Mês: março 2023

Desastres com derramamento de petróleo no Brasil e no mundo

Se você está ligado nas notícias, já deve ter ouvido falar sobre derramamento de petróleo. Apesar de não ser muito comum, a atualidade está repleta de acontecimentos como este; algumas de grande porte, outras de menor. Contudo, todas causam um prejuízo tanto no âmbito econômico quanto o ecológico, mas quais são as possíveis causas desses desastres? E quais são os maiores?

Desastres

Apesar de todo investimento e tecnologia empenhada na área, há diversas ocorrências sobre derramamento de petróleo ao decorrer da história. Os quais acarretam uma série de prejuízos não só economicamente, mas também no âmbito ecológico. Os acontecimentos desses eventos estão distribuídos nas mais diversas etapas da cadeia produtiva, seja no upstream (concerne nas atividades de exploração, perfuração e produção) ou downstream (transporte, refino e comercialização), cada uma com sua devida proporção e motivos. Dentre os quais se destacam:

1- Guerra do Golfo, Kuwait


Em janeiro de 1991, no Golfo Pérsico, foi registrado o maior derramamento de nossa atualidade: cerca de 4 milhões de barris de petróleo, porém algumas fontes afirmam que esse volume chegou a 11 milhões de barris, atingindo centenas  de quilômetros da costa e afetando a biodiversidade do golfo. Contudo, o pior vazamento de petróleo da história não foi propriamente acidental, mas intencional. Devido à guerra do Kuwait, as tropas iraquianas abriram as válvulas dos poços de petróleo irrestritamente, visando atingir economicamente o país inimigo, e consequentemente elevando o preço do petróleo também. O que causou enormes danos à vida selvagem no Golfo Pérsico e a economia global, na época.

2 – Deepwater Horizon

Considerado o maior desastre ambiental da história, ao que parece, por causa de uma cimentação de poço mal executada, um vazamento de gás foi ocasionado e consequentemente, uma explosão na plataforma de exploração. Este acidente aconteceu com a plataforma semissubmersível, Deepwater Horizon, em 20 de abril de 2010, decorrendo no vazamento de 4,9 milhões de barris de petróleo na água, próximo ao estado norte-americano de Louisiana, no Golfo do México. O acidente causou a morte de 11 pessoas e deixou mais 17 feridas, atingiu mais de mil quilômetros de costa e impactou no ecossistema da vida marinha no local. Este tipo de situação, é em primeiro estágio detectado como um kick (Influxo indesejado de água, óleo ou gás), e quando não precocemente detectado e corrigido, e em última instância pode ocasionar um blowout (fluxo descontrolado de hidrocarbonetos).

Deepwater Horizon em chamas, Fonte: Wikipedia

3. Ixtoc I

Também no Golfo do México, em 1979, uma explosão foi responsável pelo rompimento da plataforma Ixtoc 1, na Baía de Campeche, localizada no Golfo do México. Tudo começou com um blowout no poço de perfuração, devido a um influxo indesejado de gás. Técnicos correram para fechar válvulas de segurança, mas em instantes a plataforma tinha se incendiado e já colapsava. Mais de 3 milhões de barris de petróleo foram derramados no mar durante os 290 dias em que o poço permaneceu aberto. Os impactos foram sentidos por mais de um ano no local, pois o petróleo perdido durante o incidente poluiu uma parte considerável da região offshore no Golfo do México, bem como grande parte da zona costeira, que consiste principalmente de praias arenosas e ilhas-barreira, muitas vezes encerrando extensas lagoas rasas.

4. Atlantic Empress

Desta vez com navios e coincidentemente poucos meses após o incidente com a Ixtoc 1, este desastre aconteceu no México, de 1979. Em 19 de julho, os navios petroleiros Atlantic Empress e Aegean Captain, carregando 276 mil e 200 mil toneladas de petróleo bruto, respectivamente, chocaram-se a poucos quilômetros da Ilha de Tobago. Este incidente foi um dos maiores na etapa do downstream e que mais ocasionou vítimas diretas também. Com o choque, houve uma explosão seguida de fogo, matando 26 tripulantes. O fogo no Aegean foi controlado e o navio foi rebocado para a costa, derramando pouco petróleo na água. Já o Atlantic Empress afundou dias depois. Ao todo, foram derramados cerca de 2 milhões de barris de petróleo no Mar do Caribe, causando enormes prejuízos econômicos e ao ecossistema da região.

