Mês: agosto 2021

Outorga de água: o que é, qual a importância, tipos que existem

Antes de tudo, sabemos que a água é um recurso extremamente importante para a manutenção da vida no nosso planeta, isso porque ela não somente é um recurso vital para os sistemas biológicos se manterem, ela é primordial nas mais diversas atividades econômicas de toda sociedade.

Por essa razão, a pesquisa de novos alvos com potencial de exploração além de claro, a outorga para realiza-la é tão importante, tanto para garantir um negócio estável quanto para que os recursos possam chegar às pessoas.

Mas afinal, o que é a outorga de água? Bom nesse artigo você conhecerá um pouco mais sobre esse assunto, vem comigo!

O que é a outorga de água?

Então, a outorga de água é o que vai garantir a legalidade da exploração dos recursos hídricos. Além de ser muito importante para a regularidade das atividades que demandem uso de água, seja ela de origem subterrânea ou superficial, ou qualquer execução que altere os regimes de quantidade e qualidade das águas.

Ainda assim a outorga não oferece ao usuário a propriedade de água, na verdade ele terá o direito de seu uso, o que são coisas diferentes, é importante falar para você não se confundir.

Qual a importância da outorga de água?

A princípio, como dito resumidamente no tópico anterior, a outorga tem enorme importância por garantir a legalidade da exploração. Além disso, ela é importante para o gerenciamento dos recursos hídricos por permitir um controle do uso das águas, seja ela em relação a quantidade e qualidade.

Assim também é aplicada para fiscalizar o acesso aos recursos hídricos dos interessados e usuários.

Ela poderá ainda assim ser suspensa parcialmente ou totalmente caso haja algum descumprimento ou irregularidade que atinja algum dos termos presentes na regulamentação.

Tipos de Outorgas

Dentro desse regime, podemos falar principalmente de dois tipos de outorga, se você ainda não os conhece, observe a seguir:

-Outorga de direito de uso de recursos hídricos: Primeiramente esse é o tipo de outorga que se refere a um ato administrativo onde o poder público faculta ao indivíduo que está realizando o requerimento, o direito a usar os recursos hídricos (tanto superficiais quanto subterrâneos) por um prazo indicado. Afinal, esse documento permite e assegura o usuário a utilizar os recursos hídricos.

-Outorga Preventiva: Por outro lado, esse tipo de outorga já não garante direito ao uso de recursos hídricos.Na verdade, ela é mais voltada para que os possíveis investidores realizem o planejamento de algum empreendimento que utilize esse recurso, funciona mesmo como um tipo de reserva.

Ao mesmo tempo, a depender das características que a exploração se destinar, o empreendimento pode precisar de uma outorga ou de um cadastro para uso insignificante de água. Por outro lado, existe também a chamada anuência prévia para perfuração de poços.

Sendo assim, essas são algumas modalidades de outorgas:

-Permissão: A princípio essa modalidade está destinada para pessoas jurídicas e físicas. Ainda assim é aplicada quando não se tem o objetivo de empregar o uso como utilidade pública e quando se tem um efeito insignificante no corpo de água. Por isso, seu prazo máximo é de 2 anos.

-Concessão: Por outro lado, essa é voltada apenas para pessoas jurídicas quando houver pretensão de utilizar o recurso hídrico para finalidade pública. Além disso tem um prazo máximo de vigência avaliada até 12 anos.

-Autorização: já diferente da anterior, essa autorização se dirige tanto à pessoa jurídica quanto a física, no entanto, é para quando não se espera utilizar o recurso hídrico em algum tipo de utilidade pública. Tem o prazo máximo sendo a metade do mencionado anteriormente, 6 anos.


Figura 1- Autorização por tipo e uso de recurso hídrico na outorga de água. Fonte: Reprodução.

Quais são os órgãos responsáveis pela outorga de águas?

Antes de mais nada já posso te dizer que os órgãos responsáveis pela outorga vão depender de alguns pontos. Em outras palavras esses pontos na verdade estão mais relacionados a questões de localização do corpo de água.

Então, quando o recurso hídrico estiver localizado em rios e lagos, e que banham mais de um estado, é de responsabilidade da União o domínio dos mesmos, ou seja, estão em domínio federal e a responsabilidade da outorga é da Agência Nacional de Águas (ANA). Nesse sentido, vale lembrar que o domínio da União também se estende no caso de abranger mais de um país também, ou fazer divisa.

Por outro lado, quando o recurso hídrico em questão está situado em apenas um estado, a responsabilidade já passa a ser do estado em questão, da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH).

Leia também: Licenciamento Ambiental na Bahia.

Usos de água que estão sujeitos à outorga

Em primeiro lugar podemos dizer que dentre as atividades que necessitam de um regime de outorga, temos as seguintes:

  • Captação de água superficial;
  • Extração de água de aquífero subterrâneo;
  • Lançamento de resíduos (esgoto, resíduos em geral tratados ou não) em corpo de água;
  • Uso de água em empreendimentos de aquicultura;
  • Aproveitamento hidrelétrico;
  • Outras interferências que alterem o regime, a qualidade ou quantidade das águas;
  • Outros usos que alterem regime de quantidade e qualidade da água.

E quando independe da outorga?

Então, lá no início do artigo eu te falei algo sobre uso insignificante/efeito insignificante, não foi? Como não nos aprofundamos no tema até então, agora chegou a hora de entender quais são os usos definidos como insignificantes.

Relembrando, os usos insignificantes são aqueles que não causam impactos significativos e que por isso não precisam de uma outorga.

  • Captações em corpos de águas superficiais, por usuário em um mesmo corpo de água, em que a vazão captada é igual ou até inferior a 1,5 litro por segundo. Tendo um valor máximo diário de 43.200 litros;
  • Acumulações superficiais, por usuário em um mesmo curso de água, com volume máximo de 10.000 m³;
  • Derivações e captações em corpos de água superficiais, por usuário em um mesmo corpo de água, que ofereça atendimento a pequenas populações, e cujas vazões captadas sejam iguais ou inferiores a também 1,5 litro por segundo;
  • Os usos referentes a captações esporádicas realizadas durante um período máximo de 30 dias.

Procedimento para solicitar a outorga

Então, depois de todas essas informações você deve estar se perguntando como que é realizado o procedimento de solicitação da outorga de águas, certo? Deixa eu te falar, isso também vai depender de alguns pontos que abordamos anteriormente.

Ficou curioso? Então relaxa que já vai entender direitinho.

Ao longo desse artigo falamos sobre águas de domínio da união e de domínio estadual, sobre a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH).  Nesse sentido, são essas duas entidades que estarão a frente da regulamentação da outorga das águas, isso considerando as particularidades já mencionadas até aqui.

Com base nisso, tendo em mente qual será o órgão que você deverá recorrer, será necessário seguir um passo a passo que você pode conferir no nosso artigo sobre Documentação e solicitação de outorga, que em breve será postado aqui no blog.


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Peneiramento na mineração: quais telas são mais utilizadas e recomendadas

Se você chegou nesse artigo antes de ter lido o nosso artigo sobre Peneiramento na Mineração, recomendo que você leia o mencionado primeiro, pois assim será mais fácil entender algumas coisas que iremos abordar aqui! Mas, se você já leu o artigo sobre o “Peneiramento: o que é…” fica comigo e vamos entender um pouco mais sobre as telas que são usadas no peneiramento.

O que é peneiramento?

Antes de mais nada, é bom refrescar a memória lembrando sobre o que é peneiramento, concorda comigo?

Então, o peneiramento é um processo que as mineradoras utilizam para classificar e separar os materiais processados pelo tamanho de suas partículas: os de granulometria fina são “aceitos” e passam pela malha das telas e os de granulometria grossa ficam retidos e seguem para outras etapas.

Quais são os tipos de telas mais usadas nas peneiras?

Primeiro de tudo, você deve buscar uma tela que atenda a todas as situações de trabalho, e por isso, o tipo mais utilizado é o de ondulação simples.

Ou seja, este modelo apresenta malhas extremamente uniformes, o que possibilita uma maior homogeneidade dos materiais que passam pela peneira. Portanto, é extremamente vantajoso por apresentar grande qualidade e um baixo custo, assim essa tela possui uma ótima relação custo-benefício.

