Ano: 2021

Áreas de bloqueio na mineração: saiba o que são, quais são e sua importância

Você sabia que nem todas as áreas que possuem recursos minerais podem ser reservatório mineral, ou seja, economicamente, tecnicamente e legalmente exploradas? Pois é, no Brasil algumas áreas não são permitidas fazer a exploração dos minérios, e hoje, caro leitor, você saberá o porquê, e quais são essas áreas bloqueadas.

O que são as áreas de bloqueio?

Também chamadas de limitação de mineração, as áreas de bloqueios são áreas protegidas por lei, onde não podemos fazer a exploração das riquezas presentes nestes determinados locais do solo brasileiro, mas em alguns casos o órgão ambiental competente pode emitir licença para que a área possa ser explorada, o que não é tão comum.

Caso uma pessoa, física ou jurídica, não respeite essa determinação, poderá sofrer punições severas, que podem variar a depender da importância da limitação. E você sabe o porquê de existirem essas limitações? Se não, você vai entender a seguir!

A importância das áreas de bloqueio

As áreas de bloqueio na mineração foram definidas a fim de preservar a natureza e a história de alguns importantes locais do território brasileiro, já que para ocorrer o processo de lavra o ambiente precisa sofrer algumas mudanças, como: o desmatamento e a quantidade de rejeitos gerados, que são consideráveis, gerando outros danos que você pode saber mais quais são em um outro artigo nosso, para ler, clique aqui, nele  falamos sobre os impactos ambientais que podem ser gerados pela mineração.

As áreas bloqueadas na mineração brasileira

Dentro dessas determinações de territórios com limitação de mineração temos diferentes tipos de locais, e os objetivos que tornam essas áreas bloqueadas também variam, temos entre elas: áreas de gasodutos, linhas de transmissão, hidrelétricas, reserva extrativista, tribos indígenas, caverna, sítio paleontológico, conselho nuclear, sítios arqueológicos, área militar, unidade de conservação integral e países limítrofes. Essas áreas podem ser encontradas utilizando o Sigmine.

O Sigmine

O Sistema de Informações Geográficas da Mineração (Sigmine) é uma plataforma muito importante para quem necessita de informações sobre as atividades minerárias no país. Com ele é possível ver áreas com processos ativos, inativos, reservas garimpeiras e outras informações, entre elas temos as áreas de bloqueios também, que podemos mapear facilmente, assim podemos obter informações como: o nome da empresa responsável, a categoria, data e nome do local. O Sigmine é uma plataforma segura mantida pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Interface Sigmine. Fonte: Reprodução.

Quais são as áreas bloqueadas?

Anteriormente já citamos algumas áreas que são bloqueadas, e agora você irá entender melhor sobre algumas delas:

Áreas de geração de energia: as áreas onde temos hidrelétricas, gasodutos e linhas de transmissão são áreas importantes para a geração e distribuição de energia, assim a exploração mineral pode ser impedida nesses locais. A não ser que essas atividades não prejudiquem uma a outra, e caso haja impasse na decisão, o estado irá determinar quem poderá continuar com as atividades.

Tribos indígenas: a fim de preservar a ancestralidade da nação brasileira e também a natureza do dos locais onde se encontram as tribos, a nação assegura a proteção dessas áreas diante de atividades que as degradem, mas essa proteção pode ter  exceções após estudos sobre os impactos possíveis, a ouvidoria da comunidade e a participação do lucro, e também autorização do Congresso Nacional.

Tribos indígenas (Fonte: correio braziliense)

-Reservas extrativistas: As reservas extrativistas são áreas utilizadas por populações tradicionais extrativistas, que realizam atividades de agricultura de subsistência e a criação de animais de pequeno porte, atualmente essas áreas são protegidas por lei para que não sejam feitas atividades de exploração mineral, mas podem ser permitidos pequenos garimpos desde que seja previsto e aprovado o plano de manejo da unidade de conservação.