5. Bacia do Rio Iguaçu

Apesar de não estar na lista dos piores e mais volumosos do mundo, o acidente aconteceu em uma refinaria no Brasil. Este incidente ocorreu na Baía do Rio Iguaçu, no estado do Paraná, devido a um acidente com vazamento de petróleo no oleoduto ligado à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária, que despejou mais de um milhão de galões de óleo no meio ambiente, afetando a fauna e a flora do local, ou seja, o equivalente a quatro milhões de litros de petróleo prejudicando não só o local de vazamento, mas também o seu entorno. Esse é considerado o maior desastre ambiental do estado do Paraná e também o maior desastre fluvial do Brasil, ocasionado por derramamento de petróleo.

Derramamento petróleo no rio, Fonte: Sindipetro, 2015


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LONSDALEÍTA: UM MINERAL COM DUREZA SUPERIOR À DO DIAMANTE?

Quando pensamos no mineral de maior dureza, o que tende a vir em mente é o diamante, não é? Mas você sabia que os cientistas descobriram a lonsdaleíta, um mineral 58% mais duro que ele? De acordo com estudos recentes, este mineral foi considerado o mais forte do planeta. Se você está totalmente por fora do assunto ou apenas sabe superficialmente, vem ler o artigo que você vai entender isso melhor!

O QUE É DUREZA?

Primeiramente, para entender bem o que está a ser descrito aqui, é necessário conhecermos determinados conceitos. Dito isso, temos que a dureza é, em resumo, a resistência que a superfície de um mineral oferece ao ser riscado. Isto é, é a facilidade ou dificuldade com que partículas são retiradas desta superfície. Para quantificar esta propriedade, utilizamos a Escala de Mohs, onde os materiais são classificados entre 1 e 10, após serem testados uns contra os outros: caso um risque o outro, implica dizer que sua dureza é maior. Tendo isto em vista, o diamante é o mais duro, com valor máximo de 10, ou seja, risca todos os minerais, mas não pode ser riscado por nenhum deles.

Escala de dureza dos minerais. Fonte: wikipedia

Entretanto, toda essa ideia tem de ser revista, uma vez que os cientistas constataram que a lonsdaleíta é cerca de 58% mais duro que ele. Isso é uma estimativa matemática, já que não se sabe quão duro ele de fato é.

Nível de dureza da lonsdaleíta e do diamante. Fonte: universoracionalista.org

MAS QUE MINERAL É ESSE?

A priori, após ler determinadas notícias, podemos ter a impressão de que o mineral foi descoberto há pouco tempo. Contudo, a lonsdaleíta foi descrito, pela primeira vez, depois de encontrarem um meteorito há mais de 50 anos. Na época, o material nunca tinha sido produzido como um mineral separado e puro, ademais acreditava-se que ele tinha sido formado devido ao impacto com a Terra.

Porém, no ano de 2022, a lonsdaleíta foi confirmado em um meteorito caído no continente africano que, segundo um estudo do Proceedings of the National Academy of Sciences, deve ter pertencido ao manto de um antigo planeta anão. Quem teorizou isso foi o geólogo Andy Tomkins, professor da Universidade Monash, enquanto categorizava meteoritos. Foi assim que encontrou um estranho tipo de diamante em uma rocha espacial.

Bom, agora falando sobre o material em si, a sua estrutura química é parecida com os diamantes comuns, porém sua estrutura atômica apresenta um design hexagonal, em vez de cúbica, como a dos diamantes, o que garante uma dureza adicional. Além disso, a estrutura incomum do mineral pode ajudar a informar novas técnicas de fabricação de materiais ultraduros em aplicações de mineração. Vale ressaltar que o nome foi escolhido em homenagem à cristalógrafa pioneira britânica Dame Kathleen Lonsdale, que foi a primeira mulher eleita como membro da Royal Society.

Professor Andy Tomkins, à esquerda, analisando uma amostra. Fonte: CNN Brasil

E COMO ELE PODE SER UTILIZADO?