Além disso, outro modelo recomendado é o de ondulação plana, e como o próprio nome sugere, trabalha com uma das superfícies planas, o que permite que o material seja deslizado mais facilmente. Em outras palavras, isso reduz o atrito e, consequentemente, o desgaste das telas, garantindo assim uma longevidade da mesma.

Ademais, podem ser adquiridas as telas para mineração oscilantes, isso porque, são produzidas especialmente para a atuação dos materiais que poderiam causar entupimentos. Desse modo, são desenvolvidas com aberturas retangulares e fios que vibram alternadamente, afinal, facilitam a passagem do material.

Telas metálicas usadas no peneiramento

Agora iremos falar um pouco das telas metálicas e sobre os outros pontos que devem ser levados em conta na escolha das telas de classificação. Antes de mais nada, é muito importante verificar o formato e o percentual de área aberta, ou seja, a área de passagem do material pela tela.

Se tivermos a mesma abertura, mas o fio que forma a tela tiver um diâmetro diferente, teremos para o mesmo tamanho de tela, áreas abertas diferentes. Assim temos um exemplo na figura abaixo:

Figura 1: Abertura de telas.
Fonte: Reprodução.

É preciso ter muito cuidado na hora que for comprar as telas, não leve somente em consideração as informações dos fabricantes com relação à área aberta da tela, porque isso não garante que essa será a área aberta efetiva quando ela for instalada na peneira.

Como saber qual tela comprar?

Quando você decide que trocará a tela é importante verificar a área aberta efetiva da tela instalada na peneira, ou seja, a área que realmente permite a passagem de produto após a montagem no equipamento.

Na montagem da tela na peneira, temos diferentes componentes, como travessas, longarinas com borrachas para apoio da própria tela e peças como esticadores, entre outros itens, por exemplo, que tampam alguns furos da tela fazendo com que a área de peneiramento diminua.

Nas fotos a seguir podemos ver melhor as áreas que impedem a passagem de produto quando instaladas na peneira.

Figura 2: Telas com áreas bloqueadas. Fonte: Reprodução.

Na imagem acima podemos ver claramente a quantidade da área de passagem do produto que pode ser perdida dependendo da construção da peneira onde a tela é montada, por isso é importante ter certeza da área efetiva para a tomada de decisões adequadas.

Qual a diferença entre abertura da tela e corte?

É importante que você entenda a diferença entre abertura da tela e corte. Essa diferença varia de acordo com vários fatores, alguns da própria tela, como tipo de material e espessura, e outros da peneira onde será instalada, como inclinação e amplitude de vibração, por exemplo.

Se a tela fosse colocada na horizontal, ou seja, sem nenhuma inclinação, e estática (sem vibração) a abertura da tela e o corte seriam os mesmos. Mas como podemos ver na figura abaixo, quando temos uma inclinação (ângulo formado entre a tela e a horizontal), a projeção da abertura na horizontal é menor.

Como o material a ser classificado sofre a ação da gravidade e tentará passar pelo furo verticalmente, esse será o corte feito para esse tamanho de tela instalada.

Figura 3: Diferença entre corte e abertura de tela.
Fonte: Reprodução.

Essa diferença é normalmente levantada de forma empírica, ou seja,  de acordo com as experiências adquiridas em diferentes aplicações e, portanto, varia muito a recomendação entre os fabricantes de tela e de peneiras.

No caso de telas metálicas temos números que podem variar entre 5% e 12,5%, ou até mais, de abertura da tela maior do que a necessidade de corte, mas o importante é saber que essa diferença existe e tomar o cuidado na hora da compra em deixar claro do que se está falando, abertura ou corte.

Como resultado essa diferença é ainda maior quando as telas de classificação são de poliuretano ou borracha.

Telas metálicas ou telas de borrachas?

Até o momento, falamos somente das telas metálicas, mas saiba que também existem telas de borracha, poliuretano, híbridas ou mistas e auto limpantes.

Agora você conhecerá alguns pontos gerais que são levados em conta na escolha das telas de classificação:

O formato dos furos: para ter controle do tamanho, são usadas telas com diferentes formatos de furos; 

Figura 4: Exemplo de telas.
Fonte: Reprodução.

Às vezes, o formato dos furos pode ser importante também para outras necessidades além da classificação em si, por exemplo:

A escolha padrão é o formato quadrado.

Figura 5.

