Mês: janeiro 2021

Plano de Aproveitamento Econômico: tudo o que você precisa saber

Você sabia que o Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) é a peça principal do Requerimento de Concessão de Lavra e pode integrar, em alguns casos, o Regime de Licenciamento? Caso não saiba, pode ficar tranquilo. Hoje te explico tudo que você precisa saber sobre o Plano de Aproveitamento Econômico.

O que é o PAE?

Ao pesquisar sobre documentações na internet, principalmente as que envolvem o setor mineral, é difícil encontrar informações claras e objetivas. Mas no meio de tantas tentativas de pesquisa, te pergunto: você conhece o Plano de Aproveitamento Econômico (PAE)?

Primeiramente, o PAE é um documento que constitui um papel essencial ao se referir a natureza técnica e econômica. Essa documentação é tão importante que a própria atividade mineral depende principalmente da elaboração desse documento.

Além disso, o PAE é considerado como um relatório técnico que aborda os diversos aspectos envolvidos nos processos de extração, beneficiamento e a comercialização, para a reserva mineral em questão.

Mas fique atento, o Plano de Aproveitamento Econômico precisa estar compatível com todos os dados do Relatório Final de Pesquisa, em especial a reserva, a substância e o município. Sendo assim, esse documento só pode ser elaborado e assinado por um técnico legalmente habilitado, e deve ser acompanhado pelo responsável técnico. Certo?

Leia também: PAE: 5 coisas que NÃO podem faltar no seu Plano de Aproveitamento Econômico

Qual é o Objetivo?

Agora que você já sabe o que é essa documentação, você já parou para pensar por que sua empresa ou empreendimento deve emiti-lo?

A finalidade do PAE é possibilitar que o processo do regime de autorização de pesquisa avance para o regime de lavra mineral.

Assim, é através do plano de aproveitamento econômico que são levados em conta todos os dados pertinentes para que a extração e a comercialização de minério da sua empresa possam ser efetuadas.

Olha só um exemplo: para trabalhar com desmonte, onde será utilizado explosivos no local ou em operações de unidade de beneficiamento mineral, a apresentação do PAE é obrigatória, pois é necessário ter conhecimento de todos os dados sobre a extração por meio desse tipo de serviço

Antes de tudo, o Plano de Aproveitamento Econômico é dividido em 3 partes:  

• Apresentação dos dados gerais: minério autorizado, processo minerário, área explorada (ha), titular do processo, localização, aspectos geomorfológicos e fisiográficos entre outros.

• Plano de Lavra.

• Planejamento e a configuração final da área após a exaustão completa da reserva, como: medidas para recuperação, programa de gerenciamento de risco (PGR), plano de controle de impacto ambiental, viabilidade econômica, entre outros.

Plano de Aproveitamento econômico X Plano de Lavra

Uma dúvida muito recorrente que temos quando estudamos o PAE é saber diferencia-lo com o Plano de Lavra (PL). Você sabe o que é cada um deles?

O Plano de Lavra, PL, é um projeto técnico destinado às operações coordenadas de lavra, visando o aproveitamento racional do bem mineral. Ele faz parte do Plano de Aproveitamento Econômico.

Enquanto o PAE, é o conjunto de estimativas técnicas e econômicas admissíveis para cada reserva mineral. Ou seja, é o estudo aprofundado sobre os aspectos em torno da atividade mineradora.

Bem fácil de entender, não é?

Como fazer um PAE?

Primeiramente o Plano de Aproveitamento Econômico é elaborado com bases nas diretrizes do Código de Mineração (Decreto Lei N° 227, de 28/02/1967)

Ainda assim no documento é necessário explicar a proposta e descrever quais as metodologias serão relacionadas a execução da lavra.

