Mês: fevereiro 2021

CONHEÇA O NOVO SISTEMA DA ANM E A NOVA FORMA DE REALIZAR REQUERIMENTOS DE PESQUISA

Com o objetivo de atualizar e melhorar o acesso aos processos, a ANM trouxe modificações no seu sistema, inserindo o SDM ou Sistema de Dados Minerários, e o Requerimento Eletrônico de Pesquisa Mineral (REPEM). Nesse artigo você vai saber direitinho como é que cada um deles funciona.

O que é o sistema de dados minerários?

Se você está acompanhando as últimas notícias da ANM ou ouviu falar sobre alguma mudança nos sistemas da mesma, provavelmente vai gostar do material que preparamos neste artigo.

Em primeiro lugar o Sistema de Dados Minerários (SDM) é a nova plataforma que surgiu a partir do Protocolo Digital. Ele foi criado para permitir o acesso a informações de processos e diminuir as burocracias envolvidas no processo.

O que mudou?

De modo geral essa evolução do Protocolo Digital trouxe mais agilidade, isso se deve ao fato de que agora não são necessárias todas as etapas de acesso a autos digitais que antes precisavam ser solicitados e aprovados através de formulários.

Dessa maneira, o acesso aos dados se tornou mais fácil, permitindo que qualquer pessoa que solicitar tenha acesso até mesmo aos dados restritos.

Como e quem pode utilizar?

Então, como dito anteriormente, qualquer pessoa pode utilizar, seja ela um solicitante qualquer ou titular e representante do direito minerário.

Para o acesso é necessário o login através do CTDM (Cadastro de Titulares de Direitos Minerários) ou pelo próprio gov.br.Na hora de realizar essa atividade é importante seguir algumas etapas. A primeira coisa é acessar o site. Em seguida é só preencher o campo de CPF, CNPJ ou número do processo. Você também pode verificar como o processo é feito através desse vídeo.

Conheça o REPEM

Ainda na onda das atualizações da ANM, recentemente, mais especificamente no dia 12 de Agosto de 2020, a Agência Nacional de Mineração lançou o novo sistema com uma proposta inovadora e diferente.

O REPEM ou Requerimento Eletrônico de Pesquisa Mineral é a mais nova ferramenta para os processos minerários.

Do que se trata?

Você ainda deve estar se perguntando o que essa ferramenta faz de fato, certo?

Calma que chegou o momento de esclarecer essa dúvida.

O REPEM é a ferramenta destinada à emissão de Requerimentos de Pesquisa de uma forma totalmente online e com a proposta de ser mais ágil do que costumava ser até então.

O melhor é que com esse novo sistema vem também à redução dos prazos. Os Requerimentos de Pesquisa devem ter um retorno da ANM em até 34 dias. Antes disso, esses processos levavam até 728 dias.

Impactos positivos

Além do que já foi mencionado anteriormente, sobre a redução de tempo na aprovação dos pedidos de pesquisa, que é sem dúvidas uma das maiores vantagens, surgiram ainda outras vantagens consideráveis.

Dentre elas podemos destacar a questão da transparência para a comunidade e também a economia que trará para o setor mineral.

Essa nova ferramenta vem com a proposta de movimentar melhor os processos, uma vez que essa é uma das partes que ficam mais sobrecarregadas. Sabia que anualmente são cerca de 14.223 requerimentos? Pois é, agora imagine todos esses processos levando cerca de dois anos para terem uma aprovação e poder ser levados adiante pelos seus solicitantes.

Pontos de atenção

Apesar das vantagens observadas anteriormente, existem alguns pontos que o requerente deve se atentar.

O processo é uma declaração, dessa forma, o solicitante se torna único responsável pelas afirmações expressas. Caso não haja veracidade nas informações apresentadas, este estará sujeito a uma série de punições, que variam desde perder a área pretendida até responder civil, administrativa e criminalmente.

E como funciona?

Agora chegou o momento de descobrir como funciona na prática. Vamos lá.

