Mês: dezembro 2021

Áreas de bloqueio na mineração: saiba o que são, quais são e sua importância

Você sabia que nem todas as áreas que possuem recursos minerais podem ser reservatório mineral, ou seja, economicamente, tecnicamente e legalmente exploradas? Pois é, no Brasil algumas áreas não são permitidas fazer a exploração dos minérios, e hoje, caro leitor, você saberá o porquê, e quais são essas áreas bloqueadas.

O que são as áreas de bloqueio?

Também chamadas de limitação de mineração, as áreas de bloqueios são áreas protegidas por lei, onde não podemos fazer a exploração das riquezas presentes nestes determinados locais do solo brasileiro, mas em alguns casos o órgão ambiental competente pode emitir licença para que a área possa ser explorada, o que não é tão comum.

Caso uma pessoa, física ou jurídica, não respeite essa determinação, poderá sofrer punições severas, que podem variar a depender da importância da limitação. E você sabe o porquê de existirem essas limitações? Se não, você vai entender a seguir!

A importância das áreas de bloqueio

As áreas de bloqueio na mineração foram definidas a fim de preservar a natureza e a história de alguns importantes locais do território brasileiro, já que para ocorrer o processo de lavra o ambiente precisa sofrer algumas mudanças, como: o desmatamento e a quantidade de rejeitos gerados, que são consideráveis, gerando outros danos que você pode saber mais quais são em um outro artigo nosso, para ler, clique aqui, nele  falamos sobre os impactos ambientais que podem ser gerados pela mineração.

As áreas bloqueadas na mineração brasileira

Dentro dessas determinações de territórios com limitação de mineração temos diferentes tipos de locais, e os objetivos que tornam essas áreas bloqueadas também variam, temos entre elas: áreas de gasodutos, linhas de transmissão, hidrelétricas, reserva extrativista, tribos indígenas, caverna, sítio paleontológico, conselho nuclear, sítios arqueológicos, área militar, unidade de conservação integral e países limítrofes. Essas áreas podem ser encontradas utilizando o Sigmine.

O Sigmine

O Sistema de Informações Geográficas da Mineração (Sigmine) é uma plataforma muito importante para quem necessita de informações sobre as atividades minerárias no país. Com ele é possível ver áreas com processos ativos, inativos, reservas garimpeiras e outras informações, entre elas temos as áreas de bloqueios também, que podemos mapear facilmente, assim podemos obter informações como: o nome da empresa responsável, a categoria, data e nome do local. O Sigmine é uma plataforma segura mantida pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Interface Sigmine. Fonte: Reprodução.

Quais são as áreas bloqueadas?

Anteriormente já citamos algumas áreas que são bloqueadas, e agora você irá entender melhor sobre algumas delas:

Áreas de geração de energia: as áreas onde temos hidrelétricas, gasodutos e linhas de transmissão são áreas importantes para a geração e distribuição de energia, assim a exploração mineral pode ser impedida nesses locais. A não ser que essas atividades não prejudiquem uma a outra, e caso haja impasse na decisão, o estado irá determinar quem poderá continuar com as atividades.

Tribos indígenas: a fim de preservar a ancestralidade da nação brasileira e também a natureza do dos locais onde se encontram as tribos, a nação assegura a proteção dessas áreas diante de atividades que as degradem, mas essa proteção pode ter  exceções após estudos sobre os impactos possíveis, a ouvidoria da comunidade e a participação do lucro, e também autorização do Congresso Nacional.

Tribos indígenas (Fonte: correio braziliense)

-Reservas extrativistas: As reservas extrativistas são áreas utilizadas por populações tradicionais extrativistas, que realizam atividades de agricultura de subsistência e a criação de animais de pequeno porte, atualmente essas áreas são protegidas por lei para que não sejam feitas atividades de exploração mineral, mas podem ser permitidos pequenos garimpos desde que seja previsto e aprovado o plano de manejo da unidade de conservação.

-Cavernas: no Brasil as cavernas são cadastradas e gerenciadas pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas.  Essas cavernas são de extrema importância para estudos históricos, geológicos, biológicos, paleontológicos, entre outros. Por isso, as cavernas também são protegidas em relação aos impactos que a mineração pode gerar, mas também pode haver exceções.

Caverna do poço azul (Chapada Diamantina-BA). Fonte: Reprodução.