-Cavernas: no Brasil as cavernas são cadastradas e gerenciadas pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas.  Essas cavernas são de extrema importância para estudos históricos, geológicos, biológicos, paleontológicos, entre outros. Por isso, as cavernas também são protegidas em relação aos impactos que a mineração pode gerar, mas também pode haver exceções.

Caverna do poço azul (Chapada Diamantina-BA). Fonte: Reprodução.

-Sítios paleontológicos: considerados patrimônio cultural do país, os sítios paleontológicos são locais importantes para a formação e preservação de fósseis. Assim, essas áreas também são protegidas contra os impactos que a mineração pode causar.


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Serra Pelada: o que aconteceu e o que está por trás do massacre

Como já sabemos, o Brasil é gigante, e a grande extensão territorial do país proporciona várias vantagens. Entre elas, a possibilidade de possuir riquezas naturais, tanto na superfície terrestre como no subsolo. Ao longo da nossa história, o Brasil ficou marcado pela grande quantidade de ouro encontrado durante os séculos XVII e XVIII. E é ele o protagonista do artigo de hoje. Você conhece a história de Serra Pelada?

O que aconteceu em Serra Pelada?

Figura 1: imagem de garimpeiros trabalhando em Serra Pelada. Fonte: Reprodução.

Vamos do princípio, a Serra Pelada é uma região localizada no Estado do Pará e durante a década de 80 essa área foi fortemente invadida por milhares de pessoas buscando o enriquecimento rápido através do garimpo de ouro.

E como sempre, a mineração é responsável por mobilizar todo um comércio ao entorno do mesmo. Graças a grande concentração de garimpeiros, a região atraiu lavradores, médicos, motoristas, padres, engenheiros, entre muitos outros profissionais.

No entanto, a princípio, com o objetivo de evitar possíveis confusões, foi proibida a entrada de mulheres e de bebidas nos garimpos. Outra informação importante é quefoi o major do Exército, Sebastião Curió, o responsável, até então, pela organização no garimpo. Ademais, a evolução foi muito rápida, a área em pouco tempo se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo, toneladas e toneladas de ouro foram retiradas de Serra Pelada.

Por ignorância de boa parte da população local, esse fato fez com que todos pensassem que as jazidas de ouro seriam capazes de enriquecer os garimpeiros. Porém, a maioria dos garimpeiros não conseguiram enriquecer, e o que é pior, muitos morreram durante todo o funcionamento do garimpo.

E o que de fato aconteceu? Além das inúmeras mortes durante a busca do ouro, ocorreu um massacre. O massacre da ponte de Marabá.

Ele aconteceu durante uma manifestação por direitos trabalhistas no garimpo de Serra Pelada. Mais de 300 pessoas foram encurraladas por policiais militares a cerca de 70 metros de altura do rio Tocantins. Até hoje o número exato de mortos ainda não foi desvendado. 

Qual a história por trás do massacre?

É comum associar o garimpo a más práticas de trabalho, isso se dá graças as informações que absorvemos durante nossa formação, como os exemplos presentes na literatura, nas histórias contadas, e principalmente, nos filmes. Em parte, ao falarmos de muitos anos atrás, essa informação não está 100% equivocada.

Em primeiro lugar, as condições de trabalho eram muito precárias: calor intenso, utilização de escadas danificadas, barrancos altamente perigosos e poeira de monóxido de ferro no ar, que era inalada pelos trabalhadores. Entretanto, apesar de todos esses fatores, os garimpeiros trabalhavam dia e noite na esperança de enriquecer.

O resumo dessa história é que a produção aurífera em Serra Pelada decresceu e, em 1992, ocorreu a paralisação da extração de ouro na região. Com o tempo, a grande cratera aberta para a retirada do ouro transformou-se em um enorme lago.

E caso você não saiba, a Companhia Vale do Rio Doce recebeu uma indenização de 59 milhões do Governo Federal, pois tinha direitos sobre as jazidas de ouro, que foram invadidas por milhares de garimpeiros.

O Filme

Figura 2: Imagem da capa do filme Serra Pelada. Fonte: Reprodução.

Caso tenha interesse se entreter e conhecer mais um pouco sobre a história, existe um filme sobre a Serra Pelada. O filme é uma ficção, mas que se baseia na realidade de fatos ocorridos na época.

O filme “Serra Pelada” conta a história de Juliano e Joaquim. Eles são grandes amigos que ficam empolgados ao tomar conhecimento de Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, localizado no estado do Pará.

A dupla resolve deixar São Paulo e partir para o local, sonhando com a riqueza. Só que, pouco após chegarem, tudo muda na vida deles: Juliano se torna um gângster, enquanto Joaquim deixa para trás os valores que sempre prezou.

O filme foi lançado em 2013 e dirigido por Heitor Dhalia, contando com o elenco composto por: Sophie Charlotte, Wagner Moura, Matheus Nachtergaele, Juliano Cazarré e Júlio Andrade.


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Minas abandonadas: onde estão e como visitá-las.

Você sabia que só no estado de Minas Gerais existem mais de 400 minas abandonadas? Pois é, os números são alarmantes! E você sabia que algumas dessas minas abandonadas estão abertas para visitação? Continua conosco nesse artigo e vamos descobrir quanto custa para poder visitar uma mina, entre outras curiosidades interessantes.

O que é uma mina?

Antes tudo, vamos entender o que é uma mina, e quais os tipos que existem. Bom, uma mina é dita como uma escavação destinada à obtenção de substâncias úteis ao homem como: minérios, combustível, água etc.

Falando agora sobre os métodos de lavra, podemos encontrar dois tipos: a lavra a céu aberto e a lavra subterrânea, vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas:

  • Método de lavra a céu aberto: O método de lavra a céu aberto representa a mineração em depósitos com menor profundidade, próximos à superfície.

O método de lavra a céu aberto refere-se à extração de minérios que são encontrados em depósitos com menor profundidade, ou seja, as jazidas estão localizadas bem próximas à superfície. Normalmente, esse método explora o minério até o seu esgotamento.

Os principais métodos de lavra a céu aberto são:

  • Encostas
  • Cavas
  • Fatias
  • Lavra por dissolução
Figura 1: imagem de uma lavra a céu aberto, Fonte: Reprodução.
  • Método de lavra subterrânea: Consiste na retirada de minérios em depósitos de maior profundidade.

O método de lavra subterrânea refere-se à extração de minérios que são encontrados em depósitos mais profundos, ou seja, as jazidas estão afastadas da superfície. Nesse método, o minério deve ser delimitado via sondas por meio dos serviços de topografia.

O método de lavra subterrânea possui variações como:

  • Métodos com realces autoportantes;
  • Métodos com realces das encaixantes;
  • Métodos com abatimento.
Figura 2: imagem de uma lavra subterrânea. Fonte: Reprodução.

Porque as minas são abandonadas?

Bom, agora que já conhecemos um pouco mais sobre o que é uma mina e os tipos que existem, vamos tentar entender porque as minas são abandonadas.

A princípio não sabemos ao certo qual o motivo que leva um minerador abandonar seu empreendimento, mas podemos especular que o motivo seja que a mina chegou no fim de sua vida útil, ou seja, todo o bem mineral já foi explorado e não tem mais nada economicamente viável para ser aproveitado.

Como resultado, nos deparamos com uma situação bastante triste e preocupante, pois as barragens que são feitas para armazenarem os rejeitos não são mais fiscalizadas, o que pode acarretar futuramente em algum acidente, e como sabemos, esse tipo de acidente causa grandes estragos na fauna e na flora brasileira.

As minas desativadas oferecem risco à população e ao meio ambiente?

Você sabia que alguns profissionais da mineração consideram as minas abandonadas como verdadeiras “bomba-relógio”?