Numa classificação de material mais grosso, para melhorar a vida útil da tela, pode ser utilizado o formato circular.

Figura 6.

Se quisermos aumentar a capacidade, podemos usar um formato retangular alinhado com o fluxo de material.

Figura 7.

Se for necessária maior precisão de classificação com boa capacidade ou a utilização em uma peneira desaguadora, pode ser usado o formato retangular, mas colocado perpendicularmente ao fluxo de material.

Figura 8.

Veja agora algumas fotos de telas de borracha e telas metálicas:

Figura 9: Telas de borracha.
Fonte: Reprodução.


Figura 10: Telas metálicas.
Fonte: Reprodução.

Conclusão

Enfim, chegamos no final do artigo, e agora vamos recapitular algumas coisas que abordamos: a escolha adequada das telas é importante para a classificação que se deseja, pois, vários fatores podem alterar as condições de trabalho, entre eles material de construção, área aberta, inclinação da peneira e material a ser classificado, entre outros.

Com isso, espero que agora você tenha um direcionamento e saiba em qual tela investir!


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Sondagem na Mineração: o que é, como funciona?

Antes de tudo, nós já batemos um papo sobre pesquisa mineral, você lembra? Dá uma olhadinha neste artigo: Saiba tudo sobre a pesquisa mineral e suas fases – Cristal Jr, quando finalizar esse aqui. Hoje eu quero conversar com você sobre um processo comumente utilizado durante a pesquisa mineral, a sondagem na mineração, ou sondagem exploratória.

Então, pra começar, alguns dos principais fins que justificam a utilização da sondagem são: a construção de poços para futura captação de água, a procura de petróleo e gás natural além do  reconhecimento e compreensão de depósitos minerais.

Meu objetivo é tentar esclarecer para você o que é, como funciona, quais os tipos, como escolher e outras possíveis duvidas que possa surgir no caminho. Vamos comigo?

O que é a sondagem na mineração?

Agora vamos começar do início. Você sabe o que é sondagem?

Em primeiro lugar, a sondagem consiste no processo onde é realizado furos no chão, com o objetivo de fornecer mais informações sobre o perfil do solo e das rochas ali presentes. Além disso, as sondagens são a principal fonte de informação sobre um depósito mineral e garantem a obtenção de amostras representativas.

Sobretudo para a mineração, é um processo muito importante. É essencial para conseguir quantificar, qualificar e realizar a modelagem geológica do provável depósito.

Portanto, ela deve ser planejada para conseguir representar todo o depósito mineral em estudo e, deve ser baseada nos dados que já foram obtidos nas etapas anteriores. Assim, por consequência, diminuir as incertezas tanto da modelagem geológica como do cálculo dos recursos minerais.

Figura 1: Sondagem. Fonte: Reprodução.

O que é modelagem geológica?

Anteriormente mencionamos o termo “modelagem geológica”, mas você sabe o que é?

Falando de forma rasa, a modelagem geológica é uma descrição do volume de rochas relacionada aos tipos de rochas, deformações e estruturas presentes. Com um modelo geológico de qualidade, é possível prever a geometria do corpo apresentando características do material similar ao real. É como se fosse o “mapa do tesouro”.

As informações geológicas fornecidas para as atividades como a construção civil e a mineração, são na maioria das vezes, obtidas através de técnicas de sondagem. É utilizado um conjunto motomecanizado para perfurar o material de estudo (solo ou rocha).

Dessa forma, as informações coletadas irão auxiliar a engenharia ao que diz respeito ao planejamento, além de que ajuda  imensamente para os estudos de viabilidade técnica e redução de custos, trazendo uma maior segurança ao definir novas metas e procedimentos que serão realizados em diversos projetos desses setores.

Como funciona?

Como você já sabe, os testemunhos da sondagem são a principal fonte de informação. Eles são submetidos a diversas análises químicas e físicas e fornecem as amostras que promovem um maior detalhamento geológico.

Por outro lado temos outro ponto de importantíssima relevância é que a sondagem realizada nos depósitos minerais contribui ativamente para o planejamento de lavra.

Com todas as informações recolhidas, as equipes de mina são otimizadas durante sua operação. Já que, possuem informações que auxiliam no planejamento dos avanços nas frentes mineralizadas, conseguem prever áreas de alto, médio e baixo teor, sabem quais serão as áreas destinadas à deposição de estéril e de estabelecimento da infraestrutura da mina.