-Sítios paleontológicos: considerados patrimônio cultural do país, os sítios paleontológicos são locais importantes para a formação e preservação de fósseis. Assim, essas áreas também são protegidas contra os impactos que a mineração pode causar.


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Serra Pelada: o que aconteceu e o que está por trás do massacre

Como já sabemos, o Brasil é gigante, e a grande extensão territorial do país proporciona várias vantagens. Entre elas, a possibilidade de possuir riquezas naturais, tanto na superfície terrestre como no subsolo. Ao longo da nossa história, o Brasil ficou marcado pela grande quantidade de ouro encontrado durante os séculos XVII e XVIII. E é ele o protagonista do artigo de hoje. Você conhece a história de Serra Pelada?

O que aconteceu em Serra Pelada?

Figura 1: imagem de garimpeiros trabalhando em Serra Pelada. Fonte: Reprodução.

Vamos do princípio, a Serra Pelada é uma região localizada no Estado do Pará e durante a década de 80 essa área foi fortemente invadida por milhares de pessoas buscando o enriquecimento rápido através do garimpo de ouro.

E como sempre, a mineração é responsável por mobilizar todo um comércio ao entorno do mesmo. Graças a grande concentração de garimpeiros, a região atraiu lavradores, médicos, motoristas, padres, engenheiros, entre muitos outros profissionais.

No entanto, a princípio, com o objetivo de evitar possíveis confusões, foi proibida a entrada de mulheres e de bebidas nos garimpos. Outra informação importante é quefoi o major do Exército, Sebastião Curió, o responsável, até então, pela organização no garimpo. Ademais, a evolução foi muito rápida, a área em pouco tempo se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo, toneladas e toneladas de ouro foram retiradas de Serra Pelada.

Por ignorância de boa parte da população local, esse fato fez com que todos pensassem que as jazidas de ouro seriam capazes de enriquecer os garimpeiros. Porém, a maioria dos garimpeiros não conseguiram enriquecer, e o que é pior, muitos morreram durante todo o funcionamento do garimpo.

E o que de fato aconteceu? Além das inúmeras mortes durante a busca do ouro, ocorreu um massacre. O massacre da ponte de Marabá.

Ele aconteceu durante uma manifestação por direitos trabalhistas no garimpo de Serra Pelada. Mais de 300 pessoas foram encurraladas por policiais militares a cerca de 70 metros de altura do rio Tocantins. Até hoje o número exato de mortos ainda não foi desvendado. 

Qual a história por trás do massacre?

É comum associar o garimpo a más práticas de trabalho, isso se dá graças as informações que absorvemos durante nossa formação, como os exemplos presentes na literatura, nas histórias contadas, e principalmente, nos filmes. Em parte, ao falarmos de muitos anos atrás, essa informação não está 100% equivocada.

Em primeiro lugar, as condições de trabalho eram muito precárias: calor intenso, utilização de escadas danificadas, barrancos altamente perigosos e poeira de monóxido de ferro no ar, que era inalada pelos trabalhadores. Entretanto, apesar de todos esses fatores, os garimpeiros trabalhavam dia e noite na esperança de enriquecer.

O resumo dessa história é que a produção aurífera em Serra Pelada decresceu e, em 1992, ocorreu a paralisação da extração de ouro na região. Com o tempo, a grande cratera aberta para a retirada do ouro transformou-se em um enorme lago.

E caso você não saiba, a Companhia Vale do Rio Doce recebeu uma indenização de 59 milhões do Governo Federal, pois tinha direitos sobre as jazidas de ouro, que foram invadidas por milhares de garimpeiros.

O Filme

Figura 2: Imagem da capa do filme Serra Pelada. Fonte: Reprodução.

Caso tenha interesse se entreter e conhecer mais um pouco sobre a história, existe um filme sobre a Serra Pelada. O filme é uma ficção, mas que se baseia na realidade de fatos ocorridos na época.

O filme “Serra Pelada” conta a história de Juliano e Joaquim. Eles são grandes amigos que ficam empolgados ao tomar conhecimento de Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, localizado no estado do Pará.

A dupla resolve deixar São Paulo e partir para o local, sonhando com a riqueza. Só que, pouco após chegarem, tudo muda na vida deles: Juliano se torna um gângster, enquanto Joaquim deixa para trás os valores que sempre prezou.