O primeiro passo é acessar o site e realizar o login com o gov.br. Em seguida o usuário deve selecionar a opção ‘’Solicitar Requerimento de Autorização de Pesquisa’’ e clicar em ‘’entendi’’ quando aparecer uma caixinha com algumas informações.

Logo após será necessário gerar um boleto ao clicar em ‘’Nova Solicitação’’, após o pagamento do boleto será possível dar continuidade ao requerimento. É importante mencionar que se o boleto não for pago até a data determinada, a solicitação do requerimento será considerada como vencida e será necessário emitir outro boleto.

Em seguida é preciso clicar na seta vermelha que aparecerá no canto direito da lista de solicitações. A partir daí inicia a fase de preencher as informações solicitadas.

Primeiro será necessário informar a área pretendida, utilizando uma única poligonal com o sistema de vértices definidos pelas coordenadas geodésicas no SIRGAS (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas).

Após todo o preenchimento de coordenadas, considerando que será necessário incluir arquivos CSV e GPX com as coordenadas em lote, será o momento de informar pelo menos uma das substâncias, o tipo de uso e um superficiário.

Depois disso vem a etapa do Plano de Pesquisa, nessa hora você deve informar pelo menos duas atividades que não seja do tipo ‘’outros’’. Algumas informações adicionais serão solicitadas e depois disso é só clicar em ‘’Avançar’’ para passar para a etapa da Documentação.

Nessa etapa será solicitado pelo menos um Responsável Técnico para realizar o Requerimento, além do Representante Legal, caso haja.

Responsável Técnico: Nome completo, CPF, CREA e ART

Representante Legal: Nome, CPF/CNPJ

Algumas observações importantes: não é obrigatório mencionar o representante legal; se houver mais de um Responsável Técnico não será possível repetir as informações que não sejam o nome.

Por fim, é fundamental verificar todas as informações que foram inseridas. Caso seja verificado algum erro, essa é a hora de voltar nas etapas anteriores e corrigir o que for preciso.

Depois da correção, clique em finalizar para concluir o processo.

Após terminar o Requerimento, você receberá um e-mail de confirmação.

Recibo Eletrônico e aprovação

Depois desse longo processo de preencher as informações solicitadas, no final vai ser exibido um recibo eletrônico do protocolo e o link para acesso ao processo, criado e disponível no SEI (Sistema Eletrônico de Informações).

Caso a área solicitada esteja disponível, livre de qualquer interferência com outras áreas ou restrições ambientais, estar situada em terras indígenas, ou qualquer outro impedimento, o requerimento deve ser aprovado em até 34 dias (prazo informado no início desse artigo, lembra?).

Dentro desse período, 30 dias é o prazo exigido no Código de Mineração e os outros quatro dias são para a publicação no Diário Oficial da União.

Se a área que foi solicitada possuir alguma interferência, o requerimento não será aprovado dentro de 34 dias. Ele será enviado ao controle de áreas da ANM onde passará por análises.

Para mais informações, ter acesso ao requerimento, vídeo explicativo e o guia completo do Requerimento Eletrônico de Pesquisa Mineral, indicamos que acesse este material.


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RAL: O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA DECLARAR

O que é o RAL?

Em primeiro lugar, o Relatório Anual de Lavra é um documento que deve ser entregue anualmente à ANM constando dados de todas as operações realizadas na mina no ano base. Assim sendo, o Relatório deve conter uma série de informações, você encontra todas elas no nosso artigo RAL: o que é, prazos e como fazer.

Qual a importância do Relatório?

Então, é importante saber que o RAL deve conter todas as informações das atividades mineradoras, esses dados por sua vez, contribuem para evitar fraudes. Isso porque pode ser comparado o que foi declarado no RAL e na Receita Federal e avaliar se há ou não inconstâncias.

Aliás, não esqueça que a não entrega do RAL ou entrega fora do prazo se encaixa como infração à legislação mineral. Isso pode resultar em uma multa de aproximadamente R$ 3.421,06, portanto não deixe de entregá-lo.

Por que não deixar para fazer o RAL próximo da data de entrega?

Eventualmente, muitas pessoas acabam por acreditar que por ter um prazo relativamente grande para o preenchimento do requerimento é mais confortável deixar para fazer próximo a data limite.