Além disso, precisa do detalhamento de alguns itens como:

• Método de mineração, deixando claro a produção prevista;

• Iluminação, ventilação, transporte e sinalização, ao se tratar de lavra subterrânea;

• Instalações de energia, de abastecimento de água e condicionamento de ar;

• Higiene da mina;

• Moradias e suas respectivas condições, para todos os que residem no local da mineração;

• Instalações de captação e proteção das fontes, distribuição e utilização da água;

• Estudo de viabilidade econômica;

• Dados da mão de obra a ser empregada;

• Plano de controle dos impactos ambientais;

• Cronograma dos trabalhos;

• Plano de resgate e salvamento;

• Plano de gerenciamento de risco (PGR);

• Plano de fechamento de mina; e,

• Plano de Controle Médico e Saúde Ocupacional.

Dessa forma, ao analisar a complexidade da elaboração de um Plano de Aproveitamento Econômico fica nítido que é imprescindível contar com os profissionais adequados e devidamente qualificados, não é? Por isso, escolha a pessoa certa e capacitada para emitir a sua documentação.


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Mineral, minério e depósito mineral: quais as diferenças entre eles?

Em algum momento da sua vida, você já deve ter escutado que a mineração é fundamental para a economia e que a maior parte das coisas que temos ao nosso redor é resultado dessa atividade. Justamente pela presença no nosso dia a dia. Vamos entender a diferença entre mineral, minério e depósito mineral?

O minério é retirado da crosta terrestre na sua forma bruta e, posteriormente, chega até você, após os processos de transformação, como outro utensílio.

Por exemplo, o aparelho que você está usando para ler esse artigo, possui minerais na sua estrutura.

A utilização dos minerais tem uma longa história para a sociedade. Uma vez que as primeiras ferramentas usadas se referem ao período paleolítico quando o sílex era o principal material para produzir ferramentas que ajudariam na caça dos nossos antepassados.

Qualquer atividade industrial, agrícola, entre outras, dependem diretamente dos minerais e minérios.

O que é um depósito mineral?

Agora que você já viu a importância dos minerais e minérios, é necessário saber que os depósitos minerais são formações naturais de origem geológica bem antiga.

Desde a solidificação das primeiras rochas do planeta que passaram por diversas transformações até se tornarem os depósitos que temos nos dias de hoje.

Cada depósito mineral é único, pois foi formado e alterado particularmente. Isso quer dizer que você nunca vai encontrar dois depósitos iguais, mas eles podem ser semelhantes, o que vai permitir a classificação dos depósitos.

É comum encontrar depósitos com minerais metálicos associados a eles, mas existem muitos outros com propriedades não metálicas e que, ainda assim, agregam imenso valor na produtividade de outros insumos industriais, como é o caso dos materiais de construção e até mesmo em produtos farmacêuticos.

Diferença entre depósito e jazida

Como você já sabe, os depósitos minerais são formações que concentram rochas e minerais com alguma utilidade para o homem.

No entanto, a jazida é, unicamente, o agregado de substâncias minerais presentes na superfície ou interior da Terra, que possuem valor econômico agregado, seja ela na forma pura ou associada à outra.

Apesar de ser chamado de jazida mineral, o termo inclui substâncias fósseis de origem orgânica, como o petróleo, gás natural e carvão mineral.

Alguns tipos de depósitos:

Os depósitos podem ser classificados a partir de vários parâmetros, mas cada um deles segue algum critério. Alguns desses critérios são:

– Utilização comercial do mineral x minério (também chamada de commodity).

– Morfologia (forma do corpo mineralizado).

– Origem (Ígneo metamórfico e sedimentar).

Depósito de Cromita. Foto: Reprodução.

Mineral X Minério

O que é mineral?

Minerais são corpos naturais e sólidos originados de processos inorgânicos. São classificados a partir de sua composição química e organização do sistema cristalino (que vai definir a forma do mineral).

Vale mencionar que os minerais podem ser formados na Terra, como também podem ser formados em corpos extraterrestres, como meteoritos.

Além disso, o que deve ser considerado na hora de fazer a identificação dos minerais? É o que veremos agora.

• Cor (a coloração externa do mineral);

• Dureza (definido pela escala de Mohs);

• Densidade (quantas vezes o mineral é mais pesado que um volume igual de água);

• Clivagem (nível de ruptura numa superfície plana);

• Brilho (capacidade de refletir luz);

• Traço (a cor do pó do mineral);

• Hábito (forma geométrica tridimensional do mineral);

• Transparência (translúcidos ou opacos).