O filme foi lançado em 2013 e dirigido por Heitor Dhalia, contando com o elenco composto por: Sophie Charlotte, Wagner Moura, Matheus Nachtergaele, Juliano Cazarré e Júlio Andrade.


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Minas abandonadas: onde estão e como visitá-las.

Você sabia que só no estado de Minas Gerais existem mais de 400 minas abandonadas? Pois é, os números são alarmantes! E você sabia que algumas dessas minas abandonadas estão abertas para visitação? Continua conosco nesse artigo e vamos descobrir quanto custa para poder visitar uma mina, entre outras curiosidades interessantes.

O que é uma mina?

Antes tudo, vamos entender o que é uma mina, e quais os tipos que existem. Bom, uma mina é dita como uma escavação destinada à obtenção de substâncias úteis ao homem como: minérios, combustível, água etc.

Falando agora sobre os métodos de lavra, podemos encontrar dois tipos: a lavra a céu aberto e a lavra subterrânea, vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas:

  • Método de lavra a céu aberto: O método de lavra a céu aberto representa a mineração em depósitos com menor profundidade, próximos à superfície.

O método de lavra a céu aberto refere-se à extração de minérios que são encontrados em depósitos com menor profundidade, ou seja, as jazidas estão localizadas bem próximas à superfície. Normalmente, esse método explora o minério até o seu esgotamento.

Os principais métodos de lavra a céu aberto são:

  • Encostas
  • Cavas
  • Fatias
  • Lavra por dissolução
Figura 1: imagem de uma lavra a céu aberto, Fonte: Reprodução.
  • Método de lavra subterrânea: Consiste na retirada de minérios em depósitos de maior profundidade.

O método de lavra subterrânea refere-se à extração de minérios que são encontrados em depósitos mais profundos, ou seja, as jazidas estão afastadas da superfície. Nesse método, o minério deve ser delimitado via sondas por meio dos serviços de topografia.

O método de lavra subterrânea possui variações como:

  • Métodos com realces autoportantes;
  • Métodos com realces das encaixantes;
  • Métodos com abatimento.
Figura 2: imagem de uma lavra subterrânea. Fonte: Reprodução.

Porque as minas são abandonadas?

Bom, agora que já conhecemos um pouco mais sobre o que é uma mina e os tipos que existem, vamos tentar entender porque as minas são abandonadas.

A princípio não sabemos ao certo qual o motivo que leva um minerador abandonar seu empreendimento, mas podemos especular que o motivo seja que a mina chegou no fim de sua vida útil, ou seja, todo o bem mineral já foi explorado e não tem mais nada economicamente viável para ser aproveitado.

Como resultado, nos deparamos com uma situação bastante triste e preocupante, pois as barragens que são feitas para armazenarem os rejeitos não são mais fiscalizadas, o que pode acarretar futuramente em algum acidente, e como sabemos, esse tipo de acidente causa grandes estragos na fauna e na flora brasileira.

As minas desativadas oferecem risco à população e ao meio ambiente?

Você sabia que alguns profissionais da mineração consideram as minas abandonadas como verdadeiras “bomba-relógio”?

Bom, as barragens mais vulneráveis de Minas Gerais, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), pertencem a empresas que hoje estão com as atividades paralisadas.

A barragem de mais alto risco de Minas Gerais é a da Mina Engenho, da Mundo Mineração, companhia que deixou de operar no município de Rio Acima há mais de seis anos. Sem manutenção desde então, a única sinalização que a barragem recebeu foram placas que alertam para a presença de material tóxico usado na extração de ouro, como arsênico e mercúrio.

Do total de áreas vistoriadas entre 2014 e 2015, 169 foram confirmadas como abandonadas e 231 como paralisadas, e 134 foram classificadas como paralisadas sem controle ambiental, muitas na categoria de baixo e médio risco. Outras 97 estão paralisadas com controle ambiental, o que equivale a 24% das minas.

Quantas minas desativadas existem no Brasil?

Como mencionado no início do nosso artigo, foi feito um levantamento em 2016 pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) de Minas Gerais, e foi detectado que o estado tem cerca de 400 minas abandonadas.

Importante ressaltar que esse levantamento está concentrado apenas nos sítios inoperantes e não a situação das barragens.