Nesse meio tempo é que muita gente acaba passando por problemas que poderiam ser evitados se tivessem se planejado melhor e enviado com antecedência.

Imagine que você pensa dessa forma: ‘’falta muito tempo ainda, posso preencher o RAL mais tarde’’. Tudo bem pensar assim, mas muitas pessoas também estão pensando dessa forma.

Do mesmo modo, na data próxima do limite muitas pessoas vão utilizar a plataforma para preencher. Dessa forma vai ocorrer uma superlotação na página, possivelmente deixando-a mais lenta e até travando. Ou seja, para não ter dor de cabeça, se organize para enviar antes do prazo previsto.

Como a Cristal pode te ajudar?

A Cristal Jr é uma empresa de consultoria com mais de 17 anos de mercado. Atuamos com soluções na área de mineração para empresas de pequeno e médio porte. Realizamos a emissão do RAL além de outros serviços que você pode verificar clicando aqui.


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Entenda um pouco mais sobre o petróleo no Brasil.

Antes de tudo, desde a criação da Petrobrás por Getúlio Vargas em 1952 até o seu atual processo de privatização, muita coisa mudou no que tange as tecnologias que envolvem o petróleo. Certamente você já ouviu que o petróleo brasileiro não é de qualidade. Mas o que isso significa? Dentro deste artigo você vai entender como funciona o processo de prospecção do petróleo, entender os tipos e funções de cada tipo e um pouco sobre métodos de extração.

O que define o petróleo?

Se você ainda não sabe, o Petróleo é um combustível fóssil que corresponde a uma substância oleosa cuja densidade pode ser maior ou inferior ao da água.

É originado a partir da decomposição de matéria orgânica, especialmente, dos plânctons. As bactérias em ambientes com baixo teor de oxigênio realizam a atividade de decomposição que acaba por se acumular em camadas do subsolo que se encontram em bacias sedimentares, no assoalho oceânico, no fundo dos mares ou de lagos e sob condições específicas de pressão.

Primórdios do petróleo brasileiro

Por mais que achemos que esse valioso bem tenha sido explorado somente a partir do século XX, nos enganamos. Existem relatos de povos egípcios utilizando-o para embalsamar corpos, e de povos colombianos utilizando pioneiramente na pavimentação de estradas.

No Brasil em 1930, após diversos relatos de moradores do bairro do Lobato, em Salvador, de que utilizavam uma ‘’lama preta’’ para acender lamparinas, o engenheiro Manoel Inácio Basto iniciou suas pesquisas na localidade.

Contudo, apenas em 1932, Manoel conseguiu enviar um laudo para o presidente Vargas de que ali havia petróleo.

O escritor do petróleo

Um dos grandes entusiastas do petróleo no Brasil foi o escritor Monteiro Lobato, escrevendo um livro Infantil chamado ‘’O poço do visconde’’. Sua publicação sofreu críticas na época, visto que o livro afirma que havia petróleo no Brasil enquanto que os técnicos do governo federal diziam que o Brasil não tinha nem poderia ter petróleo, apesar das descobertas em São Paulo e Alagoas. “As afirmativas de Visconde não passavam de heresia”.

Capa do livro “O poço do visconde” (Foto: Reprodução)

A nacionalização

Em 1938, a discussão sobre o uso e a exploração dos recursos do subsolo brasileiro deu início a criação do CNP – Conselho Nacional do Petróleo. Em suas primeiras ações, o conselho determinou várias diretrizes com respeito ao petróleo e determinou que as jazidas pertencessem à União. No ano seguinte, o primeiro poço de petróleo foi encontrado no bairro de Lobato.

Após um projeto do então presidente Eurico Gaspar Dutra, de privatizar e vender toda a extração e refino para a Standart Oil, Uma forte campanha anti-imperialista chamada de ‘’O petróleo é nosso’’ espalhou-se pelo Brasil, que culminou na criação da ‘’Petróleo Brasileiro S.A.’’ mais conhecida como Petrobras.

