Você certamente sabe que a água mineral é um recurso natural precioso, reconhecido por sua pureza e propriedades benéficas para a saúde humana. Neste artigo, vamos conhecer mais um pouco sobre a lavra deste recurso, uma atividade que demanda conhecimentos geológicos, tecnológicos e ambientais, visando garantir a qualidade e a sustentabilidade do recurso.
O que é água mineral?
A água mineral é aquela que é extraída de fontes subterrâneas e possui características especiais em termos de sua composição química e mineral. Diferente da água potável comum, ela é distinguida pela presença de minerais e oligoelementos que são benéficos para a saúde.
A sua formação ocorre através de um processo natural de filtragem e mineralização no subsolo, onde a água percola camadas rochosas, adquirindo assim suas propriedades distintivas. Durante esse processo, a água mineral pode entrar em contato com diferentes minerais presentes nas rochas, absorvendo-os e enriquecendo-se com eles.
Além disso, sua composição varia a depender da região de onde é extraída, o que resulta em diferentes sabores e características únicas para cada fonte. Alguns dos minerais comuns encontrados na água mineral incluem cálcio, magnésio, potássio, sódio e bicarbonato.
Vale ressaltar que a água mineral deve atender a certos critérios e padrões de qualidade para ser considerada como tal. Estes critérios são estabelecidos por órgãos reguladores e variam de acordo com as legislações de cada país. A água mineral é geralmente envasada diretamente da fonte, preservando suas características naturais.
O que é necessário para fazer lavra e comercialização de água mineral?
As exigências legais para a lavra de água mineral podem variar de acordo com o país e a região específica onde a atividade é realizada. No Brasil, a lavra de água mineral é regulamentada pelo Código de Águas Minerais (Lei nº 9.433/1997) e pelo Decreto nº 99.678/1990, que estabelecem as regras e critérios para a concessão, exploração, envasamento e comercialização de água mineral no país.
A exploração requer a obtenção de uma concessão de direito de lavra de água mineral, concedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM) ou pelos órgãos estaduais de mineração, dependendo da localização da fonte. Essa concessão é obtida por meio de processo administrativo, que inclui apresentação de documentação e pagamento de taxas. Ademais, a fonte deve ser enquadrada dentro das categorias estabelecidas pelo Código de Águas Minerais, como “mineral natural”, “natural” e “adicionada de sais”. Cada categoria possui requisitos específicos em relação à composição e pureza da água.
Esta água deve passar por análises laboratoriais regulares, realizadas em laboratórios credenciados, para garantir que ela atenda aos padrões de qualidade estabelecidos. As análises devem abranger parâmetros físico-químicos e microbiológicos, como pH, condutividade, minerais, metais pesados e ausência de contaminantes. Ela deve ser envasada diretamente na fonte, em condições sanitárias adequadas e as embalagens devem cumprir as exigências de rotulagem estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), incluindo informações sobre a origem da água, composição, prazo de validade e informações nutricionais.
Em resumo, a ANM e os órgãos estaduais de mineração são responsáveis por fiscalizar o cumprimento das normas relacionadas à lavra e a ANVISA, pela fiscalização da qualidade e segurança dos produtos envasados.
Prospecção das aguas subterrâneas?
A lavra de água mineral envolve um conjunto de etapas para identificar, extrair e beneficiar a água mineral de fontes subterrâneas. Embora os métodos específicos possam variar dependendo das características geológicas e hidrogeológicas de cada local, existem algumas etapas gerais.
Vale mencionar que as aguas subterrâneas são responsáveis por 60% do abastecimento das sedes municipais e grande parte do meio rural do estado da Bahia. Em São Paulo, este número perfaz 76%. Nos países do hemisfério norte as águas subterrâneas já alcançaram nível de desenvolvimento tal que, na qualidade de produto estratégico, abastecem imensas populações e vastas áreas de irrigação: cidades como México e Nova York,75% do abastecimento público da Comunidade Econômica Europeia, 70% das áreas irrigadas da China e Califórnia. Em escala mundial, 97% das águas doces disponíveis no planeta estão no subsolo.
Primeiramente, há a identificação de áreas com potencial para abrigar fontes de água mineral. Esta etapa envolve estudos geológicos, hidrogeológicos e geofísicos para mapear a distribuição das águas subterrâneas e identificar os aquíferos que possuem água mineral. A geofísica, especialmente o método da eletrorresistividade, constitui uma forte aliada na prospecção de água subterrânea, onde através de medidas obtidas por instrumentos, dimensiona as propriedades físicas do subsolo.
Perfuração dos poços
Em seguida, com base nas informações obtidas na etapa de prospecção, poços são perfurados até atingir o aquífero identificado como portador de água mineral. A profundidade pode variar a depender da localização e das características geológicas. A perfuração é realizada com equipamentos adequados, como sondas ou perfuratrizes.
Após a perfuração do poço, a água mineral é bombeada para a superfície. A técnica de extração pode variar, mas geralmente envolve o uso de bombas de sucção, que retiram a água do poço e a transportam para um sistema de armazenamento temporário.
Subsequentemente, são realizados os processos de tratamento e beneficiamento, que envolvem a filtração para remoção de sólidos suspensos, processos de desinfecção, como a cloração, e a correção de parâmetros químicos, se necessário.
Por fim, a água mineral é envasada diretamente da fonte em recipientes adequados, como garrafas, galões ou outros formatos de embalagem. Então, estes recipientes são armazenados em condições adequadas e distribuídos para que seja feita a comercialização. Em conclusão, a lavra de água mineral envolve uma série de processos técnicos, legais e ambientais para garantir que a água chegue aos consumidores em sua forma mais pura e benéfica. Através do cumprimento das regulamentações e do compromisso com a qualidade, é possível explorar esse recurso natural de maneira responsável, contribuindo para a saúde e o bem-estar da população.
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