ao contrário dos BIFs mencionados anteriormente, esta formação ferrífera apresenta uma textura oolítica e um minério maciço, diferenciando-se também dos BIFs pela ausência de bandas de chert.

Embora os depósitos de ferro oolítico sejam bastante difundidos, eles representam uma fonte limitada de ferro. Historicamente, a maior parte do ferro utilizado pelo ser humano provinha de depósitos de ferro oolítico. No entanto, atualmente, raramente é usado para esse fim, devido à sua quantidade limitada para ser uma fonte econômica de minério de ferro.

Essas riquezas geológicas estão ligadas à diversidade de depósitos ferríferos, cada um contando uma história única. Esses depósitos não apenas fornecem uma fonte vital de ferro para a indústria, mas também oferecem uma janela fascinante para os processos geológicos que moldaram nosso planeta ao longo dos milênios.


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