Cartaz da campanha “O petróleo é nosso”. Fonte: researchgate

Tipos de petróleo que o Brasil possui

Agora que você conheceu um pouco da história do petróleo no Brasil, que tal conhecer quais são os seus tipos?

Com os derivados do petróleo, podemos abastecer um veículo ou fabricar uma embalagem plástica. Mas é claro que os tipos de petróleo variam para cada finalidade. A densidade do petróleo é medida em grau API, escala arbitrária criada pelo instituto de petróleo americano, Petróleos com grau API maior que 30 são considerados leves; entre 22 e 30 graus API, são médios; abaixo de 22 graus API, são pesados; com grau API igual ou inferior a 10, são petróleos extra-pesados. Quanto maior o grau API, maior o valor do petróleo no mercado.

Petróleos em outros países

Mas e quanto ao petróleo nos outros países?

Então, as enormes reservas de petróleo encontram-se ligeiramente próximas às do nosso país, como às da Venezuela.

Contudo, o petróleo venezuelano possui um grau API menor que 10, considerado pesado e ácido, além de afundar na água.

Outros países como os Estados Unidos, possuem reservas de um petróleo mais leve e doce, como os de excelente qualidade encontrados na região do sul da California.

Extração de petróleo no sul da Califórnia no início do século XX. Fonte: UOL.com

Tipos de bacias petrolíferas e suas extrações

Durante o processo de constituição das bacias sedimentares, muitos corpos ou restos de animais mortos e materiais orgânicos foram “enterrados” pelos sedimentos que foram depositados no fundo dos oceanos. Assim, dependendo das condições de temperatura e pressão, parte dos restos desses materiais foi conservada, dando origem aos fósseis. No entanto, quando a pressão e as temperaturas (geralmente influenciadas pelo aquecimento provocado pelas camadas mais baixas da Terra) são elevadas, a tendência é que esses restos orgânicos passem pelo processo de litificação (tornam-se líquidos). Dessa forma, conforme as condições de armazenamento, esse material acumula-se e transforma-se em petróleo.

Produção offshore

A produção de petróleo em escala industrial pode ocorrer de dois modos, em terra (onshore) ou no mar (offshore) Na produção offshore, plataformas em alto mar são fixadas, ou com tubos de aço de construção naval ou com ancoradas com cabos de aço. Equipamentos submarinos, são utilizados para trazer o petróleo dos poços no solo marítimo, que são perfurados até alcançar os reservatórios em até alguns quilômetros de profundidade, até as plataformas.

Processos das produções Onshore e Offshore. Foto: Reprodução

Depois que é realizada a extração do petróleo pelos poços de produção offshore, ele é armazenado na unidade de produção e então transportado em larga escala. Isto é feito através de oleodutos, que são tubos submarinos que transportam o óleo cru produzido, interligando as plataformas com terminais e estes entre si e as refinarias. Grandes navios-tanques, conhecidos como petroleiros, também realizam esse transporte

Conclusão

Neste artigo, aprendemos um pouco sobre a história do petróleo brasileiro, entendemos porque a Petrobrás foi criada e conhecemos o tipos de petróleo que produzimos. Além de entender como ele se forma e como pode ser extraído.


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Lavra subterrânea: O que é, quais são os métodos e sua regulamentação

Você já ouviu falar da maior mina subterrânea do mundo? A mina El Teniente destaca-se entre as maiores minas existentes que utilizam a lavra subterrânea. Ela está localizada em Machali no Chile, mais especificamente na Cordilheira dos Andes, e se encontra a 3.000 metros acima do nível do mar. Como se ainda fosse pouco, a mina El Teniente ainda é responsável pela maior produção de cobre no país, tornando o Chile, o maior produtor de cobre do mundo (34% da produção mundial). Quem coordena a produção da El Teniente é uma estatal mineira chamada Codelco, que vem elaborando e executando projetos de extensão da mina. Assim, após a conclusão de todo o trabalho de expansão, El Teniente terá dois mil quilômetros quadrados e suas reservas de cobre passarão a ser de 2.020 milhões de toneladas.
Mas já que estamos falando sobre uma mina subterrânea, que tal saber mais um pouco sobre o tipo de lavra que ela envolve e seus métodos?