Acredito que agora você já deve entender o uso da sondagem, mas vamos conversar um pouco mais sobre a sua aplicação durante a pesquisa mineral?

As sondagens na pesquisa mineral devem ser planejadas para representar todo o depósito mineral que será estudado.  Assim, o profissional responsável deve planejar qual será o espaçamento, ângulo, entre outros detalhes que serão determinantes para proporcionar o maior número de informação sobre o depósito.

Alguns dados da sondagem são extremamente relevantes para a pesquisa mineral, eles, normalmente, são organizados da seguinte maneira:

– Descrição da rocha;

– Estruturas;

– Grau de alteração;

– Mineralização;

– Dados químicos;

– Densidade aparente;

– RQD;

– Grau de recuperação;

– Dados de desvio do furo.

Depois de captar todos esses dados é necessário organizá-los para que seja possível realizar as estimativas da melhor forma. Um geólogo faz o acompanhamento e a descrição das sondagens na pesquisa, comumente acompanhando de um técnico em mineração, responsável pela organização de todas as amostras, caixas de sondagens além de auxiliar na descrição e uma série de outros processos.

Figura 2: Amostras de sondagens.Fonte: Reprodução.

Quais os tipos de sondagem existem?

A grosso modo, dois tipos de sondagem se destacam: percussão e rotativa.

Cada um desses métodos deve ser utilizado de acordo com uma série de características e diferentes variáveis. A seguir, falaremos um pouco sobre esses dois tipos:

Percussão:

A sondagem de percussão funciona através de um peso que, em queda livre, cai sobre os equipamentos que estão dispostos sob a rocha, perfurando-a. Ela é mais rápida e possui um custo menor que a rotativa, é um método que pode ser utilizado quando a rocha está seca e é impermeável, muito usada no desenvolvimento de minas e na perfuração de poços dos mais diversos tipos e também para análise ambiental.

Figura 3: sondagem percussiva. Fonte: Reprodução.
Rotativa:

A sondagem rotativa a diamante é considerada a mais flexível dentre todos os tipos existentes.

É quando a rocha é perfurada por movimentos de rotação, que acaba recortando-as. Sua principal vantagem é conseguir determinar exatamente a localização da zona mineralizada, ela preserva a integridade do material perfurado, tem capacidade de atravessar qualquer material rochoso (independente do seu grau de coesão) consegue realizar furos inclinados o que facilita o acompanhamento de estruturas e bandeamentos.

Esse é o único método que permite obter um registro geológico completo, análise da estrutura e textura da rocha e a realização de testes geomecânicos nas amostras. Pode ser executado através de dois métodos: método convencional e sondagem diamantada, variando de acordo com as condições geológicas e estratigráficas da região.

É importante pontuar que existe também a possibilidade de utilizar a sondagem híbrida, o que se refere a utilização de métodos em conjunto. Para identificar quais deles você deve usar, o ideal é que você os conheça afundo e entenda as principais diferenças entre eles.

A profundidade é um dos fatores mais determinantes para a escolha do método.

Figura 4. Fonte: Reprodução.
Figura 5.
Figura 4 e 5: sondagem rotativa. Fonte: Reprodução.

Leia também: Conheça os equipamentos mais utilizados na mineração

Como escolher?

Agora que já aprendemos o que é, como funciona e quais são os tipos podemos passar para a próxima fase: como escolher.

Para escolher a técnica de sondagem leva-se em consideração diversos fatores:

– Quais os tipos de materiais que serão prospectados;

– Equipamentos disponíveis na região de atuação;

– Quais os dados existentes sobre a área estudada;

– Como é o local de acesso para os equipamentos operacionais.

Ao falar de pesquisa mineral, lembramos do uso da sondagem rotativa. Sendo a mais comum a sondagem rotativa diamantada, embora seja o método de custo mais elevado.

Na exploração mineral, a sondagem rotopercussiva também é muito utilizada. Pode ser utilizada na perfuração de substratos mais compactos, por exemplo, e apresenta uma boa produtividade.

Bom, existe algumas boas práticas recomendadas para a sondagem na mineração.

