Estratigrafia: o que é e sua importância

Você já se deparou com rochas que apresentavam algo semelhante a divisões ou faixas? Bem, a essas divisões, damos o nome de estratos, os quais são, em síntese, camadas que compõem certas rochas e são denominadas estratigrafia. Além disso, elas possuem características físicas e registros fósseis diferentes entre si. Este fato é de grande importância para a compreensão da área da geologia tratada neste artigo. Dito isso, acompanhe-nos nessa leitura para ampliar seus conhecimentos acerca da estratigrafia.

Grand Canyon, nos Estados Unidos da América. Fonte: IGeológico, 2018

O que é estratigrafia?

A estratigrafia basicamente é uma ciência – ramo da geologia -, cujo objeto de estudo são as rochas estratificadas sedimentares.

Desta forma, é importante que o conceito de rochas sedimentares esteja claro. Em resumo, devido a um processo de intemperismo ocorre desagregação de rochas pré-existentes e, subsequentemente, transporte e deposição de detritos. Não de maneira tão rápida, porém em um processo semelhante, formam-se as rochas sedimentares.

BIF (Formação de Ferrífera Bandada), Fonte: Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, 2018

Agora, sim, podemos compreender melhor esta área da geologia. Para que o estudo seja realizado, considera-se a descrição das sequências verticais e horizontais. Dessa forma, os estratos podem ser classificados e correlacionados no tempo e no espaço.

Como é feito o estudo?

A fim de realizar o estudo, foram criados, por Nicolau Steno – o pai da estratigrafia -, três princípios básicos utilizados até hoje: o princípio da horizontalidade original, o da superposição e o da continuidade lateral.

Com o princípio da horizontalidade original, afirma-se que os sedimentos são originalmente depositados em camadas horizontais e, caso haja alguma deformação, ela certamente surgiu após a deposição. O princípio da superposição estabelece que, se existe uma sequência de estratos, a mais antiga estará abaixo da mais recente (uma vez que foi depositada anteriormente). Já o princípio da continuidade lateral se baseia no fato de que as camadas rochosas são horizontalmente contínuas, sendo que se afinam lateralmente.

 Carta estratigráfica simplificada da Bacia do Paraná, Fonte: Milani et al., 2007

Embora os princípios de Steno sejam de grande ajuda, é necessário levar em conta o acontecimento de certos eventos geológicos, os quais podem influenciar na maneira e no tipo de sedimento depositado. Eventos como o movimento das placas tectônicas, a variação do nível do mar, o tipo do clima e o aporte sedimentar podem também interromper a sedimentação. Isto é, alguns intervalos de tempo podem não ser registrados nos estratos. A estes intervalos, damos o nome de hiato, quando não há deposição no registro estratigráfico, e discordância, que ocorre por causa de erosão ou ausência de deposição.

Quais as subdivisões da estratigrafia?

Como existem diversos objetos de estudo específicos dentro da estratigrafia, foram criadas subdivisões para esta ciência, as quais estão listadas:

  • Litoestratigrafia: nesta classificação, cada camada geológica é definida pelas características do solo sedimentar;
  • Bioestratigrafia: são estudados os fósseis existentes nos estratos e a correlação espacial deles;
  • Cronoestratigrafia: estuda-se a idade das camadas rochosas, especialmente nas quais o princípio de superposição é válido;
  • Aloestratigrafia: aqui, os objetos de estudo são as descontinuidades que limitam os estratos;
  • Estratigrafia de sequência: leva-se em consideração a relação entre depósitos sedimentares e discordâncias, além das variações do nível do mar;
  • Magnetoestratigrafia: neste caso, existe o almejo em determinar polaridade do campo magnético terrestre quando uma determinada camada foi depositada.
Quebrada de Cafayate, na Argentina, Fonte: Flickr, 2011

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E qual a importância?

Existem diversas aplicações práticas, e econômicas, dos frutos colhidos de estudo dos estratos. Isso porque são fornecidas informações acerca do clima do planeta há milhares de anos, da época em que um determinado ser viveu, da cronologia de certos eventos geológicos, da origem de formações rochosas, estabelecendo a sua evolução temporal e espacial, entre outros.

Os resultados dos estudos colaboram para muitas outras ciências além da própria estratigrafia, como a arqueologia, a paleontologia, a geofísica, a geomorfologia e a sedimentologia.

Ademais, em relação às anteriormente citadas aplicações econômicas, inferimos que a ciência estratigráfica auxilia enormemente a hidrogeologia e as indústrias da mineração e do petróleo.

A respeito da prospecção hidrogeológica, o entendimento da estratigrafia ajuda na localização de água subterrânea em um arcabouço estrutural.

No que tange a exploração mineral, ao utilizar conhecimentos provenientes da estratigrafia, é possível identificar onde estão localizados certos minerais ferrosos e não ferrosos, como os presentes em fácies de rochas sedimentares. Outros exemplos são as jazidas de ouro primário encontradas nos conglomerados da cidade de Jacobina, na Bahia, ou os diamantes encontrados nos conglomerados da Chapada Diamantina, também na Bahia.

Em referência ao petróleo, a principal relação estabelecida reside na essencialidade da realização de uma análise estrutural, a fim de construir armadilhas para o hidrocarboneto. Observe que, para que o objetivo seja alcançado, é imprescindível definir a geometria das estruturas importantes para a conclusão deste trabalho.


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