O que é a Lavra subterrânea?

O método de lavra subterrânea refere-se à extração de minérios que são encontrados em depósitos mais profundos, em rochas duras ou brandas bem consolidadas. Nesse método, o minério deve ser delimitado via sondas por meio dos serviços de topografia.

E aí vai uma curiosidade para você: muitas minas antigas que eram subterrâneas passaram a ser de céu aberto porque não tinham equipamentos de grande porte e alta produção para a retirada das coberturas de estéril.

Mas, além disso, é importante que você saiba que na lavra subterrânea o corpo mineralizado precisa ser muito bem delimitado, as suas características precisam ser bem definidas por sondagens e galerias e o acesso é normalmente feito por túnel, rampa ou poço.

O transporte até a superfície pode ser feito por gaiolas ou por skips. Desde a profundidade de 600m podem ser utilizados caminhões, mas minas de pequena profundidade como as de carvão de Santa Catarina utilizam correias, que é mais econômico.

Além disso, a maioria dos equipamentos específicos utilizados nas operações subterrâneas são importados e a ventilação nas pequenas minas é natural, mas para a maioria delas são necessárias ventiladores e exaustores de grande potência.

Mineração subterrânea.
Mineraçåo Caraíba é um exemplo de mina que opera no modo subterrâneo. Foto: Reprodução (Image © ERO Copper 2017).

Se você quiser saber mais sobre a ventilação em minas subterrâneas, eu te indico ler o nosso artigo: Ventilação em Mina Subterrânea: como é feita e quais os tipos.

Mas fique atento: para que uma mina seja iniciada,  ela necessita de trabalhos preliminares mais prolongados chamado desenvolvimento, como abertura dos acessos, galerias subterrâneas, poços de ventilação, instalação de rede de utilidades etc. Estes serviços demandam dois a três anos para serem realizados.

Curiosidade sobre a Mina Subterrânea

A maior mina subterrânea do mundo que produz 82000 t/dia, encontra-se no Chile em El Teniente, que é lavrada com teores da ordem de 0,6- 0,7% Cu. A segunda maior mina do mundo é a de Kiruna, de ferro (60.000 t/dia), na Suécia que é a líder na aplicação de tecnologias de automação modernas em subsolo, e serve como campo de testes para uma das mais renomadas empresas fabricantes de equipamentos para subsolo.

Métodos Utilizados

Agora que você sabe o que é a Lavra Subterrânea, que tal conhecer quais são os métodos que esse tipo de lavra possui?

A lavra subterrânea possui métodos que são divididos em 3 grupos de acordo com a forma de abertura de poços, túneis e galerias nas rochas encaixantes:

Métodos com realces autoportantes

Para esses tipos de métodos, costumam exigir, para a sua aplicação, elevada continuidade e homogeneidade da qualidade do minério. Em geral são métodos de alta produtividade que são empregados na lavra de minérios de menor valor unitário, pois a recuperação é bastante comprometida pelo abandono dos pilares. Confira quais são os métodos:

Câmaras e Pilares:

o transporte pode ser feito a partir dos próprios realces, por shutle cars descarregando em correias transportadoras ou por vias de transporte abertas na lapa para este fim através de caminhões ou trens que podem receber o material desmontado.

Método dos Subníveis:

esse método permite grande variação em sua aplicação, razão da sua ampla utilização no Brasil. Uma variante bastante popular é a conhecida como a do método dos subníveis com furos longos, LHOS (long hole open stope), onde são usados furos de diâmetro largo, 115mm ou 150mm, em geral descendentes e se tem entre dois e três sub-níveis (um no piso e os demais no topo). O método é empregado no Brasil em vários locais como por exemplo na Bahia e em Minas Gerais.

Recuo por Crateras Verticais (VCR – Vertical Crater Retreat):

esse método teve uma grande importância na mineração por ter permitido, pela primeira vez, a recuperação de pilares aumentando as recuperações na lavra. Exige, antes, que os realces sejam suportados com enchimento de rocha ou pasta com cimento. Além disso, na aplicação do método, cria-se uma face livre horizontal e fazem-se as detonações de cargas esféricas proporcionando a formação de efeitos crateras. Este método desenvolvido pela INCO no Canadá foi experimentalmente aplicado na mina Caraíba com consultoria sul-africana.

