Sal-gema, mineração consciente e o caso de Maceió

A Sal-gema é uma matéria-prima versátil, usado na fabricação de cloro, soda cáustica, ácido clorídrico e bicarbonato de sódio; na composição de produtos farmacêuticos; nas indústrias de papel, celulose e vidro; e em produtos de higiene, tais como sabão, detergente e pasta de dente. É empregado também no tratamento da água e nas indústrias têxtil e bélica. Nos acompanhe nesse artigo, e descubra algumas curiosidades sobre a sal-gema.

Minério Sal-gema

Também conhecido como sal fóssil, o sal-gema é uma rocha composta basicamente por halita (NaCl). Enquanto o sal marinho é geralmente usado no consumo humano e de animais, o sal-gema, que existe em quantidades maiores, é empregado sobretudo na indústria química. Uma segunda comparação interessante é que a água do mar tem 30 gramas de sal a cada litro, enquanto o sal-gema tem 300 gramas por litro.

Mineral Sal-gema
Mineral Sal-gema. Fonte: Tekportal.

A extração pode ser feita de duas formas: quando as camadas são mais superficiais e horizontalizadas, o sal é lavrado com maquinário no subsolo. Contudo, se forem mais profundas é utilizada a lavra por dissolução.

Essa extração acontece por meio da perfuração de poços, com a utilização de três tubos que vão do solo até a salmoura (solução com alta concentração de sais). Um dos tubos, o principal, é responsável pela injeção de água, para que se una ao sal, dissolvendo-o e tornando possível a retirada da salmoura por um dos tubos anulares. A função do terceiro tubo é para controle e medida do fundo do poço.

Mineração e consciência ambiental

A mineração consciente e regularizada desempenha um papel fundamental na preservação do meio ambiente, na garantia da segurança dos trabalhadores e na promoção do desenvolvimento sustentável. A extração de minerais e recursos naturais é uma atividade econômica importante em muitos países. Mas quando não é realizada de forma responsável, pode causar graves consequências ambientais e sociais, como veremos um exemplo mais a frente.

Uma das principais razões pelas quais a mineração consciente é crucial é a proteção do meio ambiente: a extração de minerais geralmente envolve a remoção de grandes quantidades de solo, vegetação e até mesmo pode levar à destruição de ecossistemas inteiros.

Sem regulamentação adequada e práticas sustentáveis, isso pode levar à perda irreversível da biodiversidade, erosão do solo, contaminação da água e do ar, destruição de habitats naturais, desequilíbrio ecológico, entre outros. Além disso, a  falta de cuidados na mineração pode ter sérias consequências para as comunidades  locais. Contudo, a ANM (Agência Nacional de Mineração) estipula regulamentações especificas para todo tipo de mineral que possa ser extraido, dessa maneira minimizando possiveis impactos que possam ser ocasionados.

O caso da sal-gema em Maceió

O cenário atual de alguns bairros de Maceió é resultante da somatória da atividade extrativista de sal-gema com a falta de preocupação por parte do poder público durante décadas nessas regiões. A mineração alterou a tensão do maciço rochoso sob os bairros como Pinheiro, Bebedouro e Mutange, que tem sofrido demasiadas consequências.

Dentre os principais impactos estruturais visualizados nos bairros afetados de Maceió, estão: o aumento da frequência de abalos sísmicos (desde fevereiro de 2018) infiltrações, afundamentos, surgimento de crateras e rachaduras em prédios comerciais, apartamentos e residências populares, dentre outros. Em alguns locais, o solo chegou a afundar de 1,5 m a 2 m de profundidade. Em 2018, estudos estimaram que o chão continuaria cedendo 25 centímetros por ano. Nas próximas décadas, pode chegar a 4 metros. Há ainda risco de abertura de crateras e desabamentos.

Impactos da subsidência no bairro Pinheiros em Maceió, Alagoas. Fonte: Geoportalufjf.

A empresa responsável pela extração de sal-gema na região, Braskem, foi declarada a principal responsável pela subsidência dos bairros, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em 2019. Esta se tornou a maior tragédia causada por mineração em território urbano do Brasil. A situação ganhou até um documentário, “A Braskem passou por aqui” (por Carlos Pronzato).

Hoje, a empresa tem um plano de desocupação e paga indenizações a moradores e comerciantes dos bairros atingidos, e também iniciou um processo para fechar as minas, anunciando a paralisação preventiva de extração de sal-gema e fechando sua fábrica em Maceió.


Ficou interessado? Quer saber mais? Entre em contato com a gente por nossas redes sociais e tire suas duvidas. Será um prazer atender você!

Precisa de assessoria em seus serviços minerários? Interessado em nossos cursos? Entre em contato com a gente, aqui, nossa prioridade é você!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *