Mês: novembro 2021

Usinas nucleares, matéria prima mineral e energética

Você provavelmente já ouviu falar de acidentes em usinas nucleares, como o que aconteceu em Chernobyl, não é mesmo?

Bom, caso ainda não conheça nada sobre, não se preocupe! Nesse artigo te contaremos todo o funcionamento de uma usina nuclear.

Já temos um artigo que fala sobre a descoberta, alguns acidentes marcantes e todos os minerais radioativos, sugerimos que faça a leitura dele também. Radioatividade: da descoberta aos dias atuais.

O que são usinas nucleares?

Então, de modo bem direto, usina nuclear é uma unidade industrial responsável pela produção de energia elétrica, só que diferente das outras formas de gerar eletricidade que já conhecemos, nas usinas nucleares a energia é obtida a partir das reações nucleares dos minerais radioativos.

Usina nuclear. Fonte: Reprodução.

Como funcionam?

Como é de se esperar, é necessário ter a presença de um mineral radioativo para que a usina funcione, correto? E para isso temos o Urânio, ele é o mineral mais utilizado para essa função.

Diante disso, temos um processo de três etapas para o seu funcionamento, são elas:

  1. O Urânio é colocado no vaso de pressão, onde ocorre a fissão nuclear (processo de quebra do núcleo de um átomo instável). Esse processo de fissão permite o aquecimento da água que passa pelo reator, gerando energia térmica.
  2. A próxima etapa é ainda relacionada com a primeira, já que a água que foi aquecida no primeiro sistema se torna vapor, e assim consegue movimentar a turbina de um gerador elétrico presente em seu sistema.
  3. Após tudo isso, o vapor de água que havia sido gerado é convertido em água novamente, por meio de um sistema de condensação, que é resfriado por meio de um sistema que bombeia água de um rio, lago ou do mar.

Esses três sistemas impedem que haja contato da água que passa pelo reator com as outras. E claro, depois de tudo isso a energia produzida chega às residências através das redes de energia elétrica.

Elementos de uma usina nuclear. Fonte: Eletrobras.

Energia nuclear, bom ou ruim?

Ao mesmo tempo em que a energia nuclear é uma alternativa interessante para a substituição de recursos como água (que fornece energia hidrelétrica), carvão, gás e até o petróleo, muito se discute sobre os seus benefícios e os riscos que estão ligados a sua utilização.

Dessa forma, listamos alguns dos principais itens positivos e negativos em relação a esse método energético.


Benefícios

– As usinas independem das condições climáticas, como chuvas ou ventos;

– A energia é limpa por não emitir gases de efeito estufa;

– A não utilização de combustíveis fósseis como petróleo e carvão;

– Abundância do Urânio;

– Economia, uma vez que 10g de urânio produz a mesma quantidade de energia equivalente a 700kg de Petróleo e 1.200 kg de carvão;

– Pequena área para construção da usina.

Malefícios

– O lixo radioativo precisa ser armazenado em locais seguros e isolados;

– Risco de acidentes nucleares graves;

– Investimento inicial numa usina é muito caro;

– Problemas ambientais aos ecossistemas aquáticos, pois a água aquecida que foi usada volta ao seu local de origem com a temperatura ainda elevada;

– Não é uma fonte renovável, pois o urânio precisa ser extraído para ser utilizado.

Minerais energéticos

Bom, como você já deve ter visto, existem diversos minerais com propriedades radioativas, no entanto, para a produção de energia nuclear somente dois elementos são amplamente utilizados:

– O Urânio, que é o combustível nuclear mais utilizado para fissão nuclear. Ele é um elemento natural, que é encontrado na natureza, mas que ainda assim passa por alguns tratamentos antes de ser utilizado nos reatores.

Urânio. Fonte: Reprodução
Pastilha de Urânio. É dessa forma que são usadas nos reatores. Fonte: Reprodução.

Plutônio, é obtido artificialmente através do Urânio. Também é usado na fabricação de armas nucleares. Um ponto interessante é que ele fornece energia elétrica para sondas e veículos espaciais.

Plutônio. Fonte: Reprodução.

O Brasil produz energia nuclear?

Bom, depois de entender o funcionamento das usinas, as vantagens e desvantagens da energia nuclear, fica um questionamento: o Brasil produz energia nuclear?

A resposta é sim! Ainda que em pequena escala. Atualmente temos duas usinas localizadas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. São elas Angra 1 e Angra 2, a terceira ainda está em construção.