Métodos com realces das encaixantes

Nesse método, o suporte pode ser dado pelo minério, que pode ser deixado em recalque, ou por material externo, que pode ser trazido aos realces. São métodos de menor produtividade quando comparados com métodos com aberturas auto-portantes em condições similares.

A menor produtividade se justifica em função dos desmontes menores (possibilitando trabalhar com menores vãos), de um maior número de operações conjugadas e da dificuldade própria de manuseio do minério em recalque ou do enchimento.

Em geral, são empregados em minérios de alto valor unitário, pois os custos com enchimento e manutenção do minério em recalque são altos e a produtividade é baixa, onerando a lavra. Confira quais são os métodos:

Recalque: é um método que não se presta bem à mecanização. É um método possível de ser aplicado em realces de pequena espessura. A perfuração costuma ser feita através de carretas de perfuração tipo jumbo ou mini jumbos, carretas tipo wagon drill, eletrohidráulicas ou pneumáticas ou de marteletes pneumáticos. O transporte pode ser feito por caminhões ou trens com vagões de pequeno porte. Quando são usados caminhões, estes são rebaixados e articulados e variam em capacidade, de 15t até 20t a 25t. Quando são usados trens, os vagões costumam ser do tipo gramby com 4t a 8t de capacidade, em trens com 8 a 12 vagões por composição.

Corte e Enchimento: é um método que permite lidar com variações quanto à continuidade e homogeneidade da qualidade do minério, provendo diluição e recuperação aceitáveis. Caso o material de enchimento seja estéril (do desenvolvimento ou outra fonte), configura-se o enchimento dito mecânico, que pode ser feito com ou sem a adição de cimento. Quando o material de enchimento é o rejeito do beneficiamento (backfill), cimentado ou não, configura-se o rejeito hidráulico.

Métodos com abatimento

São métodos que exigem, para a sua aplicação, continuidade e homogeneidade da qualidade do minério e que a capa seja sempre suficientemente instável para desmoronar, enchendo o espaço do minério que foi retirado.

São, em geral, métodos de alta produtividade, face à simplicidade das operações conjugadas a serem empregadas. Normalmente, esses métodos são empregados em minérios de menor valor unitário, pois a diluição costuma ser alta. A recuperação é frequentemente comprometida pelo abandono de parte do minério onde a diluição é maior. Confira quais são os métodos:

Abatimento por Sub-níveis: a  perfuração é ascendente, feita, em geral, com furos de diâmetro mais largo, entre 76mm e 102 mm. A carga e o transporte são feitos por equipamentos semelhantes aos utilizados no método dos sub-níveis, com preferência para os de maior porte, sempre que possível.

No Brasil, o emprego desse método ocorre nas minas de cromita da Mineração Vale do Jacurici, em Andorinhas, Bahia. Foi adotado na Mina de Fazenda Brasileiro, de ouro, da CVRD, em Teofilândia, também na Bahia, na porção mais superficial, onde se usou a variante com recalque. O método vem sendo aplicado em algumas situações na Mina Caraíba.

Abatimento por Blocos: a carga e o transporte são feitos por equipamentos semelhantes aos utilizados no método dos sub-níveis, com preferência para os de maior porte. É um método pouco popular, sendo usado por excelência nos pórfiros de cobre do Chile. Não foi até agora empregado no Brasil. É o método que está sendo adotado nas maiores minas do mundo como Palabowra, na África do Sul, e El Teniente, no Chile, lavrando-se minérios com teores de 0,7 a 1,0% de cobre.

Longwall: é um método comum na lavra de carvão e de potássio para profundidades maiores do que 300m. Há casos de utilização em mineração de ouro em rocha dura. Este método só foi experimentalmente utilizado na lavra de carvão de Leão I, no Rio Grande do Sul. Está havendo uma grande restrição dos órgãos ambientais no momento de autorizar a aplicação do método devido a não se permitir subsidências.