Diversos podem ser os usos deste mineral, uma vez que ele pode ser replicado em laboratório. Já foram atribuídas utilizações relacionadas à identificação de meteoritos, entendimento acerca dos processos do universo, à mineração e à fabricação de ferramentas super-resistentes, a exemplo das brocas de perfuração de poços de petróleo e lâminas de serra. Paul Asimow, professor de geologia e geoquímica do Instituto de Tecnologia da Califórnia, afirmou que a lonsdaleíta pode ser usada em peças de máquinas minúsculas e ultrarresistentes, caso haja a possibilidade de desenvolver um processo industrial a fim de promover a substituição de peças de grafite por lonsdaleíta.


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Processo de flotação na concentração de minérios

Na indústria mineira, existem diversos processos para que seja possível fazer o uso de um determinado bem mineral. Um desses é a concentração mineral e importante método deste processo é a flotação, que iremos abordar neste artigo.

O que é flotação?

A flotação, no processamento mineral, é um método usado para separar e concentrar minérios, alterando suas superfícies para uma condição hidrofóbica ou hidrofílica; ou seja, as superfícies são repelidas ou atraídas pela água. O processo de flotação foi desenvolvido em escala comercial no início do século 20, para remover partículas minerais muito finas que antes eram desperdiçadas em usinas de concentração por gravidade. A flotação tornou-se agora o processo mais amplamente utilizado para extrair muitos minerais de seus minérios.

Grande parte dos tipos de minerais requer revestimento com um repelente de água para fazê-los flutuar. Ao revestir os minerais com pequenas quantidades de produtos químicos ou óleos, as partículas finamente moídas dos minerais permanecem não molhadas e, portanto, aderem às bolhas de ar. As partículas minerais são revestidas pela agitação de uma polpa de minério, água e produtos químicos adequados, estes últimos se ligam à superfície das partículas minerais e as tornam hidrofóbicas. As partículas não molhadas aderem às bolhas de ar e são transportadas para a superfície superior da polpa, onde entram na espuma, a qual, por sua vez, contém essas partículas e pode então ser removida. Minerais indesejados que naturalmente resistem à umidade podem ser tratados de modo que suas superfícies fiquem molhadas e afundem.

Essa capacidade de modificar a flutuabilidade dos minerais possibilitou muitas separações difíceis que agora são práticas comuns nas usinas modernas. A flotação é amplamente utilizada para concentrar os minerais cobre, chumbo e zinco, que comumente se acompanham em seus minérios. Muitas misturas complexas de minérios, antes de pouco valor, tornaram-se importantes fontes de certos metais por meio do processo de flotação.

Que tipo de minério passa por flotação?

A maior classe de minérios tratados pelo processo de flotação consiste naqueles que contêm os minerais sulfetados de cobre, os quais frequentemente contêm cobre nativo e também ouro e prata. Todos esses geralmente podem ser flutuados com os minerais de sulfeto em um concentrado. Qualquer pirita ou outro sulfeto de ferro presente geralmente pode ser impedido de flutuar e sair da planta no rejeito. Os minerais oxidados do cobre, principalmente o carbonato, podem ser extraídos dos minérios que os contêm por métodos que diferem um pouco dos necessários para a flotação dos minerais sulfetados; a flotação de minérios nos quais ocorrem juntos sulfeto e minerais oxidados não tem sido muito bem-sucedida até o presente.

A segunda maior classe de minérios passíveis de flotação são aqueles contendo sulfetos mistos de chumbo e zinco com ou sem pirita.

Por métodos modernos, costuma ser possível remover concentrados separados em estágios sucessivos de flotação, cada concentrado contendo um dos minerais pouco contaminados pelos outros. O tratamento de um minério no qual ocorre apenas um sulfeto de chumbo ou zinco é normalmente uma questão simples, mas a maioria desses minérios é concentrada por outros métodos. Os minerais oxidados de chumbo geralmente podem ser concentrados por flotação, mas requerem um método especial de tratamento; sua ocorrência é comparativamente rara. O uso de flotação para complementar ou substituir a adição de cianeto a minérios de ouro e prata está aumentando lentamente.