Angra 1

Sua construção começou em 1972 e as atividades se iniciaram em 1 de janeiro de 1985. Hoje ela gera energia suficiente para abastecer cerca de 9,9 milhões de habitantes.

Angra 2

Essa por outro lado, começou a ser construída em 1976 e só em 1981 que começou a construção do local que o reator ficaria. Devido a alguns problemas de falta de recursos para continuar, a usina só começou a funcionar de fato em 1 de fevereiro de 2001. Por ter um porte maior que a Angra 1, ela é capaz de produzir energia o bastante para o abastecimento de 20,9 milhões de habitantes.

Angra 3

Por fim, como dito anteriormente, essa é a usina que ainda está em fase de construção. Ela começou em 1984 e também em decorrência da falta de investimentos ela teve diversos momentos de parada e retomada das atividades de construção. A previsão é que até 2026 ela comece as suas operações, já concluída.

Usinas Angra-1 e Angra-2. Foto: Rodrigo Soldon/Flick.
Obra da usina de Angra 3 em dezembro de 2014, antes das obras serem paralisadas. Foto: Reprodução.

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Rejeito de Rochas Ornamentais: por que reaproveitar, o que são rejeitos

Outro dia nós conversamos sobre as rochas ornamentais, o que são, quais os tipos e a suas respectivas classificações, você se lembra? Bom, se a sua resposta for não, basta dá uma olhadinha em um artigo nosso que já está pronto: Rochas ornamentais: fique por dentro das últimas mudanças na Lei . Entretanto hoje nós vamos bater um papo sobre o rejeito dessas rochas.

Você já parou para pensar o que é feito com todo o material que “sobra”, ou o que acontece com o “lixo” das construções civis, ou até mesmo o que é feito com os rejeitos da extração dessas rochas? Até o final desse artigo vamos tentar esclarecer essas questões para você.

Por que reaproveitar os resíduos?

Bom, vamos começar do início. O Brasil é um importante produtor de rochas ornamentais no cenário mundial, o que, obviamente, torna a questão dos rejeitos um ponto de grande relevância a ser discutido.

O estado do Espírito Santo se tornou referência mundial na produção de mármore e granito. Ele também se destaca como líder absoluto na produção nacional de rochas, possuindo investimentos do parque industrial brasileiro e tem mais de 600 jazidas ativas de granito, produzindo até 500 tipos diferentes deste produto.

Diante de todo esse volume de produção, a consequência é um volume considerável de rejeitos, que são depositados em pilhas, o que os tornam passivos ambientais.

E o que é um passivo ambiental? Bem, passivo ambiental é todo tipo de impacto causado ao ambiente, ou seja, resíduos produzidos por meio da atuação de um empreendimento que não tenha sido reparado ao longo de suas atividades.

O que são rejeitos e estéreis?

Vamos começar diferenciando lixo, resíduo e rejeitos. Isso vai ser importante para que você não confunda os seus significados ao longo desse artigo. Apesar de apresentarem sentidos parecidos, e de ser comum trocarmos as nomenclaturas durante uma conversa é interessante entender suas diferenças.

Lixo: segundo a ABNT, o lixo é o resto das atividades humanas, considerados como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido e líquido, desde que não seja passível de tratamento.

Resíduos: é tudo aquilo que pode ser reutilizado e reciclado e, para isto, este material precisa ser separado por tipo, o que vai permitir ser destinado para outros fins. O interessante é que esses podem ser encontrados nas formas sólida (resíduos sólidos), líquida (efluentes) e gasosa (gases e vapores).

Rejeitos: o rejeito é um tipo específico de resíduo, quando todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem já tiverem sido esgotadas e não houver solução final para o item ou parte dele.

Voltando a falar de mineração, nos seus processos produtivos, gerar resíduos sólidos é inevitável. Já que temos a busca pelos melhores teores e as especificações mais favoráveis, isso promove um tipo de seleção, gerando assim os resíduos.

Nos resíduos da mineração, temos em destaque a existência dos resíduos sólidos de extração (estéril) e do tratamento/beneficiamento (rejeitos).

Em resumo, o rejeito é a parte não aproveitável do mineral ou minério, é o que sobra do beneficiamento. Enquanto o estéril é aquela parte que precisa ser retirada para prosseguir com a lavra, e que posteriormente não será destinada ao beneficiamento.

