Deltas? Praias e petróleo?

Você sabe o que é um delta? Calma, não tem nada a ver com matemática, nem mesmo com física ou com qualquer coisa relacionada à taxa de variação. Brincadeiras à parte, deltas são ambientes situados junto à desembocadura de um rio em um corpo d’água, podendo ser um oceano, um mar ou um lago. Contudo, o que isso tem haver as praias e principalmente com petróleo?

Leques Aluviais

O delta é um dos diferentes tipos de leques aluviais. Além dos deltas, dentre estes tipos estão os leques deltaicos e turbiditos, cada um com sua característica especifica e com ambiente de formação distinto.

O principal fator gerador dos leques é o tectonismo. É gerado um desnível entre áreas contíguas com uma drenagem local estabelecida. O fluxo proveniente das áreas elevadas, ao atingir uma região mais plana, perde velocidade, depositando-se no sopé das montanhas. Quando esses sedimentos, que geralmente são mal selecionados e imaturos texturalmente e mineralogicamente, são carreados por determinados tipos de rios, ocorrem os deltas no encontro com o corpo aquoso.

Deltas

De acordo com os historiadores, o termo foi utilizado primeiramente por Heródoto, por volta de 490 a.C., para descrever a forma triangular da desembocadura do Rio Nilo, em planta, que lembra a letra grega. E é formado quando a deposição dos sedimentos trazidos pelo rio ocorre mais rapidamente do que o retrabalhamento destes sedimentos pela dinâmica do meio que os recebe.  

Delta do Rio Nilo – Fonte: NASA Earth Observatory

Desta maneira, o rio carreia os sedimentos até as praias. Esses fluxos ocorrem em função do contraste de densidade entre o fluido que chega e o do meio receptor. Tal contraste ocorre em função da diferença de temperatura dos fluidos, da salinidade e da carga sedimentar. Sendo assim, podem ser classificados em:

  • Fluxo homopicnal – As densidades iguais resultam do desaguamento de um rio em um meio lacustre de água doce. Caso o lago tenha profundidade suficiente, pode ocorrer um delta tipo Gilbert;
  • Fluxo hipopicnal – Constitui o caso atual mais comum, onde fluxos carregados de suspensão sobrenadam o meio receptor marinho de maior densidade, e esse é um dos principais motivos pelos quais algumas praias ficam inviáveis para banho;
  • Fluxo hiperpicnal – Quando os sedimentos carreados são mais densos do que o corpo aquoso, correntes túrbidas densas fornecidas pelo rio originam turbiditos depositados em um meio receptor lacustre.

Turbiditos

Já os turbiditos são depósitos sedimentares originados por correntes de turbidez submarinas, sobretudo em bacias de antepaís, em ambiente tectônico de margem convergente (ativa). Para a maioria dos geólogos, um turbidito é uma camada com gradação grano-classificada consistindo num conjunto de estratos arenito/pelito que foram depositados por corrente de turbidez e é comumente coberta por pelitos hemipelágicos contendo assembleia de fósseis de águas profundas.

Depósitos de turbiditos na Califórnia – Fonte: Geologypics

Além disso, são caracterizados por estratos com grande continuidade lateral, acamamento regular e gradacional, com afinamento dos grãos para o topo de cada estrato (camada), marcas de onda associação de sedimentos pelágicos, estruturas de base de camada como marcas de sola, turboglifos, marcas de objetos. Cada estrato de uma sucessão turbidítica é depositado em um único evento. A partição das energias entre fluxo denso e turbulento durante um evento turbidítico confere à camada feições típicas desses depósitos.

Antes de o Pré-sal ser descoberto, os turbiditos eram uma das maiores reservas de hidrocarbonetos no Brasil. Isso se justifica pela maturidade textural que essas formações possuem, bem como pela melhor seleção de seus agregados por meios dos rios. Desta maneira, as melhores características que um reservatório de petróleo  pode ter são a permeabilidade e a porosidade. Desta maneira, as sequências turbidíticas são muito procuradas pelos geólogos de petróleo por constituírem bons reservatórios para hidrocarbonetos.


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