Equipamentos utilizados na flotação

Tanque de flotação

A flotação pode ser realizada em células ou tanques agitados mecanicamente retangulares ou cilíndrico ou colunas de flotação. Classificadas pelo método de absorção de ar, é justo afirmar que surgiram dois grupos distintos de equipamentos de flotação: máquinas pneumáticas e máquinas mecânicas. Geralmente, as máquinas pneumáticas fornecem um concentrado de baixo teor e poucos problemas operacionais.

Substâncias químicas utilizadas na flotação

Várias substâncias são utilizadas no processo de flotação, como reagentes, coletores, espumantes e reguladores.

Os coletores são os reagentes de flutuação usados para formar uma fina camada hidrofóbica sobre os minerais desejados. Essa camada hidrofóbica diminui a umectação dos minerais, aumentando a separação das partículas de ganga (molhadas em água) dos minerais. Os coletores podem se ligar à superfície do mineral por quimissorção ou absorção física. Para muitos minérios (por exemplo, os de Cobre, Molibdênio, Tungstênio, Níquel), os coletores são ligantes de enxofre aniônicos.

Os espumantes são reagentes de criação de espuma, que produzem uma pequena bolha de ar à qual o mineral desejado é anexado. Espumantes reduzem a tensão superficial da água. Uma variedade de compostos são adicionados para estabilizar as espumas. Esses aditivos incluem óleo de pinho, vários álcoois (metil isobutil carbinol (MIBC)), poliglicóis, xilenol (ácido cresílico).

Uma variedade de outros compostos são adicionados para otimizar o processo de separação, esses aditivos são chamados de modificadores. Os reagentes modificadores reagem com as superfícies minerais ou com coletores e outros íons na polpa de flotação, resultando em uma resposta de flotação modificada e controlada.


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Gelo combustível – uma possível fonte de energia para o futuro

O que é o gelo combustível de fato? Apesar de muitas pessoas ainda não conhecerem o gelo combustível, existem diversas pesquisas relativas à extração que pode se tornar uma das principais fontes de energia do futuro. Nos acompanhe nesse artigo e conheça mais um pouco sobre o assunto.

O que é o hidrato de metano

O hidrato de metano, também chamado de gelo combustível, é um sólido cristalino, cujos blocos de construção consistem em uma molécula de gás cercada por moléculas de água. Sendo assim, é semelhante ao gelo, exceto pelo fato de que a estrutura cristalina é estabilizada pela molécula de gás confinada dentro de moléculas de água.

Gelo combustível queimando – Fonte: USGS


Originalmente, se pensava que este tipo de hidrato ocorria apenas nas regiões externas do Sistema Solar, onde as temperaturas são baixas e o gelo é comum, porém grandes depósitos de hidrato de metano foram encontrados sob sedimentos no fundo dos oceanos da Terra.

Acredita-se ainda que os hidratos de metano se formam pela migração de gás das profundezas ao longo de falhas geológicas, seguida de precipitação ou cristalização, em contato com o fluxo ascendente de gás com a água fria do mar.

Ocorrência

Os hidratos de metano estão restritos à litosfera rasa (ou seja, menores que 2.000m de profundidade). Além disso, as condições necessárias são encontradas apenas em rochas sedimentares continentais em regiões polares, onde as temperaturas médias da superfície são inferiores a 0°C, ou em sedimentos oceânicos em profundidades de água superiores a 300 m, onde a temperatura da água do fundo é de cerca de 2°C. Além disso, lagos profundos de água doce também podem hospedar hidratos de gás, a exemplo do lago Baikal, na Sibéria. Depósitos continentais foram localizados na Sibéria e no Alasca em leitos de arenito e siltito a menos de 800m de profundidade. Os depósitos oceânicos parecem estar espalhados na plataforma continental e podem ocorrer dentro dos sedimentos em profundidade podendo cobrir depósitos ainda maiores de metano gasoso.

Hidrato de gás em um sedimento. – Fonte wikimedia

O tamanho das reservas oceânicas de hidrato de metano é pouco conhecido e as estimativas de seu tamanho diminuíram desde que foi reconhecido, pela primeira vez, que os hidratos poderiam existir nos oceanos durante as décadas de 1960 e 1970.

