Mineralogia: Divisões e Particularidades

Você já ouviu falar que o presente é a chave para o passado? Bom, essa afirmação é muito utilizada na geologia e vai ficar muito mais clara de se entender o porquê ao decorrer desse artigo. Hoje você vai entender umas das partes mais importantes da geologia, a mineralogia, e sua real importância para sociedade.

Os recursos naturais de um país é umas das principais bases do seu desenvolvimento econômico e poder, o Brasil, por exemplo, é um país que possui um dos maiores potenciais minerais do mundo, tendo reservas de diversos minerais importantes para vários setores industriais.

Ficou curioso? Então vamos lá!

O que é Mineralogia?

Antes de tudo, mineralogia é a área da geologia que se encarrega pelos estudos dos minerais, por meio de sua composição, estrutura, aparência, estabilidade, tipos de ocorrência e suas associações.

Lembra que falei que o presente é a chave para o passado? Então, na geologia os geólogos utilizam muito o método do uniformitarismo, proposto por James Hutton, basicamente diz que os estudos dos processos geológicos atuais permitem interpretar aspectos geológicos antigos, que trazem sua história transcrita nas rochas, formando uma espécie de quebra cabeças.

Divisões da Mineralogia

Então, considerando que na mineralogia fazemos o estudo dos minerais a partir das características mencionadas anteriormente, dentro dela temos algumas subdivisões para ajudar nos estudos e nas definições, são elas:

Cristalografia: Essa parte se encarrega exclusivamente pelo estudo das estruturas e formas externas dos cristais. Na cristalografia estudamos o processo de formação dos cristais e seu arranjo atômico.

Mineralogia Física: Estudo das diversas propriedades e características físicas dos minerais,ajudando na sua identificação.

Difratometria de Raio X: Ajuda na identificação do mineral por meio da caraterização de sua estrutura, para isso se utiliza raios X.

Mineralogia Química: É a parte da geologia que se responsabiliza pelo estudo das caraterísticas química dos minerais, estudando suas ligações químicas, reações e estrutura dos átomos.

Gemologia: Estuda o valor econômico das pedras preciosas (gemas), analisando o caráter físico e químico. Seu estudo évoltado também para minerais lapidados, além de substâncias orgânicas e sintéticas.

Mineralogia Descritiva: Fica responsável de realizar todo estudo descritivo e sistemático dos minerais, levando em consideração suas características cristalográficas, composição química, estrutura cristalina, associações reais frequentes, aplicações e principais ocorrências. 

Mineralogia determinativa: Foca na determinação dos minerais por meio das suas propriedades físicas.

Mineralogia Óptica: Ocupa-se pelo estudo e interpretação das propriedades ópticas dos minerais, por meio do microscópio petrográfico.

O que são minerais e qual sua importância?

Sendo claro e objetivo, mineral é o constituinte básico das rochas. Toda rocha para existir necessita ter um conjunto de minerais associados. Para ser considerado um mineral precisa atender algumas características primordiais, são elas: ocorrência natural, origem inorgânica, composição química especifica, além de ser sólido e homogêneo.

Ocorrência natural: diz respeito quando o mineral só pode ser encontrado na natureza, isso significa que não pode ser fabricado. Um exemplo para ficar mais claro, seria o diamante. Ele é normalmente encontrado na natureza, mas também pode ser fabricado em laboratório, que é o diamante sintético.

Sólido homogêneo: é a particularidade que o mineral não pode ser quebrado em pedaços menores por meio mecânico gerando um novo mineral.

Origem inorgânica: todo mineral precisa ser inorgânico em sua composição, não podendo ter nenhum material de origem orgânica. Um exemplo seria a pérola que é encontrada em ostras, ela tem uma semelhança muito grande com a calcita, mineral muito comum. No entanto, não é considerada como um mineral justamente por não se encaixar como uma formação inorgânica.

Porque é tão importante o estudo dos minerais?

Pare e olhe ao seu redor e veja os materiais que fazem parte do seu dia a dia. Grande parte deles está diretamente ligado as indústrias de processamento mineral.

Na sua casa, por exemplo, temos o tijolo que é feito de argila, a lâmpada que tem quartzo, tungstênio e alumino na sua composição, fora o celular que possui vários componentes minerais em sua estrutura.

Por ser constituinte de todas as rochas, uma parte dos minerais tem valor econômico agregado, e são muito importantes para aplicações industriais, sejam elas na área da saúde, tecnologia, construção, beleza, etc.

Identificação por meio de suas propriedades

Como você já deve ter observado até aqui, os minerais possuem particularidades e são essas particularidades que fazem com que eles se tornem especais.

Para identificar os minerais de uma forma precisa, utilizamos suas propriedades físicas sendo elas: cor, brilho, risco, dureza, clivagem e densidade. A seguir você pode observar melhor cada uma delas:

Cor: deve ser observada em luz natural e de preferência de uma superfície de fratura recente para obtermos uma melhor identificação, já que alguns minerais ao decorrer do tempo podem sofre algum tipo de alteração em sua cor.