São dados alarmantes, pois estamos nos referindo a somente um estado do nosso país, imagine as centenas de minas abandonadas que devem existir pelo Brasil, é realmente bastante assustador.

Existem minas desativadas no Brasil que são abertas para visitação?

  1. Mina do Chico Rei: Fica no bairro Antônio Dias e dá para ir a pé da Praça Tiradentes. Foi uma mina de ouro que utilizava trabalho escravo. Uma grande curiosidade é que foi a única mina que pertenceu a um negro e ex-escravizado.

Informações sobre a mina:

Endereço: Rua Dom Silvério, 108 – Antônio Dias
Telefone: (31) 3551-1749/3552-2866
Horário de funcionamento: diariamente, das 8h às 17h
Valor: R$ 20,00 (preço único) – aceita apenas dinheiro – Confirme os valores antes de ir;

Figura 3: Entrada da Mina Chico Rei. Fonte: Reprodução.

2. Mina du Veloso: Fica mais afastada no Centro, no bairro São Cristóvão. Em um dos salões da mina é possível ver estalagmites (mas não se entra nesse salão). Uma coisa diferente é que há um poço com água super cristalina, embora não-potável, devido à alta concentração de minérios. Em alguns pontos, samambaias estão brotando nas paredes.

Informações sobre a mina:

Endereço: R. Levindo Inácio André, 180 – São Cristóvão – Ouro Preto
Telefone: (31) 3551-0792
Horário de funcionamento: diariamente, das 9h às 18h
Valor: R$ 25,00 a inteira e R$ 15,00 a meia – aceita apenas dinheiro – Confirme os valores antes de ir;

Figura 4: Mina du Veloso. Fonte: Reprodução.

3. Mina Felipe dos Santos: localizada no bairro Alto da Cruz. Foi aberta à visitação mais recentemente e é alvo de estudos de geólogos e engenheiros, que acreditam que a mina também era usada para exploração de ocre. Tem uma pequena queda d’água dentro da mina.

Informações sobre a mina:

Endereço: Rua 13 de Maio, 637, Bairro Alto da Cruz – Ouro Preto
Telefone: (31) 98679-6467
Horário de Funcionamento:  diariamente, das 8h30 às 17h30
Valor: R$ 30,00 (preço único) – Confirme os valores antes de ir.

Mina Felipe dos Santos. Fonte: Reprodução.

Saindo agora da cidade de Ouro Preto, temos outra mina aberta para visitação bastante conhecida no Brasil, é a Mina de Visitação Octávio Fontana, ela fica localizada na cidade de Criciúma e foi inaugurada em outubro de 2011. O complexo abriga loja de souvenires, exposições, a gruta de Santa Bárbara e estacionamento para carros e ônibus.

O visitante faz um percurso de cerca de 300 metros em uma mini locomotiva e durante o trajeto várias estações contam a história da extração carbonífera e da cidade.

Toda a infraestrutura foi preparada para receber os turistas, com atenção especial no quesito segurança. É a única mina de carvão aberta à visitação no Brasil.

Figura 6: Imagem da chegada da Mina de Visitação Octávio Fontana. Fonte: Reprodução.

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Pré-Sal: o que é, como exploramos e a realidade no Brasil

Você já ouviu falar no pré-sal? Sabe como é explorado? Será que existe depósitos aqui no Brasil? Bom, continua comigo nesse artigo e vem sanar suas dúvidas!    

O que é o Pré-Sal?

De forma bem resumida, o pré-sal é um “depósito” de petróleo e gás natural localizado em águas profundas: mais de sete mil metros abaixo do nível do mar, antes da camada de sal, por isso recebe este nome. Impressionante, não é mesmo?!

Mas, antes de continuarmos falando sobre o pré-sal, eu te convido a ler um artigo sobre o Petróleo no Brasil, tenho certeza que será bastante enriquecedor também. Mas, voltando a falar sobre o pré-sal…

Além disso, o pré-sal é uma sequência de rochas sedimentares formadas há mais de 100 milhões de anos, localizada no espaço geográfico criado pela separação do antigo continente “Gondwana”.

Provavelmente você já deve ter escutado sobre isso em alguma aula de geografia do ensino médio, talvez com outra nomenclatura: a separação dos atuais continentes Americano e Africano.