Portanto, esses resíduos estéreis são gerados na abertura da pedreira, e principalmente durante o desenvolvimento das bancadas, um exemplo é o descarte de blocos considerados fora das “características” solicitadas pelo mercado ou os blocos com defeitos, apresentando fraturas e trincas.

Assim, uma vez que apresentam defeitos suas causas podem ser diversas, podem ter como origem: as fases críticas das operações de lavra, o manejo de explosivos, o tombamento de painéis, o manuseio dos blocos, origem tectônica, e principalmente devido ao alívio das tensões internas das rochas.

Quais as principais etapas geradoras de resíduos de rochas ornamentais?

É um pouco difícil para pontuar qual é o principal fator gerador de resíduos, uma vez que a mineração, como um todo, promove grandes volumes de descartes de diferentes materiais.

Veja bem, sendo necessário apontar grandes fatores que geram resíduos, podemos falar sobre não conhecer de forma detalhada o espaço que será lavrado. Isso pode acontecer graças a falta de experiência, conhecimento de técnicas, estudos avançados e, o mais comum, a falta de investimento.

Nestes casos, as pesquisas de exploração não foram aprofundadas e o investimento para se desenvolver tecnologicamente não foi dado como prioridade. Isso atrapalha a realização de projetos mais eficientes, principalmente ao falar do aproveitamento dos minérios extraídos o que, como consequência, gera um volume muito maior de resíduos.

Assim como todas as atividades de extração e beneficiamento das rochas ornamentais, ainda que bem realizado, geram, em algum nível, material para descarte. Nas lavras, durante a extração dos blocos e no beneficiamento, a serragem dos blocos, o polimento e o corte com as dimensões comerciais. Em todas as etapas desse processo são gerados resíduos e rejeitos.

Como reaproveitar os resíduos de rochas ornamentais?

Visando as questões ambientais, a grande quantidade de resíduos gerados é a maior problemática do mercado de rochas.

Os estéreis, por exemplo, no geral são dispostos em pilhas próximo das frentes de lavra ou são espalhados pelo empreendimento minerário. Para organiza-los em pilhas são ocupados grandes espaços, espaços esses que muitas das vezes para conseguir serem ocupados é necessário retirar a vegetação nativa.

E para completar, quando é necessário procurar por novas áreas para o depósito dessas pilhas, o empreendimento em questão, a pedreira, está contribuindo para a degradação ambiental e reduzindo espaços de uso comercial, uma vez que estão impedindo o aproveitamento desses terrenos para outros fins, como a agricultura e a pecuária, ainda que as mesmas também carreguem parcela de “culpa ambiental”. Entretanto, sabemos que são indústrias fundamentais para a sociedade e necessitam de áreas aproveitáveis, áreas essas que estão sendo ocupadas por rejeitos e estéreis da mineração.

Além disso, quando esses são dispostos de forma incorreta, é muito fácil acontecer situações não planejadas e agravar todo o problema inicial (o volume de material a ser descartado), a exemplo de escorregamento e carregamento dos sedimentos pelas águas pluviais, podendo ser levados para cursos de água, causando assim assoreamento, aumento da turbidez e de partículas em suspensão.

Se você parar para pensar que aproximadamente 30% de um bloco ornamental é reduzido a pó só nos processos de serragem, imagine a quantidade de rejeito que é gerado em todos os processos?

Bom, então, como finalmente reaproveitar os resíduos de rochas ornamentais? Essa é a famosa pergunta que vale um milhão. Reduzir e reaproveitar os resíduos e rejeitos das industriais gerados durante o processo de exploração e beneficiamento, é um dos grandes desafios para tentar reduzir os impactos ambientais, o passivo ambiental que comentamos anteriormente.

Várias pesquisas visam estudar as possibilidades de aproveitamento desses resíduos em aplicações industriais, principalmente ao se falar da indústria da construção civil.

Uma das alternativas estudadas para o aproveitamento dos rejeitos que são gerados pela atividade de lavra das rochas ornamentais é o beneficiamento dos mesmos para serem utilizados como agregados na construção civil.

E o que são os agregados? Os agregados são fragmentos de rochas popularmente conhecidos como “areias” e “pedras”. Eles são os grãos que não têm definido nem volume e nem forma. Diferentes tipos de fragmentos são aproveitados em muitas obras de construção civil, principalmente em edificações, pavimentações, barragens e saneamentos.

A britagem e o peneiramento podem ser realizados em Unidades de Tratamento de Minérios, as famosas UTM’s, instaladas dentro do próprio empreendimento minerário.

