A mineração na Bahia

A Bahia é um dos estados brasileiros com uma das maiores extensões territoriais e grande parte dele é abençoado com a presença de minérios. A Bahia ocupa, atualmente, a terceira posição no ranking nacional de produção minerária, ficando atrás apenas de Minas Gerais e do Pará. A diversidade é um dos fatores que garantem ao estado local de destaque na produção nacional de minérios. Quer saber mais sobre a mineração na Bahia? Nos acompanhe nesse artigo.

História da mineração

Há relatos que contam da descoberta de diamantes na Bahia desde 1842. “A ocorrência de diamantes na Serra das Aroeiras foi descoberta no mês de março de 1842 pelo padre Queiroz e, até o fim de 1842, a população tinha subido de oito para dez mil almas entre as quais havia de 1.800 a 2.000 trabalhadores de diamantes propriamente ditos”, Esse trecho foi escrito por Virgil Von Helmreichen, um mineralista, no ano de 1846.

A partir disto, impulsionado pela segunda guerra mundial e a necessidade de matérias-primas para a indústria bélica, fomentou ainda mais a produção mineral no Estado e assim foram descobertas novas jazidas de minerais, como o manganês.

Atualidade

Conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2021, a Bahia hoje registra a produção de 54 tipos de substâncias, das quais 19 lideraram a produção nacional. Níquel, diamante e vanádio são alguns dos minérios e metais preciosos em que a arrecadação da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) é superior a de outros estados.

Um dos grandes destaques, já em 2022, é o níquel. Com a disparada de preços devido a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o minério registrou alta histórica, gerando uma série de preocupações, podendo inclusive ocasionar a suspensão da produção dos carros elétricos.

Mina Braúna – Fonte: Lipari

Além do níquel, o diamante é um dos expoentes na mineração baiana.  A Mina Braúna, localizada em Nordestina, é considerada a primeira mina de diamantes da América do Sul desenvolvida em depósito kimberlítico, que são rochas derivadas de magmas, geralmente de pequeno volume, cuja ascensão, normalmente rápida, está relacionada a pequenas extensões na crosta e pode conter diamantes. A Mina Braúna é responsável por mais de 80% da produção nacional, em termos de volume, que seguem os trâmites do Sistema de Certificação Processo Kimberley (SCPK), certificação internacional que estabelece os requisitos para controlar a produção e o comércio internacional de diamantes brutos.

De acordo com dados da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), a mineração emprega atualmente cerca de 200 mil trabalhadores no estado.

Futuro da mineração

De acordo com dados da CBPM, entre 2017 e 2022, dos 417 municípios baianos, 240 receberam projetos minerários. Ao longo dos anos de 2019 e 2020, a Bahia investiu R$ 600 milhões em pesquisa mineral, incluindo a fase de autorização de pesquisa e de lavra. Isso demonstra a projeção do interesse dos anos vindouros. Contudo, há obstáculos que devem ser quebrados ao decorrer do caminho.

Um dos grandes obstáculos, são o problema do escoamento da produção. Como citado anteriormente, grande parte dos minérios extraídos são exportados e, devido à ausência de uma boa infraestrutura e logística, fica inviável competir por preços mais amenos.

Uma infraestrutura de transporte eficiente também é essencial para o avanço da mineração baiana, que atualmente enfrenta a ausência de linhas ferroviárias do estado. Os problemas de logística do estado deverão reduzir com o início das operações da Fiol (Ferrovia Oeste-Leste), porém ainda há muito o que fazer.

Outro obstáculo que preocupa, devido as recentes tragédias ocorridas. É sobre o cuidado ambiental e os impactos negativos que a mineração tem sobre a vida da população adjacente. Devido ao aumento populacional residente do município, há a promoção de um desequilíbrio econômico local, que gera encarecimento de aluguéis e alimentação, precarização de serviços, como saúde e educação, e, em alguns casos, aumento da violência.

A utilização dos rios, nascentes e mar para despejo de materiais possivelmente nocivos é um dos fatores que podem gerar preocupação nessa atividade. Contudo, é fundamental que os órgãos competentes fiscalizem e façam cumprir as melhores medidas possíveis para todos.  


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