Traço: é a cor que o mineral apresenta quando é riscado contra uma placa de porcelana branca (importante que seja áspera, e não vítrea). Quando temos dois minerais muito parecidos como hematita e magnetita, ao fazermos o traço se torna mais fácil de identificá-los, isso porque nesse exemplo os traços respectivamente possuem coloração vermelho sangue e preto.

Dureza: Essa é umas das propriedades mais importantes. A dureza determina o grau de facilidade que uma superfície de um mineral pode ser riscada. A escala de Mohs (que recebeu esse nome devido ao seu cruador Friedrich Mohs) é a escala que determina a dureza dos minerais e possui valores de 1 a 10.

Escala de Mohs. Fonte: Reprodução.

Clivagem: essa é a mais complicada para se identificar. Ela é a tendência do mineral em se partir paralelamente aos seus planos estruturais. Os planos de clivagem são repetitivos.

Densidade: Depende do peso atômico dos átomos ou íons, geralmente é calculada pelo método de densidade relativa que é quantas vezes o mineral é mais pesado que a água em 4 graus Celsius.

Existem algumas outras propriedades que também são utilizadas. Observe a seguir cada uma delas e o que cada uma define:

Forma ou Habito: A maneira que os minerais se apresentam naturalmente na natureza.

Fratura: Superfície de quebra do mineral a maneira que o mineral se rompe.

Reações com ácidos:  Forma de identificação dos minerais carbonatos por meio de reações com ácidos clorídrico.

Magnetismo: É uma propriedade do mineral de sofrer atraçãopor ímãs.

Tenacidade: É a capacidade do mineral em resistir algum impacto, é diferente da dureza, um exemplo seria o diamante que tem uma dureza muito elevada, mas é facilmente quebrado quando sofre algum impacto. 

Estrutura Atômica

Na estrutura atômica dos minerais estudamos um pouco sobre o agrupamento dos átomos,submicroscópicos organizados segundo um arranjo tridimensional ordenado.

Estrutura cristalina: É resultado do arranjo atômico do mineral, a cristalização é o processo de formação dos cristais a partir de um gás ou liquido, os átomos se agrupam por proporções químicas e arranjos cristalinos adequados (tridimensional ordenado), essa estrutura pode ser macroscópica ou microscopia isso tem variação dependendo do tamanho do cristal e com autonomia de crescimento.

O diamante e o grafite têm a mesma composição química só que diferencia um do outro é o seu arranjo atômico distinto quando isso acontece damos o nome de polimorfismo.

Diamante: Arranjo tetraédrico, ligações covalentes cada carbono ligado diretamente a outros quatro. 

Grafite: Lâminas de carbono (arranjo hexagonal), ligações covalentes cada carbono ligado diretamente a outros três.

Minerais que integram as rochas

Como já foi abordado nesse artigo, uma rocha é um agregado de minerais, eles são classificados em oito tipos, vou listar seis deles que são os mais comuns:

Elementos nativos: Os elementos nativos eles não possuem íons carregados, ocorrem livres sem combinação com outros elementos, os elementos livres mais comuns são: ouro, prata, cobre, ferro, níquel, etc.

Óxidos e hidróxidos: Esses são ligados ao oxigênio, os óxidos mais comuns são: columbita, cuprita, antásio, etc.

Haletos: Os haletos possuem como constituinte principal os íons halogênicos os haletos mais comuns são: atacamita, carnalita, criolita, etc.

Carbonatos: Os carbonatos tem como constituintes básico o íon carbonato, consiste em um íon de carbono envolvido por três íon de oxigênio, formando uma estrutura triangular os carbonatos mais comuns são:  carbonato de cálcio e carbonato de sódio

Sulfatos: Os sulfatos tem como constituinte básico o íon sulfato,a sua estrutura é um tetraedro, os sulfatos mais comuns são: barita, gipsita, celestita e anglesita

Silicatos: Os silicatos tem como constituinte básico em todos os seus minerais o íon silicato, a sua estrutura é tetraédrica, os exemplos mais comuns são:  quartzo, feldspatos, micas e os piroxênios.

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3 comentários em “Mineralogia: Divisões e Particularidades

  1. Eric Responder

    Publicação bem detalhada, ajudou mesmo!! Mas ficou a dúvida: por que o carvão mineral é considerado um mineral, sendo ele orgânico? Agradeço se puder responder.

    • CRISTAL Jr Autor do postResponder

      Olá, na verdade há dois tipos de carvão, o vegetal e o mineral, o vegetal provem da carbonização da biomassa, enquanto que o mineral vem de um processo semelhante ao do petróleo, e é considerada uma rocha sedimentar. Nós que agradecemos seu comentário, qualquer dúvida só perguntar.

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