Para que isso seja possível, é necessário seguir algumas etapas, como:

  • Caracterizar o rejeito nos aspectos: físico, químico e mineralógico;
  • Realizar ensaios técnicos com os agregados produzidos a partir do beneficiamento dos rejeitos;
  • Confeccionar concretos e argamassas com os agregados produzidos e em diferentes dosagens;
  • Submeter tais concretos e argamassas a ensaios técnicos, verificando assim, se atendem aos requisitos estabelecidos pelas Normas Técnicas Brasileiras pertinentes.

E, considerando a mineração uma indústria que movimenta grandes valores investidos, da mesma forma que são realizados estudos de viabilidade técnica, é importante averiguar também a viabilidade econômica de implementar uma planta de britagem e peneiramento para aproveitamento dos rejeitos gerados no processo de lavra.

Sendo assim, é necessário contabilizar o índice de lucratividade, calculado a partir dos investimentos iniciais em máquinas e equipamentos para britagem, despesas com manutenção e pessoal, custos operacionais da atividade, preço do frete, custos com projetos ambientais, custo com regularização da atividade, entre muitos outros.

Caso seja um assunto que te interesse, temos um artigo detalhado sobre os processos de britagem e moagem no nosso blog, dá uma olhadinha: Moagem: o que é, objetivo, funcionamento e tipos.


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Separação magnética no beneficiamento mineral: o que é, como é realizada

Você sabia que o processo de beneficiamento mineral possui diversas etapas e métodos para realização? E tudo isso é feito visando o tratamento e preparação do material. Dentre os diversos processos temos a separação magnética, uma importante operação que oferece ótimos resultados com o custo baixo. Diante disso, eu te convido a ler esse artigo e entender um pouco mais sobre a separação magnética!

O que é beneficiamento?

Você sabia que o beneficiamento mineral é uma das principais etapas do tratamento de minérios? Sabia que ela pode ser executada das mais diferentes formas e com os mais diversos equipamentos?

Bom, se você não sabe dessas informações, não se preocupe que já temos um artigo bem detalhado sobre esse processo, que você pode conferir aqui: Tratamento de minérios: Descubra como funciona todo o processo de beneficiamento

Mas já adiantando um pouco, o beneficiamento é uma fase primordial no processamento mineral, isso porque ele vai permitir a separação e classificação dos materiais que se tem o maior interesse em obter.

No artigo de hoje você vai entender melhor como funciona a separação magnética no beneficiamento mineral e como ocorre todo o procedimento, além de conhecer os equipamentos e importância da atividade.

Qual a importância da separação dos minerais?

Caso você ainda não saiba, a partir do momento que se extrai os recursos minerais da natureza, uma fração deles será aproveitada e outra parte provavelmente não terá uma aplicação muito imediata. Isso por que o material de interesse é o minério, o material da rocha encaixante por muitas vezes não ter valor econômico agregado, e passa a não ter aplicabilidade imediata.

Dessa forma, surge a necessidade de se realizar o beneficiamento, visto que a partir dele será possível separar o minério de interesse do estéril.

Além disso, a separação dos minerais é muito importante para alguns tipos de reciclagem, como por exemplo, de materiais eletrônicos ou na separação de metal e lixo comum.

O que é separação magnética?

Como mencionado anteriormente é necessário realizar alguns processos de separação dos minerais no momento do beneficiamento, isso levando em consideração os aspectos de interesse, como por exemplo, tamanho das partículas, composição, etc.

Na separação magnética, o objetivo é de fato separar os materiais que possuem propriedades magnéticas em sua composição do restante dos componentes da sua estrutura. De forma mais direta, serve para separar misturas que contém ferro, níquel e cobalto.

Como é realizada?

Bom, agora que já vimos um pouco do que é o beneficiamento e o que de fato é a separação magnética, chegou o momento de falarmos um pouco de como o procedimento é realizado.

Então, para realizar o processo normalmente é utilizado um imã, mas isso apenas quando a separação é voltada para uma pequena quantidade de material, ou seja, numa escala pequena. Quando falamos numa escala maior, já se faz necessário o uso de um eletroímã.

Figura 1: Foto de um eletroímã. Fonte: Reprodução.
Figura 2: Foto de um ímã. Fonte: Reprodução.

