Minerais de Meteoritos: o que é, quais tipos existem, como são formados

Você sabe qual a relação entre uma estela cadente e o ouro que extraímos na Terra? Questão interessante, não acha? Bem, a relação entre o ouro, especificamente, talvez não exista, mas com outros minerais essa relação é fundamental. Bom, já ouviu falar em minerais de meteoritos?

Se você já teve alguma aula de geologia seu professor, provavelmente, já deve ter te perguntado o porquê iniciam a matéria nas teorias da formação dos planetas. Sabe responder essa pergunta?

A resposta é até bem simples, se todo o universo teve o “mesmo” inicio, provavelmente, muitas respostas para nossas duvidas talvez sejam explicadas estudando os fenômenos fora da atmosfera da Terra.

Meteoro ou meteorito?

Veja bem, como você já deve ter ouvido falar, a famosa “estrela cadente” trata-se de um “corpo” que entrou na nossa atmosfera em alta velocidade. Esses corpos recebem nomenclaturas diferentes dependendo de sua localização, enquanto não entrarem em contato com a crosta terrestre o corpo é chamado é meteoro, porém, assim que tocar o chão seu nome passa a ser meteorito. E é sobre eles que vamos conversar hoje.

O que são os meteoritos?

Com o resumo anterior acredito que você já deve ter uma noção, o meteorito é um corpo que consegue ultrapassar a camada atmosférica e tocar o solo terrestre.

Ele, normalmente, é dividido em alguns grupos. A característica que é levada em consideração para separa-los em grupos é a sua formação química.

As principais denominações atribuídas são:

– Meteoritos rochosos;

– Meteoritos ferrosos rochosos e;

– Meteoritos ferrosos.

A seguir, observe a definição de cada um desses tipos.

-Meteoritos rochosos: São os mais comuns dentre os encontrados na Terra, e apresentam características similares a rochas vulcânicas. Consegue imaginar o por quê? Ao entrar na nossa atmosfera essas rochas experimentam grande variação de pressão e, graças a sua enorme velocidade, altas temperaturas.

Essa classe é subdividida entre aqueles que apresentam condrito e os que não apresentam.

O condrito é um termo científico para um meteorito que não foi alterado em tamanho, forma ou composição devido à entrada na atmosfera terrestre.

Os condritos são aqueles formados por olivinas e piroxênios, que são mais antigos/ velhos e são provenientes de gotas de ferro líquido derretido.

Os condritos apresentam duas subdivisões, sendo elas:

  • Estatios – aqueles que possuem ligas de ferro e níquel em sua composição.
  • Carbonados – aqueles que apresentam carbono em sua composição.

Já os acondritos têm enormes quantidades de olivina, piroxênios e plagioclásios são majoritariamente formados por rochas de 4,5 a 3 bilhões de anos e têm origem decorrente dos processos de aquecimento e reformulação.

-Meteoritos ferrosos: Esses são aqueles que apresentam composição metálica, eles ocupam 5% do total de meteoritos que entram no nosso planeta.

Em sua composição, geralmente, encontramos a junção de ferro e níquel, porém, em alguns casos também podem conter o carbono enxofre e o fósforo.

-Meteoritos ferrosos rochosos: Já esses aqui são aqueles que apresentam tanta estrutura rochosa quanto metálica. São as nossas “joias” raras, dificilmente encontrados, eles são provenientes do cinturão de esteroides.

Apresentam uma mistura de minerais silicatos, sendo os principais deles: olivinas, piroxênios, ferro e níquel.

Qual o valor comercial dos meteoritos?

Se pararmos para analisar, exclusivamente, pela questão química, os preços dos meteoritos encontrados na Terra não seriam de grande relevância. Entretanto, do ponto de vista comercial: raridade, tamanho, formação e, claro, a beleza estética, fazem com que possuam valores relativamente bem altos. Assim, os preços podem variar entre 700 dólares a 1,5 milhões de euros.

Já tivemos experiências com meteoritos no Brasil?

A resposta é sim, porém, é importante destacar que a experiência brasileira com esses corpos é relativamente pequena.

E por que isso? O motivo se dá graças a uma estatística, apesar de nosso grande território, nós apresentamos apenas 3 grandes registros de encontro de meteoritos. Chega a ser uma contradição, principalmente, se for comparar com a proporção territorial, exemplo esse que entra em conflito com os dados encontrados nos EUA. Dessa forma, é natural que haja uma dificuldade maior no Brasil para identifica-los.

Qual foi o maior meteorito já encontrado no Brasil?

O Bendegó, ele foi encontrado por acaso. Um garoto de 15 anos viu a rocha e notou que ela era diferente das demais.

Esse meteorito ocupava uma posição de luxuosa no Museu nacional, localizado no Rio de Janeiro, mas infelizmente esse espaço foi foco de incêndio. Entretanto, o meteorito conseguiu resistir ao desastre. Ele é formado, principalmente, por níquel e menores quantidades de cobalto.

Meteorito Bendegó. Fonte: Museu Nacional UFRJ.

Outro meteorito encontrado no Brasil foi o Putinga, localizado por um geólogo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).

Diferente do Bendegó, este, por sua vez, foi encontrado de uma forma mais “calculada” que os demais, o pesquisador, ao ouvir histórias sobre o condrito, buscou na região alguém que pudesse orienta-lo até esse objeto.

Uma curiosidade é que foi esse último meteorito, o Putinga, responsável por dar origem a associação de meteoritos de Santa Catarina.

Pedaço do Meteorito Putinga. Fonte: Reprodução.

Meteoritos trazem minerais que não existem na Terra?

Diversos meteoritos trazem nas suas composições minerais que ocorrem naturalmente aqui na Terra, o que é mais difícil de registrar são as ocorrências de minerais que por aqui só obtemos artificialmente.

Alguns exemplos disso são os minerais:

-Edscotita (ou Edscotitte em inglês) – Esse mineral está presente no meteorito de Wedderburn que foi encontrado na Austrália em 1951. A edscotita só era conhecida em processos industriais de fundição de ferro.

Edscotita. Fonte: Reprodução
Meteorito de Wedderburn. Fonte:Reprodução.

Troilita (ou Troilite) – Se trata de um sulfeto de ferro que não é muito comum na Terra, sua ocorrência é restrita a pouquíssimas rochas. Foi notado pela primeira vez em 1766 num meteorito caído na Itália, e a princípio se pensava tratar de pirita.

Troilita presente no meteorito Muonionalusta. Fonte: Mindat.org.

Enfim, chegamos ao final desse artigo, espero que você tenha gostado dessas informações, e torço para quem sabe, você encontrar algum meteorito por suas terras? Hahaha.


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5 comentários em “Minerais de Meteoritos: o que é, quais tipos existem, como são formados

  1. José Responder

    Gostei da matéria. Sou apaixonado pelo universo. Acredito que a origem é única para tudo o que existe no cosmo. Os gases deram o colorido aos minerais. Tenho rochas que espero ver suas composições. A idade é a mesma da origem. Acredito que no fundo da questão da criação existe a figura do criador. É preciso crer! Somos racionais. Temos mobilidades e poder de deliberação. Somos os destinatários da obra. Temos que zelar para não a perdermos.

  2. Oziel Responder

    Boa noite.eu tenho um material igual o meteorito de santa Catarina e eu queria fazer uma análise.como faço?

    • CRISTAL Jr Autor do postResponder

      Olá, você necessita fazer uma análise mineralógica do material. Para mais informações, entre em contato com a gente!!!

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