Bom, as barragens mais vulneráveis de Minas Gerais, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), pertencem a empresas que hoje estão com as atividades paralisadas.

A barragem de mais alto risco de Minas Gerais é a da Mina Engenho, da Mundo Mineração, companhia que deixou de operar no município de Rio Acima há mais de seis anos. Sem manutenção desde então, a única sinalização que a barragem recebeu foram placas que alertam para a presença de material tóxico usado na extração de ouro, como arsênico e mercúrio.

Do total de áreas vistoriadas entre 2014 e 2015, 169 foram confirmadas como abandonadas e 231 como paralisadas, e 134 foram classificadas como paralisadas sem controle ambiental, muitas na categoria de baixo e médio risco. Outras 97 estão paralisadas com controle ambiental, o que equivale a 24% das minas.

Quantas minas desativadas existem no Brasil?

Como mencionado no início do nosso artigo, foi feito um levantamento em 2016 pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) de Minas Gerais, e foi detectado que o estado tem cerca de 400 minas abandonadas.

Importante ressaltar que esse levantamento está concentrado apenas nos sítios inoperantes e não a situação das barragens.

São dados alarmantes, pois estamos nos referindo a somente um estado do nosso país, imagine as centenas de minas abandonadas que devem existir pelo Brasil, é realmente bastante assustador.

Existem minas desativadas no Brasil que são abertas para visitação?

  1. Mina do Chico Rei: Fica no bairro Antônio Dias e dá para ir a pé da Praça Tiradentes. Foi uma mina de ouro que utilizava trabalho escravo. Uma grande curiosidade é que foi a única mina que pertenceu a um negro e ex-escravizado.

Informações sobre a mina:

Endereço: Rua Dom Silvério, 108 – Antônio Dias
Telefone: (31) 3551-1749/3552-2866
Horário de funcionamento: diariamente, das 8h às 17h
Valor: R$ 20,00 (preço único) – aceita apenas dinheiro – Confirme os valores antes de ir;

Figura 3: Entrada da Mina Chico Rei. Fonte: Reprodução.

2. Mina du Veloso: Fica mais afastada no Centro, no bairro São Cristóvão. Em um dos salões da mina é possível ver estalagmites (mas não se entra nesse salão). Uma coisa diferente é que há um poço com água super cristalina, embora não-potável, devido à alta concentração de minérios. Em alguns pontos, samambaias estão brotando nas paredes.

Informações sobre a mina:

Endereço: R. Levindo Inácio André, 180 – São Cristóvão – Ouro Preto
Telefone: (31) 3551-0792
Horário de funcionamento: diariamente, das 9h às 18h
Valor: R$ 25,00 a inteira e R$ 15,00 a meia – aceita apenas dinheiro – Confirme os valores antes de ir;

Figura 4: Mina du Veloso. Fonte: Reprodução.

3. Mina Felipe dos Santos: localizada no bairro Alto da Cruz. Foi aberta à visitação mais recentemente e é alvo de estudos de geólogos e engenheiros, que acreditam que a mina também era usada para exploração de ocre. Tem uma pequena queda d’água dentro da mina.

Informações sobre a mina:

Endereço: Rua 13 de Maio, 637, Bairro Alto da Cruz – Ouro Preto
Telefone: (31) 98679-6467
Horário de Funcionamento:  diariamente, das 8h30 às 17h30
Valor: R$ 30,00 (preço único) – Confirme os valores antes de ir.

Mina Felipe dos Santos. Fonte: Reprodução.

Saindo agora da cidade de Ouro Preto, temos outra mina aberta para visitação bastante conhecida no Brasil, é a Mina de Visitação Octávio Fontana, ela fica localizada na cidade de Criciúma e foi inaugurada em outubro de 2011. O complexo abriga loja de souvenires, exposições, a gruta de Santa Bárbara e estacionamento para carros e ônibus.