Figura 1: Imagem ilustrativa das camadas abaixo do oceano. Fonte: Reprodução.

Essa separação começou há cerca de 150 milhões de anos, sofrida entre os dois continentes formando, inicialmente, grandes depressões, que deram origem aos grandes lagos. Ali foram depositadas, ao longo de milhões de anos, as rochas geradoras de petróleo do pré-sal.

Diante da gravidade, todos os rios dos continentes que se separavam escoaram para as regiões mais baixas, assim um grande volume de matéria orgânica foi depositado ali. À medida que os continentes se distanciavam, esses materiais orgânicos, que então foram acumulados nesse novo espaço, foram sendo cobertos pelas águas do Oceano Atlântico, que estava se formando.

Nesse sentido, foi dado o início da formação de uma camada de sal, a qual, nos dias atuais, chega a 2 mil metros de espessura, o que dificulta bastante sua exploração. Essa camada de sal foi depositada sobre aquela matéria orgânica acumulada, até que processos termoquímicos transformaram a camada orgânica em hidrocarbonetos, ou seja, o petróleo e o gás natural.

As temperaturas dos locais onde se encontra essa reserva petrolífera são muito altas, entre 80º C e 100º C. Ou seja, área de alta pressão e temperaturas, diante disso as composições das rochas acabam alterando-se, o que demanda uso de tecnologias avançadas.

A grande descoberta

“As descobertas no pré-sal estão entre as mais importantes em todo o mundo nos últimos anos”. Esta frase está estampada na primeira página do site, sobre o Pré-Sal, da Petrobras,

Nesse sentido, a reserva é composta por grandes acumulações de óleo leve, considerado de excelente qualidade e com alto valor comercial. Isso nos coloca em uma posição estratégica, principalmente ao se falar da grande demanda de energia mundial.

Para descobrir essas reservas e operar com eficiência em águas ultra profundas, foi necessário desenvolver tecnologia própria. Atuaram em parceria com fornecedores, universidades e centros de pesquisa. Contrataram sondas de perfuração, plataformas de produção, navios e submarinos. Consegue imaginar quantos recursos foram mobilizados para tornar isso possível? Movimentaram toda a cadeia da indústria de energia.

A realidade no Brasil

A reserva brasileira localiza-se em uma faixa litorânea de aproximadamente 800 quilômetros de extensão, em torno dos estados do Espírito Santo e Santa Catarina.

O petróleo encontrado nessa região é de alta qualidade e localiza-se numa área de três bacias sedimentares:

1. Bacia de Santos

2. Bacia de Campos

3. Bacia do Espírito Santo

Quem descobriu o pré-sal no Brasil?

Por volta dos anos 2000, em 2006 especificamente, foi anunciado sua existência: um grande campo petrolífero armazenado abaixo de uma espessa camada de sal.

Veja bem, a descoberta foi fruto do processo de cooperação entre a Petrobras e empresas estrangeiras que visavam exploração de petróleo.

Figura 2: Imagem da fachada de um dos prédios da Petrobras. Fonte: Reprodução.

Ao longo dos anos, a estatal desenvolveu tecnologias que pudessem garantir a autossuficiência do Brasil em relação às reservas de petróleo, visto que o Brasil, historicamente, sempre dependeu da importação do óleo.

Assim, as pesquisas saíram dos campos terrestres e migraram para águas profundas. A chamada offshore, temos um artigo explicando melhor sobre essa exploração, vale a pena ler: Conheça um pouco sobre a exploração de petróleo no mar.

Se pararmos para conversar sobre a economia da época em que o pré-sal foi descoberto no Brasil, vamos observar que nosso contexto socioeconômico apontava uma relevante expansão econômica brasileira, somada ao aumento da demanda mundial de petróleo.

No entanto, nos anos seguintes, mais especificamente no ano de 2010, aPetrobras iniciou, de fato, o processo de extração de petróleo no campo Jubarte, localizado na Bacia de Campos, no Espírito Santo, dando início a uma nova perspectiva para a economia brasileira.

Acompanhe alguns dados fornecidos pela própria estatal:

– A produção de petróleo, cresceu de 2010 para 2016 o total de 24,3 vezes, alcançando a marca de 1 milhão de barris produzidos por dia;

– Já em maio de 2018, a Petrobras anunciou que a produção de petróleo atingiu a marca de 2,07 milhões de barris por dia. Ou seja, uma produção 48,8 vezes maior que a referente a 2010;

– São ao todo 52 poços sendo perfurados em um período cada vez menor, isso graças ao avanço em tecnologias e projetos.