Em outros países, inclusive Estados Unidos, a aplicação do método tem sido permitida fazendo-se as proteções necessárias. O desmonte é feito com mineradores contínuos ou a fogo, com o uso de equipamentos de perfuração de pequeno porte. A carga é feita por transportadores de correntes que operam junto à face, alimentando correias transportadoras ou shuttle cars dispostas nas travessas.

Diferenças entre a mina subterrânea e a mina a céu aberto

Finalmente você conheceu quais são os métodos da lavra subterrânea, quero que conheça também as diferenças entre a mina subterrânea e a mina a céu aberto.

Nas minas subterrâneas o método de extração de rochas ou minerais necessitam de túneis embaixo da terra, devido à profundidade que se encontram os recursos a serem explorados.

Por outro lado, o método nas minas a céu aberto é realizado quando os materiais estão próximos à superfície e não precisam de escavação e construção de túneis.

Bom, de fato essas atividades são semelhantes independentemente do tipo de mina a ser usado em um território de exploração. Assim, a diferença está nas definições citadas acima. Desse modo, é possível que os projetos da operação sejam totalmente diferentes, isso porque lidar com minas subterrâneas requer avaliações especificas e muito cuidado com a segurança dos trabalhadores.

Mina a céu aberto.
Mina a céu aberto. Foto: Reprodução.

Qual o melhor método: lavra subterrânea ou lavra a céu aberto

Quando estamos lidando com a mineração, é possível a aplicação de vários métodos em uma operação de mina. A decisão do melhor método não é uma tarefa fácil, pois depende de conhecimento multidisciplinar e da experiência da equipe de planejamento. Por essas razões, existem dois pontos a serem levados em consideração durante a escolha:

– Avaliação das condições geológicas, sociais e ambientais para permitir a eliminação de alguns métodos que não estejam de acordo com os critérios desejados.


– Escolha do método que apresente o menor custo, sujeito às condições técnicas que garantam uma maior segurança.

Dessa forma, fatores como a relação estéril-minério, a segurança dos trabalhadores, viabilidade econômica, estabilidade da mina, estrutura geológica e a produtividade devem ser levados em consideração na etapa de planejamento para que o seu empreendimento tenha bom sucesso.

Conheça as principais minas subterrâneas do Brasil

Agora que você já conhece a lavra subterrânea, te apresento as minas subterrâneas do Brasil. Elas são encontradas em diferentes estados, conheça a seguir algumas delas:

Mina Barão (Goiás)

A mina Barão é localizada em Campos Verdes – Goiás e tem passado por um processo de reativação e extrai esmeraldas. O município é um dos com maiores reservas de esmeraldas do país.

Complexo de Mineração Caeté (Minas Gerais)

O complexo de Mineração Caeté é composto por duas minas subterrâneas: Mina Roça Grande e a Mina Pilar. Em ambas, a extração principal é o ouro.

Mina Urucum (Mato Grosso do Sul)

A Mina Urucum se localiza em Corumbá e, atualmente,  pertence à mineradora Vale. Tem como extrações principais o Minério de Ferro e o Minério de Manganês, sendo apenas o segundo explorado por meio da lavra subterrânea. Além disso, é uma das principais produtoras de manganês no Brasil.

Mina Caraíba (Bahia)

A Mina Caraíba está localizada na fazenda de Caraíba, em Jaguari. Tem uma mina subterrânea operando há mais 40 anos, com foco na extração de cobre.

Mina do Barro Branco (Santa Catarina)

Localizada em Lauro Muller, a Mina do Barro Branco é explorada pela empresa Carbonífera Catarinense e tem o foco no carvão mineral.

Conclusão

Vimos que a operação de uma mina exige grandes investimentos e envolve conhecimento multidisciplinar e principalmente, a melhor escolha do método de lavra. A decisão sobre o método está diretamente relacionada à qualidade da informação, que é baseada no material que será lavrado e nas condições do projeto.

Quer saber mais sobre esse assunto? Confira o nosso artigo sobre a seleção de método de lavra aqui: Seleção de método de lavra: como é feito e quais os aspectos considerados.


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