O visitante faz um percurso de cerca de 300 metros em uma mini locomotiva e durante o trajeto várias estações contam a história da extração carbonífera e da cidade.

Toda a infraestrutura foi preparada para receber os turistas, com atenção especial no quesito segurança. É a única mina de carvão aberta à visitação no Brasil.

Figura 6: Imagem da chegada da Mina de Visitação Octávio Fontana. Fonte: Reprodução.

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Pré-Sal: o que é, como exploramos e a realidade no Brasil

Você já ouviu falar no pré-sal? Sabe como é explorado? Será que existe depósitos aqui no Brasil? Bom, continua comigo nesse artigo e vem sanar suas dúvidas!    

O que é o Pré-Sal?

De forma bem resumida, o pré-sal é um “depósito” de petróleo e gás natural localizado em águas profundas: mais de sete mil metros abaixo do nível do mar, antes da camada de sal, por isso recebe este nome. Impressionante, não é mesmo?!

Mas, antes de continuarmos falando sobre o pré-sal, eu te convido a ler um artigo sobre o Petróleo no Brasil, tenho certeza que será bastante enriquecedor também. Mas, voltando a falar sobre o pré-sal…

Além disso, o pré-sal é uma sequência de rochas sedimentares formadas há mais de 100 milhões de anos, localizada no espaço geográfico criado pela separação do antigo continente “Gondwana”.

Provavelmente você já deve ter escutado sobre isso em alguma aula de geografia do ensino médio, talvez com outra nomenclatura: a separação dos atuais continentes Americano e Africano.

Figura 1: Imagem ilustrativa das camadas abaixo do oceano. Fonte: Reprodução.

Essa separação começou há cerca de 150 milhões de anos, sofrida entre os dois continentes formando, inicialmente, grandes depressões, que deram origem aos grandes lagos. Ali foram depositadas, ao longo de milhões de anos, as rochas geradoras de petróleo do pré-sal.

Diante da gravidade, todos os rios dos continentes que se separavam escoaram para as regiões mais baixas, assim um grande volume de matéria orgânica foi depositado ali. À medida que os continentes se distanciavam, esses materiais orgânicos, que então foram acumulados nesse novo espaço, foram sendo cobertos pelas águas do Oceano Atlântico, que estava se formando.

Nesse sentido, foi dado o início da formação de uma camada de sal, a qual, nos dias atuais, chega a 2 mil metros de espessura, o que dificulta bastante sua exploração. Essa camada de sal foi depositada sobre aquela matéria orgânica acumulada, até que processos termoquímicos transformaram a camada orgânica em hidrocarbonetos, ou seja, o petróleo e o gás natural.

As temperaturas dos locais onde se encontra essa reserva petrolífera são muito altas, entre 80º C e 100º C. Ou seja, área de alta pressão e temperaturas, diante disso as composições das rochas acabam alterando-se, o que demanda uso de tecnologias avançadas.

A grande descoberta

“As descobertas no pré-sal estão entre as mais importantes em todo o mundo nos últimos anos”. Esta frase está estampada na primeira página do site, sobre o Pré-Sal, da Petrobras,

Nesse sentido, a reserva é composta por grandes acumulações de óleo leve, considerado de excelente qualidade e com alto valor comercial. Isso nos coloca em uma posição estratégica, principalmente ao se falar da grande demanda de energia mundial.

Para descobrir essas reservas e operar com eficiência em águas ultra profundas, foi necessário desenvolver tecnologia própria. Atuaram em parceria com fornecedores, universidades e centros de pesquisa. Contrataram sondas de perfuração, plataformas de produção, navios e submarinos. Consegue imaginar quantos recursos foram mobilizados para tornar isso possível? Movimentaram toda a cadeia da indústria de energia.

A realidade no Brasil

A reserva brasileira localiza-se em uma faixa litorânea de aproximadamente 800 quilômetros de extensão, em torno dos estados do Espírito Santo e Santa Catarina.