Usos comerciais

Depósitos econômicos de hidrato são denominados hidrato de gás natural (NGH). A maior parte do NGH é encontrada abaixo do fundo do mar (95%) onde existe em equilíbrio termodinâmico. O reservatório sedimentar de hidrato de metano provavelmente contém 2 a 10 vezes as reservas atualmente conhecidas de gás natural convencional, isso representa uma fonte futura potencialmente importante de combustível de hidrocarbonetos. No entanto, na maioria dos locais, acredita-se que os depósitos estejam muito dispersos para uma extração econômica. Outros problemas enfrentados pela exploração comercial são a detecção de reservas viáveis e o desenvolvimento da tecnologia para extração de gás metano dos depósitos de hidratos.

Em agosto de 2006, a China anunciou planos de gastar 800 milhões de yuans (US$ 100 milhões) nos próximos 10 anos para estudar hidratos de gás natural. Uma reserva potencialmente econômica no Golfo do México pode conter aproximadamente 100 bilhões de metros cúbicos  de gás. Pesquisadores do Instituto de Física e Tecnologia da Universidade de Bergen desenvolveram um método para injetar CO2 em hidratos e reverter o processo; assim extraindo CH4 por troca direta. O método da Universidade de Bergen está sendo testado em campo pela ConocoPhillips e pela estatal Japan Oil, Gas and Metals National Corporation (JOGMEC), e parcialmente financiado pelo Departamento de Energia dos EUA. O projeto já atingiu a fase de injeção e estava analisando os dados resultantes até 12 de março de 2012.

Em 12 de março de 2013, os pesquisadores da estatal japonesa JOGMEC anunciaram que haviam extraído com sucesso o gás natural do hidrato de metano congelado. Para extrair o gás, equipamentos especializados foram usados para perfurar e despressurizar os depósitos de hidratos, fazendo com que o metano se separasse do gelo. O gás foi então coletado e canalizado para a superfície onde foi aceso para provar sua presença.

Tanto o Japão quanto a China anunciaram em maio de 2017 um avanço na mineração de hidratos de metano, quando extraíram hidratos no Mar da China Meridional. A China descreveu o resultado como um avanço.

Preocupação ambiental

Especialistas alertam que os impactos ambientais ainda estão sendo investigados e que o metano, um gás de efeito estufa com cerca de 25 vezes mais potencial de aquecimento global em um período de 100 anos do que o dióxido de carbono, pode potencialmente escapar para a atmosfera se algo der errado. Além disso, embora seja mais limpo que o carvão, a queima de gás natural também gera emissões de dióxido de carbono.

Apesar das preocupações ambientais, alguns especialistas esperam que em algumas décadas, o hidrato de metano seja uma fonte de energia viável e com o potencial de suprir a demanda energética crescente.


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Hidrometalurgia na mineração

Você já ouviu sobre hidrometalurgia? Sabia que ela possui uma aplicação muito importante na mineração? Nos acompanhe neste artigo para ampliar seus conhecimentos sobre esse processo!

O que é hidrometalurgia?

Primeiramente, é necessário ter em mente que, na natureza, os minerais se encontram agregados a outros materiais. Assim, é essencial que sejam separados, a fim de que o uso do mineral desejado seja feito da melhor maneira possível.

Além disso, sabe-se que são conceituadas como metais-ganga as substâncias que devem ser extraídas dos materiais desejados e que são considerados material estéril. Nesta conjuntura, temos a hidrometalurgia, a qual é um processo utilizado para separação de minerais. Nela, a principal etapa de separação do metal-ganga é feita por meio de reações de dissolução do mineral-minério em meio aquoso. É por isso que é chamada de hidrometalurgia, pois o termo hidro remete à solução aquosa.

Hidrometalurgia. Fonte: Tecnicoemineracao

Quando ela é utilizada?

Agora que você já sabe o que é a hidrometalurgia de fato, talvez esteja se perguntando em quais situações seus métodos serão utilizados na mineração. Bom, como exemplo da utilização mais frequente dela, temos o caso da extração de cobre de minérios oxidados de baixo teor. O uso desse processo para o caso dos minérios sulfetados implica na ocorrência de uma etapa prévia de beneficiamento de minério, para que ocorra a obtenção do concentrado sulfetado, que ainda deverá passar por outro procedimento, com a finalidade de transformá-lo em um elemento intermediário e oxidado.