Como funciona a exploração do pré-sal?

Agora que sabemos sobre o que o pré-sal e quais encontramos no Brasil, agora falaremos sobre como ele é explorado. Continua comigo!

Então, segundo o Ministério de Minas e Energia é a Bacia de Santos e a Bacia do Espírito Santo que encontramos os principais campos, a exemplo do Tupi, conhecido como campo de Lula.

Na região em que se estendem as Bacias de Santos e de Espírito Santo, a Petrobras perfurou 31 poços, sendo a Bacia de Santos a que detém os poços mais produtivos. Dos dez poços com melhor vazão diária, nove encontram-se nessa área.

Figura 3: Plataforma de exploração de petróleo na Bacia de Campos. Fonte: Reprodução.

Segundo o diretor da Empresa de Pesquisa Energéticas, José Mauro Ferreira, até o ano de 2026, o Brasil tem poder produtivo para se tornar um dos cinco maiores exportadores de petróleo do mundo. Muito promissor, não acha?

Qual nossa situação atual do pré-sal no Brasil?

A demanda petrolífera é uma das principais causas de conflitos e guerras no mundo, você já deve ter ouvido falar sobre isso.

Fica mais fácil pensar em dois grandes polos: de um lado os países que produzem petróleo e possuem as grandes reservas, e do outro lado estão os países que consomem, mas que possuem pouca ou nenhuma reserva.

O curioso é observar que os países com grandes reservas normalmente têm mercado reduzido, tecnologias limitadas e pouco capital, como países do Oriente Médio. Já os países com reservas pequenas, na sua grande maioria, contam com grandes mercados, bastante capital e tecnologias avançadas e têm necessidade de comprar petróleo de grandes produtores.

Dito isso, a descoberta do pré-sal no Brasil nos colocou em uma posição de privilegio, pois atraiu uma maior visibilidade do mercado investidor. A exploração significou um novo rumo de desenvolvimento para o Brasil.

Essa atividade estimulou os investimentos por parte de empresas nacionais e estrangeiras, assim impulsionando a produção de tecnologia, promovendo maior capacitação profissional e gerando oportunidades de emprego.

Graças a esse interesse, que representa grandes investimentos na economia do país, o governo estipulou três regimes, por meio de contratos, para exploração do petróleo:

Concessão: garante direitos exclusivos para a produção, exploração e venda do petróleo em um determinado período.

Partilha de produção: a União detém o petróleo e negocia a distribuição dos lucros entre os investidores.

Cessão onerosa: o Estado dá à Petrobras o direito de exploração do petróleo em algumas áreas.

A ideia foi que por meio do regime de partilha de produção, o Brasil conseguisse maior controle da exploração do petróleo e, assim, obter maior vantagem econômica e estratégica.

Um dos grandes exemplos do interesse em investimentos mundiais são os leilões que ocorrem nas áreas do pré-sal no Brasil.


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Quadrilátero Ferrífero: entenda sobre a região

Você sabia que a presença de minérios como ouro e prata foram agentes importantíssimos para o desenvolvimento de diversas cidades no estado de Minas Gerais?

Da mesma forma, assim como outras diversas cidades que surgiram a partir da presença de recursos minerais exploráveis, Minas se destaca pela presença do chamado quadrilátero ferrífero, região de destaque e importância no cenário nacional e até mundial. Nesse artigo nós te mostraremos mais sobre alguns aspectos importantes da região.

O que é o Quadrilátero Ferrífero? Onde está localizado?

Bom, a primeira coisa que você deve estar se perguntando deve ser ‘’o que é o quadrilátero ferrífero? ’’, e olha só, se foi isso mesmo, agora você vai entender isso e muito mais. Vamos nessa?