Diante da sondagem rotativa a diamante a equipe de sondagem deve sempre registrar o avanço e a recuperação em uma espécie de “boletim diário de sondagem”. Como avisei anteriormente, a profundidade é um fator determinante. Neste tipo de sondagem é preciso verificar a profundidade do furo, além de ter cuidado com a limpeza observando sempre a profundidade final.

Com a sondagem rotopercussiva na mineração não existe possibilidade de analisar as amostras em laboratórios (devido as suas características), assim, é necessário encontrar métodos auxiliares a sua perfuração. E com profundidades elevadas ela costuma ter problemas operacionais, novamente, a profundidade é uma questão determinante. É preciso analisar o limite de profundidade que esse método deve ser utilizado de acordo com a área de estudo.

Como funciona o acompanhamento de sondagem na mineração?

Veja bem, o acompanhamento de sondagem na mineração deve ser realizado por um geólogo experiente!

Até para que os dados de coordenadas do furo, orientação, localização e descrição das amostras sejam obtidas corretamente. Todos eles são extremamente importantes para que se possa fazer o cálculo de recursos minerais.

É de grande importância a verificação em campo, localizações das sondagens. Quaisquer erros na localização dos furos podem causar erros geométricos, o que interfere diretamente na determinação da tonelagem do minério.

Por fim, sabemos que o ramo da mineração possui algumas particularidades. Apresentam grandes riscos durante a exploração, e por se ter longos processos é uma consequência ter longos prazos para o retorno do investimento, e sabemos que o investimento é bem alto. Além de ser uma indústria dependente da geografia, afinal, as jazidas estão onde estão.


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Mineração urbana de lixo eletrônico no Brasil: por que desperdiçamos tanto, o descarte e o reaproveitamento dos eletrônicos

Em 2018, foi feita uma pesquisa pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), com quatro estados mais o Distrito Federal, e foi revelado que 85% dos entrevistados mantinham algum tipo de equipamento, que não funciona mais, guardado em casa. Então, eu suponho que você que está lendo deve ter um celular que não usa mais, porém, deixa guardado na sua gaveta, ou ainda aquele computador que não funciona mais. Porém, você sabia que eles ainda são valiosos? Bom, se você ficou curioso sobre como essa infinidade de aparelhos eletroeletrônicos – computadores, impressoras, telefones celulares, entre outros – são descartados, e porque eles são tão valiosos, continua lendo esse artigo, que você descobrirá tudo e mais um pouco sobre a mineração urbana! Vem comigo!

O que é a mineração urbana?

A princípio, a mineração urbana pode ser definida como a transformação de produtos pós-consumo, em matéria-prima, com o objetivo de ser reutilizada na produção de novas mercadorias, evitando a necessidade da extração da natureza.

Analogamente, enquanto a mineração tradicional tira minerais da terra, a mineração urbana recicla e coloca novamente em circulação materiais que foram descartados pelos consumidores e iriam ser dispostos em aterros sanitários.

Isto é, ao passar pelo processo de mineração urbana, os minerais extraídos dos aparelhos são chamados de matérias-primas secundárias, cujo objetivo principal é diminuir o desperdício de recursos naturais e a diminuição das extrações da natureza.

Todavia, apesar de pouco explorada no Brasil, a mineração urbana tem um grande potencial econômico e ambiental.

A importância do descarte correto

Como você deve saber, é importante descartarmos o nosso lixo em locais apropriados, pois eles prejudicam não somente a saúde e o bem-estar humano, como também a fauna e a flora.

Por exemplo, de acordo, com a pesquisadora do departamento de saúde ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Wanda Günther, a parte dos resíduos que não é gerenciada de forma adequada acaba causando problemas como ocupação de grandes espaços urbanos por aterros e locais de descarte inadequado.

Do mesmo modo, a contaminação do solo, os riscos à saúde humana e a necessidade de exploração de novos recursos naturais, enquanto os disponíveis são descartados, também aparecem como adversidades geradas nesse cenário.

Como acontece o reaproveitamento dos lixos eletrônicos?

Bem, o processo de tratamento que os resíduos recebem no Descarte Ecológico é mais complexo do que muitos imaginam. Agora você conhecerá as quatro etapas principais:

  • A retirada dos produtos;
  • A triagem (separação e classificação por tipo de resíduos);
  • A descaracterização;
  • Por fim, a reciclagem.