Ademais, outro exemplo que demonstra a sua importância é o processo de beneficiamento do ouro, o qual pode ser localizado em concentrações baixas do ambiente. Assim sendo, uma das maneiras de extrai-lo é por intermédio da aplicação de produtos hidrometalúrgicos, bem na sequência do beneficiamento do minério. Após passar pela lixiviação e estabilização, o metal passa a ser utilizado como um metal de valor econômico e nobre.

Quais são as etapas?

Preparação:

A primeira etapa é a de preparação, a qual ajusta as propriedades físico-químicas do sólido para a etapa seguinte, a exemplo da granulometria, composição, natureza química e porosidade. Esta etapa envolve operações do tratamento de minérios, as quais são a cominuição, classificação, concentração e separação sólido-líquido.

Todavia, em certos casos, a preparação requer modificações químicas do minério. Quando isso é necessário, são usados processos pirometalúrgicos, como a ustulação (na oxidação de ZnS em ZnO ou na oxidação de minérios refratários de ouro) e a redução (lateritas de Níquel na lixiviação amoniacal). Além deles, há os processos hidrometalúrgicos – na oxidação sob pressão de minérios refratários de ouro – e biohidrometalúrgicos, nos quais as reações são mediadas por microrganismos e são mantidas as condições operacionais necessárias para a atuação eficaz desses microrganismos.

Em resumo, nas situações citadas anteriormente, o pré-tratamento do minério facilita a extração do metal, seja pela obtenção de uma nova fase de mais pronta dissolução ou pela criação de acesso para os reagentes na matriz sólida que contém o metal a ser lixiviado, por exemplo.

Lixiviação:

A etapa seguinte é a de lixiviação, a qual é uma das etapas mais características do fluxograma hidrometalúrgico, juntamente com a recuperação do metal. Em síntese, a lixiviação é a dissolução seletiva dos minerais que contêm o metal de interesse por meio do contato do sólido – o minério ou o concentrado – com uma fase aquosa, a qual deve conter ácidos, bases ou agentes complexantes, a exemplo do ácido sulfúrico, hidróxido de amônio e sódio ou cianeto de sódio, respectivamente.

O processo descrito acima pode ser mediado por microrganismos, isto é, através da biolixiviação. Sua aplicação ocorre principalmente na dissolução de sulfetos. As operações de lixiviação podem ser divididas em dois grupos:

  • Leito estático: este grupo inclui a lixiviação in situ, em pilhas (de rejeito, seja estéril ou minério) ou em tanques estáticos (vat leaching);
  • Tanques agitados: este aqui está em desuso desde a última década na mina de cobre de Chuquicamata, Chile. Como o próprio nome sugere, aqui a lixiviação é feita em tanques agitados, abertos ou sob pressão.

Subsequentemente nesta etapa, temos as operações de separação sólido-líquido para a obtenção da fase aquosa ou licor, contendo o metal de interesse. Sendo assim, a etapa de tratamento do licor produzido visa a purificação da solução através da separação de elementos oriundos da dissolução da ganga e que podem afetar a etapa posterior.

Ademais, o tratamento do licor envolve processos como a precipitação, adsorção em carvão ativado ou em resinas poliméricas de troca iônica e extração por solventes.

Recuperação do metal:

Nesta etapa, o metal pode ser obtido na forma de sal ou hidróxido metálico, por intermédio de processos de precipitação/cristalização, ou na forma metálica. Quando obtido na forma metálica, são utilizadas reações de redução em fase aquosa, a redução por hidrogênio ou a eletrorrecuperação, sendo este último o principal processo utilizado na produção de metais de elevada pureza diretamente de soluções aquosas.

Ademais, a eletrorrecuparação se baseia na diferença de potencial entre cátodos-ânodos imersos em solução aquosa e é usado na obtenção de cobre, zinco, níquel, ouro, dentre outros. No que tange os metais com potencial redox muito negativo, ela é realizada em banhos de sais fundidos.

Processos. Fonte: Facebook Hidrometarlugiaemineria

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