Então, o Quadrilátero Ferrífero é uma área do sudeste brasileiro, muito rica em recursos minerais, sendo considerada a mais importante dessa região e até mesmo do Brasil. O quadrilátero está localizado em Minas Gerais, e dentre os munícipios que o compõe temos:

Bom Jesus do Amparo, São Gonçalo do Rio Abaixo, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Catas Altas, Alvinópolis, Mariana, Ouro Preto, Ouro Branco, Congonhas, Jeceaba, Belo Vale, Moeda, Itabirito, Rio Acima, Brumadinho, Mario Campos, Sarzedo, Ibirité, Nova Lima, Raposos, Sabará, Caeté, Belo Horizonte, Santa Luzia.

Vários lugares, não é mesmo? A partir disso já dá para imaginar quão grande é o território, cerca de 7000km2. Mas, com base nisso surge outro questionamento, qual a relação do nome Quadrilátero ferrífero? Não nos remete a algo que esteja relacionado com quatro lugares, por exemplo?

O que acontece, ou melhor, o que aconteceu para receber esse nome está relacionado com o fato de que no final dos anos 50, o geólogo Gonzaga de Campos notou que os maiores depósitos de minério de ferro da região se localizavam numa região limitada próximas a linhas que ligam os municípios de Itabira, Mariana, Congonhas, Casa Branca, Itaúna e Rio Piracicaba.

Localização do Quadrilátero ferrífero. Fonte: Reprodução.

Como e quando foi descoberto?

Um ponto importante de se saber é o período em que a reserva foi descoberta, e já te adianto que não foi uma descoberta tão recente.

O Quadrilátero Ferrífero foi descoberto no século XVII, e os primeiros registros do tão importante minério de ferro datam se em 1693. Como ocorreu num período ainda de colonização, muitas cidades foram criadas por causa da presença dos minérios, como o ouro, na região.

Descrição da geologia do quadrilátero ferrífero

Como te falamos anteriormente, o quadrilátero ferrífero é uma região muito importante por ser rica em recursos minerais e beleza, mas qual que é o tipo de estruturas geológicas por ali presentes? É isso que te explicaremos agora, vem conosco.

Basicamente, três grandes conjuntos de rochas compõem a geologia do local, sendo eles:

– Complexo Granítico Gnáissico;

– Supergrupo Rio das Velhas;

– Supergrupo Minas.

Para compreender melhor como que elas são devemos analisar uma a uma, observe:

Coluna estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero. Fonte: Reprodução

Complexo Granito-Gnáissico – presente em três regiões diferentes: no centro do Quadrilátero Ferrífero, próximo a cabeceira do Rio das Velhas, chamado Complexo Bação; ao norte da Serra do Curral, denominado Complexo Belo Horizonte; e a oeste da Serra da Moeda, nomeado Complexo Bonfim.

As rochas que estão presentes nessa região são compostas por gnaisses bandados, tendo composição tonalítica e granodiorítica, estas possuem algumas feições de migmatização, que é um processo metamórfico onde são formados os migmatitos. Ocorre também a presença de intrusões graníticas, além de diques e faixas vulcano-sedimentares.

Supergrupo Rio das Velhas – inicialmente era uma bacia vulcano-sedimentar, cheia de rochas vulcânicas do período arqueano, no entanto no período Proterozoico houve a formação de uma bacia sedimentar com pouco vulcanismo. Com isso, após a formação, se deu o processo de Orogênese – que é aquele processo geológico que tem como resultado a formação de cadeias montanhosas e que se relacionam com a tectônica pressional das placas – com presença de dobramentos e metamorfismo.

Em resumo, esse grupo é composto por rochas vulcânicas e sedimentares. Esse conjunto de rochas vulcano-sedimentares originaram várias formações de xisto.

Supergrupo Minas – inicialmente esse grupo ficou depositado numa bacia sedimentar, inicialmente continental e em seguida marinha, com formações de conglomerados, arenitos, rochas carbonáticas e pelitos. Essa bacia foi preenchida por sedimentos originários da erosão do complexo granito gnáissico e do supergrupo rio das velhas.

Ele pode ser subdividido em três unidades: unidade elástica basal (Grupo Caraça), unidade química intermediária (Grupo Itabira) e unidade clástica e topo (Grupo Piracicaba e Sabará).

Minerais encontrados

Agora que você já está por dentro das formações geológicas da região, chegou a hora de conhecer os minérios que são encontrados por lá. E uma coisinha, não fique preso ao ‘’ferrífero’’ e achando que só encontramos ferro por lá, tá?

