A era da informação:
Acredita-se que iniciou-se em meados dos anos 1950. Antecedida pela Era Industrial, este período da humanidade que perdura até os nossos dias surgiu como resultado das diversas transformações digitais e tecnológicas experienciadas em todo o globo.
No âmbito das geociências isto não foi diferente. O que antes era representado por extensos trabalhos de campo, uso de estereoscópio de espelho, mapas produzidos manualmente e outros recursos relativamente rudimentares tornou-se ambiente para a introdução do geoprocessamento, que revolucionou a questão do tratamento de dados e que talvez represente a mais notória inovação da Era da Informação nas ciências da terra.
Partindo deste pressuposto, vamos aprender juntos sobre essa importante ferramenta de trabalho.
Primórdios e avanços do geoprocessamento:
A prática do geoprocessamento faz parte da história recente, visto que surgiu na metade do séc. XX, com a tentativa de automatizar o processamento de dados com características espaciais. Apenas em 1960 que, de fato, recebeu a denominação de “geoprocessamento”, nome concedido pelo cartógrafo americano Waldo Tobler.
A popularização foi gradual, sendo utilizado por volta de 1970 para trabalhos voltados ao planejamento e gestão ambiental. O verdadeiro boom veio a partir de 1990, quando houve o desenvolvimento do SIG (Sistema de Informações Geográficas).
Apesar de o satélite LANDSAT 1 ter sido lançado em 1972, foi na década de 1990 que surgiram os chamados sensores de alta resolução espacial. Paralelamente, nesta mesma época, o uso do SIG foi consolidado e muitas ferramentas (especialmente softwares) que hoje conhecemos ganharam espaço na prática do processamento de dados espaciais.
Ferramentas SIG: o que são?
Também denominadas “ambiente de trabalho SIG”, pode-se afirmar que é um conjunto composto por softwares e dados geográficos onde é possível coletar, armazenar, manipular e analisar informações que estão georreferenciadas.
Quanto aos softwares, os mais conhecidos e, geralmente, mais utilizados (isso em solo brasileiro) são:
- QGIS: O QGIS é uma aplicação de Sistema de Informações Geográficas (SIG) gratuito e de código aberto que oferece suporte à visualização, edição e análise de dados geoespaciais.

- ARCGIS: O ArcGIS é uma plataforma geoespacial abrangente para profissionais e organizações. É a principal tecnologia de sistema de informação geográfica (GIS). Construído pela Esri, o ArcGIS integra e conecta dados por meio do contexto geográfico. Ele fornece recursos mundiais para criar, gerenciar, analisar, mapear e compartilhar todos os tipos de dados.

- GOOGLE EARTH PRO: O Google Earth Pro é um programa de computador cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de mosaico de imagens de satélite obtidas de fontes diversas, imagens aéreas (fotografadas de aeronaves) e GIS 3D.

- TERRAVIEW: O TerraView é um dos produtos construídos usando a TerraLib. É um GIS de propósito geral que permite a construção de uma base de dados geográficos e sua manipulação.

Geoprocessamento e geologia:
Passando agora a focar especificamente em uma das geociências, a saber, a geologia, os trabalhos de geoprocessamento tornou-se um dos grandes aliados dos geólogos das mais diversas áreas de atuação, quer seja geologia econômica, hidrogeologia, gestão de risco geológico, entre outras áreas.
É necessário deixar claro que a aplicação desta tecnologia torna-se útil quando se encontra no contexto de trabalhos de campo. Seu uso pelos geólogos traz uma série de implicações positivas, sendo um recurso indispensável na etapa de pré campo e mostrando-se benéfico gerando economia, melhorando a logística, reduzindo o risco e exposição do pesquisador e tornando o campo mais prático e preciso. Tudo isto em decorrência de um trabalho de pré campo bem realizado – o que envolve uma série de práticas, entre as quais o geoprocessamento caracteriza uma das principais.
Por fim, pode-se concluir que a tecnologia (em especial, a geotecnologia) é uma grande aliada no mercado de trabalho, tornando os grandes projetos mais baratos e práticos.
Logicamente, isto continuará progredindo. Atualmente, não é incomum ter a IA aplicada a trabalhos de mapeamento. Contar com tais avanços valoriza o setor.
Tudo isto implica no desenvolvimento da geologia, tornando esta profissão ainda mais atrativa aos próximos ingressantes no ensino superior.