O que é minério?

Minério pode ser definido como um mineral ou associação de minerais(rocha) que possui viabilidade econômica para ser explorado. Geralmente são encontrados em rochas onde vários minerais estão agregados e um deles é o mineral de interesse para ser extraído.

Principais minérios do Brasil

Como foi visto até aqui sobre a importância da mineração, conceito de mineral x minério, entre outros temas, nada melhor do que conhecer alguns dos principais minérios extraídos no Brasil. Ainda mais quando estes representam cerca de 98,6% do valor de toda produção mineral brasileira que é comercializada, de acordo com a ANM (2017).

• Alumínio

• Cobre

• Estanho

• Ferro

• Manganês

• Nióbio

• Níquel

• Ouro

Leia também: Conheça os principais recursos minerais explorados no Brasil e algumas curiosidades

Concluindo…

Nesse artigo apresentamos alguns pontos fundamentais sobre mineral, minério e depósito mineral, nele exemplificamos alguns tipos de depósitos, e os principais minérios aproveitados no Brasil.

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Lavra Garimpeira: O que é e curiosidades

Você provavelmente já deve ter ouvido falar do garimpo de Serra Pelada. Um fenômeno da mineração no Brasil, ocorrido no estado do Pará entre 1980 e 1992. É considerado o maior garimpo a céu aberto do mundo, chegando a reunir mais de 100 mil pessoas em busca de pepitas de ouro.  

Nesse artigo você vai entender como funciona o processo da Lavra Garimpeira e suas peculiaridades, desde o contexto histórico e impactos gerados até detalhes envolvendo os processos de extração e tratamento.

O que é garimpo?

A definição de garimpo consiste no ato de extrair metais e pedras preciosas da natureza, mas em outra perspectiva, garimpo é o lugar no qual ocorre a exploração. A extração dos minerais ocorre por meios mecânicos, pneumáticos e manuais. Na maioria das vezes ocorre sem nenhum planejamento e com técnicas consideradas predatória ao meio ambiente. A atividade pode ser desenvolvida a céu aberto nos aluviões ou rochas mineralizadas afloradas, ou até em galerias escavadas nas rochas.

De acordo com a ANM os minerais que podem ser considerados como garimpáveis são o ouro, diamante, cassiterita, columbita, tantalita, volframita, nas formas aluvionar, eluvional e coluvial, scheelita, demais gemas, rutilo, quartzo, berilo, moscovita, espodumênio, lepidolita, feldspato, mica e outros tipos de ocorrência que vierem a ser indicados a critério da ANM.

Você também pode se interessar: Requerimento de Lavra Garimpeira: o que é e os procedimentos legais para requerer

Histórico do garimpo no Brasil

Desde o período da colonização do Brasil os metais preciosos presentes nas terras brasileiras despertavam o interesse de Portugal. A Coroa Portuguesa passou a estimular a pesquisa do ouro, oferecendo recompensa a quem o encontrasse.

Devido a falta de documentação, não se pode afirmar com exatidão a data, o local e os responsáveis pelas primeiras descobertas do ouro. Dentre várias imposições feitas pelo governo, a mais temida e odiada pela população da zona mineradora, foi aquela que obrigava os garimpeiros ou mineradores, o pagamento da quinta parte de todo o ouro extraído.

Impactos causados pela Lavra Garimpeira

O desmonte hidráulico e assoreamento de rios é uma das formas de impactos gerados pela atividade garimpeira. Ocorre com a utilização de bombas hidráulicas de grande porte nas margens dos rios, que resultam no assoreamento dos mesmos.

Um impacto clássico que você provavelmente já deve ter ouvido falar é o causado pela utilização do mercúrio nos garimpos de ouro. É algo bastante comum no Brasil e gera um grande risco à saúde humana, devido à exposição direta dos trabalhadores ao mercúrio metálico e indireta da população em geral, que vivem próxima às áreas garimpeiras.

Por fim existe também o impacto social causado, já que a força de trabalho no garimpo é extremamente desgastante física e emocionalmente. Há uma forte estratificação dentro dos garimpos, propiciando uma significativa concentração de renda e poder, com maior risco de opressão sobre os garimpeiros.