Apesar das maiores reservas realmente corresponderem aos depósitos de ferro, o quadrilátero possui grandes reservas de ouro, bauxita, calcário, manganês, caulim e argila. Dentre esses se destaca o ouro e manganês, além de, claro, o ferro.

Alguns dados do início do século XXI informam que da região era extraída cerca de 55 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

Vamos falar um pouco sobre esses minerais?

Ferro: Fazendo jus ao nome, e como já comentamos anteriormente, o ferro tem abundância e destaque quando se fala do quadrilátero ferrífero. Dessa maneira, o que nos cabe dizer é que a região foi considerada como a maior jazida do minério do Brasil. Ali se destaca as formações ferríferas bandadas.

É importante destacar que o minério teve e segue sendo de uma importância imensa para o estado de Minas Gerais, desde o seu desenvolvimento quanto para o mantimento da economia e suprimento das demandas globais. Na região tem-se por volta de trinta minas em atividade de explotação. Além disso, grande parte do minério que é explorado tem seu destino voltado ao mercado europeu e asiático, destacando a China e Japão como maiores compradores.

Ouro: Provavelmente você sabe ou já ouviu que Minas Gerais é um grande produtor de ouro, não é? Se não sabia, agora já fica o informe.

O que ocorre é que o ouro em MG é mais bem distribuído que o ferro, no sentido de que não se restringe aos depósitos do quadrilátero. Ainda assim, nas regiões do quadrilátero ferrífero as ocorrências de ouro estão situadas em rochas quartzo-carbonáticas xistosas do supergrupo Rio das Velhas, que comentamos mais cedo, disseminadas com os sulfetos de ferro, cobre e arsênio.

Quando ocorre de maneira diferente é encontrado nas zonas de falhamento dos itabiritos do supergrupo Minas.

Curiosidade: A cidade Ouro Preto tem esse nome devido à coloração negra do ouro encontrado na região. Essa coloração se deve a presença de uma fina película de óxido férrico que as envolve.

Manganês: Por outro lado, temos também a presença do Manganês na região. Esse minério é considerado o décimo segundo mais abundante do planeta. Sua ocorrência é relacionada com óxidos, hidróxidos, silicatos e carbonatos, isso mostra que está associado a diversos minerais, mas poucos deles são minerais-minério, que há possibilidade de ser lavrado.

O Brasil possui cerca de 18,3% do total das reservas mundiais do minério de manganês. Os principais depósitos compreendem localidades no Pará, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero, mais especificamente próximo a cidade de Conselheiro Lafaiete. O minério de manganês é considerado material fundamental na fabricação de ligas metálicas, combinado, especialmente com o ferro, na produção de aço. Pode ser utilizado ainda em ligas de cobre, zinco, alumínio, estanho e chumbo.

Maiores empesas atuantes

Dentre as empresas que estão situadas na região, podemos citar algumas como as principais, levando em conta o seu porte e quantidade de produção.

Para começar, vamos com a maior produtora de minério de ferro do país, a Vale. Só no terceiro trimestre de 2018 ela teve o recorde de produção de finos de minério de ferro, atingindo 104,8 milhões de toneladas.

Em seguida temos a Anglo American. Ela possui as duas unidades de negócio em Niquelândia, Goiás, com produção de níquel e também em Conceição do Mato Dentro-MG produzindo minério de ferro.

A Usiminas também tem suas operações de mineração no quadrilátero ferrífero. Quatro de suas minas estão situadas na região de Serra Azul e nos limites do quadrilátero.

A mineradora já produziu cerca de 52,3 milhões de toneladas de minério de ferro, e ainda teve o recorde de vendas de 800 mil toneladas em um único mês.

Já a  Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) tem sua principal atividade na mina Casa de Pedra e na mina do Engenho, situada no município de Congonhas. As reservas chegam a 3 bilhões de toneladas e também tem uma capacidade de produção de até 30 milhões de toneladas por ano.

Enquanto isso, a Ferrous Resources do Brasil também tem seus principais empreendimentos com as minas Viga, localizadas no Quadrilátero Ferrífero. Vale mencionar também que a produção de minério de ferro da Ferrous atingiu 5.5 milhões de toneladas em 2014.


Enfim, nesse artigo falamos sobre o quadrilátero ferrífero, suas características, os minérios associados à região, além de algumas das empresas que exploram o local.

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