Cabe ressaltar que a etapa de descaracterização dos lixos eletrônicos, será onde as matérias-primas serão separadas para que passem pelo processo de reciclagem e possam ser reutilizadas de diversas outras formas pela indústria. Portanto, ao ser realizada, os resíduos poderão ser enviados para a reciclagem e reutilizados de forma segura. Ou seja, sem acarretar perigos de contaminação devido às substâncias tóxicas contidas neles.

Como extrair do lixo eletrônico?

Os materiais mais comuns considerados lixos eletroeletrônicos são: computadores, celulares, monitores, teclados, impressoras, câmeras fotográficas, aparelhos de som, TVs e fios. Porém, eletrodomésticos, telefones, carregadores, baterias, lâmpadas eletrônicas e pilhas também são. A seguir, você conhecerá algumas formas de extrair os metais deles:

  • Mecânica: Na reciclagem mecânica ocorre a diminuição do tamanho do material e a fragmentação por britagem e moagem. Em seguida, os resíduos passam por peneiras, classificadores mecânicos e ciclones, que classificam os materiais por granulometria. Por fim, passam por uma separação por densidade magnética; processos que separa os fragmentos magnéticos (como Fe, Ni) dos não magnéticos. O não magnético passa por uma separação eletrostática, separando materiais condutores de corrente elétrica (por exemplo: Pb, Cu, Sn) dos não condutores (polímero e cerâmico);
  • Química: A reciclagem química se dá pelo processo de hidrometalurgia. Nela, os metais são extraídos através da lixiviação ou dissolução do material em meio aquoso. É utilizada a chamada água-régia (composta por 75% de ácido clorídrico e 25% de ácido nítrico) ou o ácido-sulfúrico para separar os materiais desejados, obtendo-se frações pesadas (metais) e frações leves (plásticos e cerâmicos);
  • Térmica: É utilizada a pirometalurgia, que consiste em converter os metais em diferentes estados de pureza ao passarem por altas temperaturas. O processo exige grande quantidade de energia para incinerar as placas e obter um metal concentrado, que segue para outro processo de separação: a eletrólise;
  • Eletrólise: É o processo que refina os metais na eletrometalurgia, a partir de reações de oxirredução não espontâneas. Nela, o metal que está no ânodo se dissolve sob forma de íons metálicos e depois é depositado no cátodo na forma pura. Dependendo do metal que deseja ser extraído deve se usar o eletrorrefino ou a eletro-obtenção;
  • Biometalurgia: É o processo que utiliza micro-organismos que interagem com minerais, recuperando metais a partir disto. Já é possível recuperar com esta prática: cobre, ouro e cobalto. Porém, é necessário que o metal esteja disposto de modo que os micro-organismos consigam “atacá-lo”.
Figura 1: Peças de eletrônicos que contem minerais. Fonte: Reprodução.
Figura 2: Big bags com lixo eletrônico que será reciclado. Foto: Green Eletron

De antemão, mesmo reciclando, a tecnologia para fazer a reutilização dos metais preciosos é bem pequena no Brasil. Por isso, as recicladoras, geralmente, as encaminham para empresas europeias para que sejam reutilizadas em outras indústrias, como por exemplo, as de joias.

Quais são as vantagens de reciclar?

A reciclagem de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos permite a redução do impacto ambiental causado pela exploração de recursos naturais no planeta.

Para vocês terem dimensão, apenas em 2019, a Green Eletron conseguiu extrair aproximadamente 100 toneladas de metais ferrosos (ferro fundido, aço e suas ligas) e não-ferrosos (cobre, estanho, zinco, chumbo, e outros), que foi reaproveitado pela indústria siderúrgica. Foram recicladas também cerca de 47,5 toneladas de plástico, fazendo que 69 toneladas de CO2 deixassem de ser emitidos.

A mineração urbana, onde ouro e prata são retirados dos aparelhos eletrônicos, é o novo futuro para a produção de joias. Foto: Daniel Kirsch / Pixabay

Quanto lixo eletrônico o Brasil produz?