Área impactada pelo garimpo de ouro na Amazônia.

Área impactada pelo garimpo de ouro na Amazônia. Foto: Reprodução.

Processos e técnicas inerentes a Lavra Garimpeira

A Concentração é uma das etapas do beneficiamento de minérios, que é entendido como algumas operações aplicadas aos bens minerais visando modificar a composição química ou granulométrica de um minério.

A britagem e a moagem são exemplos de operações usadas para reduzir a granulometria do minério visando a liberação dos minerais ou partículas valiosas daqueles minerais que não possuem valor e são rejeitados. O peneiramento é considerado outra operação, por sua vez é usado na maioria das vezes com o objetivo de separar os minerais por tamanho.

Nas operações de concentrações com os minerais ou metais de interesse liberados, o objetivo vai ser separá-los do material não valioso, que chamamos de ganga. A escolha do método de concentração vai depender da propriedade do mineral que se quer explorar para alcançar a separação desejada.

Um exemplo que pode ser trazido é a exploração do ouro, onde a propriedade utilizada é a densidade. Nesse caso a densidade do ouro varia de 16 a 19 gramas por centímetro cúbico, muito maior que a dos demais minerais presentes no minério, que variam de 2,7 a 5,0 gramas por centímetro cúbico, nesse momento entra a concentração gravítica, onde usamos a diferença de densidade como meio de separação.

Serra Pelada (1986)

Serra Pelada (1986) Foto: Reprodução.

A amalgamação é um outro processo de concentração utilizado no garimpo de ouro, tem como base a ligação do ouro ao mercúrio, na presença de água, ar e outros minerais. A aplicação desses métodos é geralmente em concentrados gravíticos provenientes de aluviões ou de minérios primários onde o ouro encontra-se livre.

Na amalgamação há uma dependência das condições da superfície tanto do mercúrio quanto das partículas de ouro, na presença de algumas substâncias, como alguns sulfetos minerais, óleos e outros contaminantes orgânicos que podem recobrir as partículas de ouro e as gotas de mercúrios, a ligação entre o ouro e o mercúrio perde sua eficiência.  

A reportagem do amálgama (liga sólida de ouro e mercúrio) é nada mais do que a ação comumente empregada para separar o ouro do mercúrio, uma operação simples que exige uma execução adequada para que se obtenham os melhores resultados.

A fusão do metal é uma operação simples e vem após a reportagem do amálgama, necessita de cuidados para que não ocorra perdas de ouro durante sua execução. Simplificando a operação, podemos dizer que aqui será onde o ouro vai ser derretido e posteriormente solidificado em forma de barra.

Por fim, o refino, que consiste numa série de operações e tratamento, que visam separar e refinar os metais preciosos que compõe as ligas.

Investimentos e trabalho dentro do garimpo

Quando você deseja empregar seu capital em um garimpo, deve se atentar a alguns fatores, como a escolha do estado e a área onde deseja instalar-se, sempre levando em consideração a áreas mais promissoras, que ainda estão sendo abertas.

Caso você queira estabelecer uma pequena empresa de mineração ou garimpo, depois de escolher a área e requere-la junto a ANM (antiga DNPM) você deverá pensar na compra dos equipamentos de lavra e de beneficiamento com base no minério e o custo para a retirada do estéril. Também será necessário contratar operadores de máquinas, e escolher de que forma você procederá à identificação dos filões (fontes, jazidas ou veios), se será mão de obra manual ou serviços de geologia.

Algumas relações de trabalho que você terá que lidar:

• Um gerente de confiança ou você mesmo;

• Um cozinheiro e faz tudo;

• Os operadores de máquinas;

• Trabalhadores manuais;

E a variação da quantidade de trabalhadores que você irá precisar para cada função vai ficar a critério do tamanho do garimpo e quantidade de equipamentos. Lembrando que outros fatores que podem ser associados, mas isso fica a seu critério, como por exemplo, um advogado ou uma empresa que cuide da parte jurídica.