Tipos de minerais com propriedades magnéticas

Bom, como vimos agora pouco, a separação magnética ocorre para separar os minerais com propriedades magnéticas. No entanto, existem algumas características importantes desses minerais em relação a sua forma de reagir aos estímulos magnéticos que irão interferir um pouco no método de separação. Ficou curioso? Então observe a seguir.

Minerais ferromagnéticos: São aqueles minerais que respondem com forte atração magnética com o ímã comum. Um bom exemplo de mineral com essa característica é a Magnetita.

Minerais paramagnéticos: Corresponde a um grupo que não apresenta uma grande atração ao campo magnético. Como exemplo, temos a Hematita.

Minerais diamagnéticos: Os minerais dessa classe possuem a característica de repelir a indução magnética, ou seja, ele não é atraído. Sua atração chega a ser menor que a dos minerais paramagnéticos. Temos o exemplo do Quartzo como um membro desse grupo.

Interessante, não é?!

Formas de separação magnética

-Separação magnética a seco: Começando pela separação magnética a seco, podemos dizer que ela é empregada quando se trabalha com granulometrias mais grossas. O uso dos equipamentos vai depender da intensidade necessária para a separação.

-Separador de correias cruzadas: Possui um grande índice de seletividade. A faixa granulométrica alcançada varia de tamanhos de 1,65mm até 104 µm. Esse equipamento existe em várias versões, e pode ter mais de um estágio de separação dentro de um mesmo aparelho.

Separador de correias cruzadas. Fonte: CETEM

-Separadores de imãs permanentes: São usados principalmente para separar minerais ferromagnéticos. Com as mudanças e avanço das tecnologias, surgiu a possibilidade de utilizar campos magnéticos mais intensos, dando origem também a outros tipos de ímãs.

Os mesmos, produzem campos magnéticos estáveis, consomem baixa energia, e não apresenta necessidade de grandes correntes elétricas, sua desvantagem é a sensibilidade, a variação da temperatura e a pouca flexibilidade de variação de intensidade de campo.

Separador de ímãs permanentes. Fonte: CETEM

-Separador de rolos induzidos: pode ser fabricado tanto na versão simples com apenas um rotor, que é a forma mais utilizada em laboratórios, quanto na versão mais complexa, com vários rotores. Ele é usado principalmente em situações que é necessário retiras as impurezas provenientes do processamento mineral, sejam elas magnéticas ou paramagnéticas. Suas limitações estão mais voltadas a questões como baixa flexibilidade, baixa capacidade por unidade, e faixa granulométrica baixa.

Separador de rolos induzidos de três estágios. Fonte: CETEM

-Separação magnética a úmido: Nesse tipo de separação são utilizados tanto equipamentos de baixa como de alta intensidade. Normalmente os de alta intensidade são utilizados com minerais paramagnéticos enquanto os de baixa intensidade são mais usados para os ferromagnéticos. Os de baixa intensidade também costumam ter capacidades menores de tratamento.

-Separador de tambor de baixa intensidade: é usado para separar minerais ferromagnéticos, se o campo magnético for de até 0,2 T.

Separador magnético a úmido de baixa intensidade. Fonte: CETEM

-Separador magnético a úmido de alta intensidadepossibilita o uso em minérios com granulometria que seja abaixo de 75. Nesse aparelho, devido ao fato dos eletroímãs produzirem um campo magnético com intensidade alta, é possível ter campos magnéticos elevados em que o minério irá passar e as partículas paramagnéticas serão retidas pela ação do campo.

Em função disso o equipamento é interessante por suas maiores vantagens em relação aos outros. Apesar da capacidade de tratar pouco material, ainda é muito eficiente, versátil e prático, que oferece bons resultados e com baixo custo. 

Separador magnético a úmido de alta intensidade. Fonte: CETEM

Vantagens e importância

Sabemos que várias atividades da mineração causam diversos impactos, e muitos deles negativos quando não realizados da maneira correta. No entanto, a separação magnética é uma atividade que apresenta alguns benefícios.

Então, dentre as vantagens que esse tipo de separação apresenta, podemos destacar duas características:

Ponto de vista econômico nesse sentido, sua vantagem é o investimento que será necessário para adquirir o equipamento para a separação. Normalmente eletroímã tem uma fácil aplicação e é muito mais barato que o uso de outros equipamentos ou até mesmo produtos químicos (que, por sinal, causam contaminação).

Ponto de vista ambiental o ponto positivo é que não ocorre produção de resíduos poluentes pela forma que ocorre a separação, além disso, também é importante para a separação de materiais na reciclagem, como mencionado no início do artigo.