É absurdo, mas o Brasil gera anualmente 1,5 milhão de toneladas de resíduos eletroeletrônicos, o que representa 3,4% dos 44,7 milhões de toneladas geradas no mundo. Os dados colocam o país na sétima posição entre os maiores geradores deste tipo de resíduo. No mundo, apenas 20% desse material é coletado e reciclado.

Figura 3: Fotos de vários eletrônicos desperdiçados. Fonte: Reprodução.

Onde pode ser feito o descarte do lixo eletrônico?

Você sabia que os fabricantes têm a obrigação de disponibilizar pontos de coletas ao consumidor?

No Brasil existe uma empresa recicladora, chamada Sinctronics, ela gerencia mais de 400 pontos de coleta no território nacional onde recebe em torno de 450 toneladas de materiais eletrônicos por mês. “Isso representa menos de 2% de produtos que as marcas colocam no mercado”, diz Mileide Alves Cubo, gerente de operação da companhia.

Figura 4: Recicla Sampa

Quais são os minerais/materiais presentes que podem ser reutilizados?

Como já foi mencionado anteriormente, os eletrônicos contem frações de vários materiais extremamente valiosos. A maioria destas substâncias está nas placas de circuito impresso (PCI).

Pode parecer pouco, mas a quantidade de metais é significativa se considerarmos, por exemplo, que a concentração de ouro existente no PCI é superior a encontrada no minério de ouro bruto. Emcada tonelada de resíduo de PCI é possível extrair 17 gramas de ouro. Já namineração de ouro a quantidade extraída varia de 0,4-12 gramas por tonelada de minério. Impressionante, não é?!

Isto pode ser visto, por exemplo, na mina Morro do Ouro, em Paracatu-MG, que opera com um dos teores mais baixos do mundo, segundo a revista Brasil Mineral.

De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês), o reaproveitamento de uma tonelada de celulares renderia: 3,5 kg de prata130 kg de cobre e340 g de ouro.

Isso acontece porque na fabricação de boa parte de equipamentos eletrônicos são utilizadas matérias-primas preciosas como ouro, prata, chumbo, paládio, cobre e alumínio, que podem ser reaproveitadas por meio da mineração urbana.

Figura 5: Elementos químicos presentes nos componentes dos celulares. (Foto: www.blog.goo.ne.jp)

Como aprendemos na escola, esses metais são raros e possuem uma quantidade limitada no planeta Terra, por isso é importante reciclarmos.

A mineração urbana custa caro?

De acordo com um estudo da Comunidade Europeia, a reciclagem de recursos pode reduzir em torno de 20% a necessidade de entrada de materiais virgens até 2030 e uma economia potencial de mais de 600 bilhões de euros na indústria europeia entre 2012-2030.

No Brasil, estima-se que seria possível recuperar com a reciclagem do lixo eletrônico descartado no País em 2016 cerca de R$ 4 bilhões com a mineração urbana de quatro metais (cobre, alumínio, ouro e prata).

Sim, a mineração urbana precisa de um investimento da Indústria, comércio, governo e sociedade, mas também traz um grande retorno econômico e ambiental, principalmente considerando que em alguns anos as reservas de alguns metais podem se extinguir.

Benefícios da mineração urbana

Bom, pudemos perceber que a mineração urbana é importante, portanto, veremos alguns desses benefícios que a mesma é capaz de proporcionar:

  • Independência das extrações de matérias-primas da natureza;
  • Redução de preços dos materiais, pois serão constituídos de matérias-primas secundárias;
  • Impacto menor que a mineração tradicional sobre os recursos naturais;
  • Limitação de importações, já que as matérias-primas secundárias podem ser reutilizadas nos setores industrial e comercial;
  • Melhor gerenciamento dos resíduos, uma vez que se baseia na chamada economia circular;
  • Geração de mais trabalho e renda no ramo;
  • Facilidade de reutilização, pois não precisam ser refinados, apenas derretidos.

Conclusão

Conforme podemos observar, a mineração urbana contribui para a sustentabilidade, uma vez que abrange três pilares: social, econômico e ambiental.

Portanto, são necessários mais investimentos para que essa prática se torne cada vez mais acessível. Assim, de fato, ela poderá atingir seu potencial para a recuperação de matérias-primas secundárias a partir do descarte de REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos) no país e no mundo.


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