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O que trata a NR-22 e algumas NRM’s

O Brasil é um dos maiores produtores minerais do mundo, no entanto a atividade mineradora apresenta muitos riscos associados. As normas regulamentadoras tem o intuito de organizar melhor esse setor, proporcionando segurança e qualidade de vida a todos os envolvidos.

NR-22

 Como qualquer outra atividade, a mineração é uma atividade que possuis riscos e perigos, logo, é necessário que exista uma série de cuidados e advertências de modo a evitar possíveis acidentes e na pior das hipóteses, alguma fatalidade.

A NR-22 é justamente a norma regulamentadora de saúde e segurança ocupacional na mineração que define as obrigatoriedades a serem cumpridas no ambiente de trabalho para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores das minas.

 É importante mencionar que o não cumprimento das normas pode resultar em multas para as empresas.

Qual o objetivo e importância da NR-22?

Como mencionado anteriormente, a NR-22 é uma norma regulamentadora das atividades da mineração. Seu objetivo é definir os requisitos necessários ao ambiente de trabalho e aos trabalhadores, tudo isso para reduzir todos os riscos envolvidos nas atividades mineiras.

Sua importância é tamanha, que desde a sua criação (ainda com outra nomenclatura) em 1978, já passou por diversas revisões e alterações para se tornar mais eficiente.

O que consta na regulamentação e onde pode ser aplicada?

 A norma é composta por inúmeros capítulos de diversos temas relacionados à mineração. Além disso, também são mencionados alguns tópicos com temas como beneficiamento e pesquisa mineral.

Vale ressaltar que ela não envolve somente as minas a céu aberto e subterrânea, mas também os garimpos, que por sua vez são os mais carentes em regulamentações e segurança.

Mineração e saúde: exposição e riscos

Como você já deve saber, as atividades da mineração apresentam diversos riscos aos seus envolvidos, sendo considerada uma das atividades mais perigosas hoje em dia.

 Cada risco vai depender fundamentalmente do ambiente em que está situado (se é uma mina operada em céu aberto, subterrânea ou um garimpo) e do material que está sendo extraído. Muitos são os casos de acidentes graves e doenças ocasionadas por exposição em certos ambientes.

A seguir, alguns exemplos de riscos mais comuns:

• Risco de desabamento;

• Exposição a poeiras;

• Exposição a ruídos;

• Risco de explosões (em casos de minas de carvão, por exemplo).

Quais os equipamentos de segurança obrigatórios?

As atividades de exploração mineral ocorrem à muito tempo, no entanto logo no seu início não havia cuidados e precauções com as condições de trabalho. Isso foi um fator crucial para causar doenças como silicose em milhares de trabalhadores, justamente pela falta de proteção nas operações.

Com o passar do tempo os cuidados começaram a ser adotados e a utilização de equipamentos de segurança também. Aqui você vai conhecer os equipamentos necessários tanto para uso individual como para uso coletivo. Vale ressaltar que o uso deles é obrigatório e consta na regulamentação da NR-22.

Equipamentos de segurança coletivos:

• Sinalização de segurança;

• Escoramentos;

• Proteção contra queda de material em transporte;

• Abafadores de ruídos em máquinas e equipamentos;

• Sistemas de exaustão;

• Sistemas de aeração;

• Sensores de fumaça;

• Sensores de gases.

Equipamentos de segurança individuais:

• Máscaras respiratórias contra pó e contra gases;

• Protetores auriculares;

• Óculos de proteção;

• Capacete;

• Calçados de segurança;

• Luvas de segurança;

• Máscara para solda;

• Proteção contra quedas (cinturão e acessórios).

Equipamentos de proteção individual.
Equipamentos de proteção individual. (Foto: Reprodução)

Algumas proibições e determinações da NR-22

Para garantir a segurança dos trabalhadores, a norma regulamentadora proíbe algumas atividades e direciona a melhor forma de execução em outras. Irei elencar alguns desses pontos abaixo.

• É proibido armazenar explosivos e acessórios fora dos locais apropriados.

• É proibida a detonação a céu aberto em condições de baixo nível de iluminamento ou quando ocorrerem descargas elétricas atmosféricas.