Ademais, não podemos deixar de mencionar a questão da rapidez para realizar a separação e a facilidade envolvida. Outro ponto de atenção é que sempre que possível, é importante analisar os benefícios e impactos que as atividades trarão tanto para o seu bolso quanto para o meio ambiente.

Finalmente chegamos ao final do artigo, e espero que você tenha compreendido como funciona a separação magnética e os benefícios que ela apresenta.

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Carvão: Como é formado, explorado e qual é sua importância.

Você sabe a diferença entre o carvão mineral e o carvão vegetal, como eles são explorados ou qual a importância deles no seu dia a dia? Se a resposta foi não, você está no lugar certo.

Como é formado o carvão?

Você sabe como o carvão mineral é formado? O carvão mineral foi formado há milhares de anos, através de depósitos de matéria orgânica vegetal que foi soterrada e se decompôs sem a presença do oxigênio, dessa forma, sofrendo com a ação da mudança de temperatura e pressão de onde foi depositado, formando assim, ao decorrer do tempo, o carvão mineral.

Talvez você esteja se perguntando: “mas o carvão é formado através da queima de madeira, uso ele todo fim de semana no meu churrasco”. Acertei?

De fato, você usa carvão, mas esse carvão é um carvão vegetal, que apresenta menor potencial calorífero (forma de medir a qualidade do carvão através das concentrações de carbono e impurezas), já o carvão mineral pode ser de alto ou baixo potencial calorífero, isso vai depender do local onde ele é formado.

Importância e usos do carvão

O carvão tinha, e ainda tem, uma enorme importância na formação do mundo em que vivemos hoje. Ele foi o combustível responsável pela primeira revolução industrial, que ocorreu entre meados do século XVIII e início do XIX, e se iniciou em países com boas reservas desse mineral, a exemplo da Inglaterra e da França.

Diante desse evento, mudou-se a forma de produção, da manufaturada (trabalho manual) para uma produção movida a máquinas a vapor, isso acelerou a produção de bens que antes demoravam meses para, naquele momento, demorar alguns dias ou até horas.

Com o passar do tempo as máquinas a vapor foram substituídas por máquinas elétricas e movidas a óleo, porém, mesmo assim, o carvão continua sendo muito importante na atualidade como fonte de combustível nas termelétricas e como combustível para aquecer os fornos de siderúrgicas.

Como é explorado?

Imagem 1: Amostra de Carvão. Fonte: Reprodução.

Agora que você já aprendeu sobre a formação do carvão, precisamos entender como esse bem mineral é explorado.

A exploração do carvão pode ser feita de duas formas: lavra a céu aberto ou lavra subterrânea. Essa escolha depende do tipo de solo de onde está o corpo do mineiro e a relação estéril-minérios (estéril é o resto da mineração, como as rochas resíduos, as quais não possuem valor econômico relevante).

Atualmente o método mais usado é o de exploração a céu aberto, no Brasil e no mundo. Hoje os países que mais exploram são: Austrália, China, Estados Unidos, Indonésia e Rússia, mas sem dúvidas a China é a maior produtora, chegando a quase metade da produção mundial.

Ficou interessado sobre lavra a céu aberto e subterrânea? Quer saber um pouco mais sobre o tema? Dá uma olhada nesses artigos que já estão no nosso blog:

– Seleção de método de lavra: como é feito e quais os aspectos considerados;

– Lavra a céu aberto: conheça esse método e 10 incríveis minas pelo mundo!;

– Lavra subterrânea: O que é, quais são os métodos e sua regulamentação.

Imagem 2: lavra subterrânea. Fonte: Reprodução.
Imagem 3: lavra a céu aberto. Fonte: Reprodução.

Exploração no Brasil

Ao passo que já sabemos mais sobre o carvão, chegou a hora de ver a situação dele no nosso país.

A primeira mina de carvão brasileira foi aberta em 1855 em Arroio dos Ratos no Rio Grande do Sul, entretanto já se tinha notícias de algumas exportações anteriores em Santa Catarina por uma companhia inglesa que desistiu do empreendimento pelo baixo valor calorífico do nosso carvão.

Apesar disso, as reservas brasileiras de carvão, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), ocupam a posição de décima maior reserva de carvão mineral do mundo, sendo que a maior parte está nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também há reservas em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas e Acre, sendo que nesses estados ainda não há um potencial econômico que torne viável a exploração.


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