Se você está por dentro das notícias diárias, já deve ter ouvido falar sobre a emblemática situação da extração de petróleo na foz do rio Amazonas. Localizada ao Norte do pais, a margem equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte até o Amapá, pode representar mais uma importante oportunidade para indústria petrolífera no país. Contudo, quais são os riscos inerentes a essa oportunidade?
Conceitos fundamentais para o entendimento
Para responder essa pergunta, é interessante ter os conceitos de sistemas petrolíferos, bacias sedimentares, plays e leads bem definidos.
- Sistema Petrolífero: é um modelo que envolve todos os elementos e processos geológicos que se fazem necessários para que exista a acumulação de óleo e gás;
- Bacias Sedimentares: as Bacias Sedimentares são estruturas geológicas formadas a partir da deposição de sedimento em ambientes de depressão relativa ou absoluta;
- Leads: palavra vinda do inglês, significa pistas e, basicamente, no sistema petrolífero, introduz quais são as “pistas” que determinada região demonstra em ter petróleo.
- Plays: são basicamente áreas que já foram estudadas e onde foi comprovada ou não a presença de hidrocarboneto e que servem como parâmetros para regiões adjacentes.
Dessa maneira, dirimindo os riscos de gastos desnecessários e aumentando a eficácia das perfurações.
Existe petróleo na margem equatorial do Brasil? Como mencionado anteriormente, a margem equatorial está localizada no Norte do país, entre os estados do Rio Grande do Norte e Amapá, e já houve mais de 700 perfurações dentro dessa região, visando encontrar hidrocarbonetos.
Contudo, o interesse nessa nova fronteira em questão – a foz do rio Amazonas –, em grande parte se deve aos países fronteiriços (Guiana, Suriname e Guiana Francesa) que fizeram recentemente descobertas nessa área e, dessa maneira, expandiram uma gama de leads na região.
Estima-se que a Margem Equatorial tenha cerca de 10 bilhões de Barris recuperáveis, quando comparado com as descobertas da Guiana e do Suriname. A título de comparação, o pré-sal, quando descoberto, estimavam-se cerca de 12 Bilhões de Barris recuperáveis.
Sendo assim, se confirmada a presença de hidrocarbonetos na região, o Brasil abrirá o espaço para mais uma nova província petrolífera, impactando diretamente na economia dos estados ali presentes e da nação como um todo.
Importância da exploração do petróleo
De acordo com o planejamento Estratégico (2023-2027) da Petrobrás, estava previsto um investimento de US$ 2,9 bi nessa região nos próximos cinco anos e a perfuração de 16 poços a partir do 1º trimestre de 2023. Com a entrada da Margem Equatorial, o Brasil poderia atingir o pico de produção de petróleo em 2029, entre 5,8 milhões e 6,9 milhões de barris por dia de petróleo.
A partir disso, existe a possibilidade de geração de empregos, aumento na arrecadação e participação em um desenvolvimento regional e nacional, o que movimentaria ainda mais a economia da região, tanto de maneira direta, pela exploração, quanto indireta, por meio dos royalties provindos da extração desse recurso.
Enfim, esse achado é de extrema importância, pois, de acordo com as estimativas, o pré-sal deve entrar em declínio a partir de 2030, mas ainda deve responder por 80% da produção total, na casa dos 5 milhões de barris diários.
Preocupações ambientais
A simulação que foi feita pela Petrobras mostra baixa probabilidade de que, em um eventual derramamento de óleo, a mancha de óleo virá em direção ao continente. Foi apenas observado um deslocamento para o lado francês (área marítima pertencente à Guiana Francesa). Contudo, a área é conhecida como uma zona de águas turbulentas, em contraposição ao pré-sal, que apresenta águas pacificas.
Por outro lado, todas interferências humanas na exploração de recursos geram danos ao ambiente, e os efeitos da atividade petrolífera, como vazamentos, poderão ser extremamente nocivos aos mangues e campos alagados, onde estão três terras indígenas e dois parques nacionais considerados área de proteção ambiental.
Este eventual desastre coloca em risco também uma concentração de bancos de esponjas e corais de águas profundas localizada a 200 quilômetros dali. Descrito pela primeira vez em 2016, esse grande sistema de recifes ainda não tem suas dimensões calculadas pelos cientistas. Os prejuízos para a vida costeira seriam incalculáveis, em caso de contaminação por vazamento de óleo.
Essa área também é responsável por atividades pesqueiras de subsistência, o que, devido a um eventual desastre, pode comprometer todo o ecossistema da região.
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