• É proibida a entrada de pessoas não autorizadas nos taludes com desmonte hidráulico.

• É proibido executar algumas atividades individualmente na mineração a céu aberto ou subterrânea.

• Algumas atividades que devem ser executadas com pelo menos duas pessoas no subsolo:

• Abatimento manual de choco e blocos instáveis;

• Contenção de maciço desarticulado;

•Perfuração manual;

• Carregamento de explosivos, detonação e retirada de fogos falhados.

Algumas normas regulamentadoras da mineração

Não é preciso ir muito longe para notar os impactos que o não cumprimento das normas ocasiona. Os rompimentos de barragens em Minas Gerais nos últimos anos são reflexos disso. Dessa forma a regulamentação necessita ser muito bem executada.

Vista do antes e depois do rompimento da barragem de rejeito em Mariana. (Foto: Reprodução)

Caso você tenha interesse em conhecer mais profundamente cada uma das normas, o acesso está disponível através do site da ANM.

Ressaltando duas delas que são muito importantes no regulamento, elas que tratam das etapas de Beneficiamento e de Disposição de Estéril e Rejeitos e Produtos.

Essas normas admitem respectivamente que:

• Os equipamentos de beneficiamento devem ser dispostos a uma distância suficiente entre si de forma a permitir: circulação segura do pessoal, a sua manutenção, o desvio do material no caso de defeitos e a interposição de outros equipamentos necessários para reparos e manutenção.

• É obrigatória a adoção de medidas especiais de segurança para o trabalho no interior dos seguintes equipamentos: alimentadores, moinhos, teares, galgas, transportadores contínuos, espessadores, silos de armazenamento e transferência e outros equipamentos utilizados nas operações de corte, revolvimento, moagem, mistura armazenamento e transporte de massa.

• Medidas especiais de segurança devem incluir: uso de cinto de segurança fixado ao cabo salva-vidas, realização dos trabalhos com supervisão e os equipamentos devem estar desligados, desenergizados, com os comandos bloqueados, travados e etiquetados.

• Somente o responsável pelo bloqueio pode desbloquear o comando de partida dos equipamentos, cujo procedimento deverá estar devidamente registrado.

• Nos casos em que houver trabalho manual auxiliar na alimentação por gravidade de britadores, outros equipamentos ou locais com risco de queda, o trabalhador deve usar, obrigatoriamente, cinto de segurança firmemente fixado.

• Em locais de risco de queda de material, pessoas ou contato com partes móveis, as áreas de circulação de pessoas devem estar sinalizadas e com a produção adequada.

• Deve haver no mínimo um sinal audível por todos os trabalhadores envolvidos ou afetados pela operação, pelo menos vinte segundos antes da movimentação efetiva de equipamentos, que ofereçam riscos acentuados.

No caso de Rejeitos, Estéril e Produtos:

 • Os depósitos de estéril, rejeitos, produtos, barragens e áreas de armazenamento, assim como, as bacias de decantação devem ser planejadas e implementadas pelo profissional e atender as normas ambientais em vigor.

• Os depósitos de estéril, rejeitos ou de produtos e as barragens devem ser mantidas supervisionadas por um profissional habilitado e dispor de monitoramento da percolação de água, da movimentação e estabilidade e do comprometimento do lençol freático.

• Nas situações de risco grave e iminente de ruptura de barragens e taludes, as áreas de risco devem ser evacuadas, isoladas e a evolução do processo monitorado. Todo o pessoal potencialmente afetado deve ser informado.

• O acesso aos depósitos de produtos, estéril e rejeitos deve ser sinalizado e restrito ao pessoal necessário aos trabalhos ali realizados.

• A estocagem definitiva ou temporária de produtos tóxicos ou perigosos deve ser realizada com segurança e de acordo com a regulamentação vigente.

 Tendo em vista todas as informações comentadas acima, é possível perceber que as Normas Regulamentadoras da Mineração são de extrema importância para o dia a dia dos trabalhos mineiros e para garantir a segurança de todos.

Veja também: Mineração X meio ambiente: desafios de um desenvolvimento sustentável

Você pode acessar a NR-22 na íntegra aqui.


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