O petróleo encontrado nessa região é de alta qualidade e localiza-se numa área de três bacias sedimentares:

1. Bacia de Santos

2. Bacia de Campos

3. Bacia do Espírito Santo

Quem descobriu o pré-sal no Brasil?

Por volta dos anos 2000, em 2006 especificamente, foi anunciado sua existência: um grande campo petrolífero armazenado abaixo de uma espessa camada de sal.

Veja bem, a descoberta foi fruto do processo de cooperação entre a Petrobras e empresas estrangeiras que visavam exploração de petróleo.

Figura 2: Imagem da fachada de um dos prédios da Petrobras. Fonte: Reprodução.

Ao longo dos anos, a estatal desenvolveu tecnologias que pudessem garantir a autossuficiência do Brasil em relação às reservas de petróleo, visto que o Brasil, historicamente, sempre dependeu da importação do óleo.

Assim, as pesquisas saíram dos campos terrestres e migraram para águas profundas. A chamada offshore, temos um artigo explicando melhor sobre essa exploração, vale a pena ler: Conheça um pouco sobre a exploração de petróleo no mar.

Se pararmos para conversar sobre a economia da época em que o pré-sal foi descoberto no Brasil, vamos observar que nosso contexto socioeconômico apontava uma relevante expansão econômica brasileira, somada ao aumento da demanda mundial de petróleo.

No entanto, nos anos seguintes, mais especificamente no ano de 2010, aPetrobras iniciou, de fato, o processo de extração de petróleo no campo Jubarte, localizado na Bacia de Campos, no Espírito Santo, dando início a uma nova perspectiva para a economia brasileira.

Acompanhe alguns dados fornecidos pela própria estatal:

– A produção de petróleo, cresceu de 2010 para 2016 o total de 24,3 vezes, alcançando a marca de 1 milhão de barris produzidos por dia;

– Já em maio de 2018, a Petrobras anunciou que a produção de petróleo atingiu a marca de 2,07 milhões de barris por dia. Ou seja, uma produção 48,8 vezes maior que a referente a 2010;

– São ao todo 52 poços sendo perfurados em um período cada vez menor, isso graças ao avanço em tecnologias e projetos.

Como funciona a exploração do pré-sal?

Agora que sabemos sobre o que o pré-sal e quais encontramos no Brasil, agora falaremos sobre como ele é explorado. Continua comigo!

Então, segundo o Ministério de Minas e Energia é a Bacia de Santos e a Bacia do Espírito Santo que encontramos os principais campos, a exemplo do Tupi, conhecido como campo de Lula.

Na região em que se estendem as Bacias de Santos e de Espírito Santo, a Petrobras perfurou 31 poços, sendo a Bacia de Santos a que detém os poços mais produtivos. Dos dez poços com melhor vazão diária, nove encontram-se nessa área.

Figura 3: Plataforma de exploração de petróleo na Bacia de Campos. Fonte: Reprodução.

Segundo o diretor da Empresa de Pesquisa Energéticas, José Mauro Ferreira, até o ano de 2026, o Brasil tem poder produtivo para se tornar um dos cinco maiores exportadores de petróleo do mundo. Muito promissor, não acha?

Qual nossa situação atual do pré-sal no Brasil?

A demanda petrolífera é uma das principais causas de conflitos e guerras no mundo, você já deve ter ouvido falar sobre isso.

Fica mais fácil pensar em dois grandes polos: de um lado os países que produzem petróleo e possuem as grandes reservas, e do outro lado estão os países que consomem, mas que possuem pouca ou nenhuma reserva.

O curioso é observar que os países com grandes reservas normalmente têm mercado reduzido, tecnologias limitadas e pouco capital, como países do Oriente Médio. Já os países com reservas pequenas, na sua grande maioria, contam com grandes mercados, bastante capital e tecnologias avançadas e têm necessidade de comprar petróleo de grandes produtores.

Dito isso, a descoberta do pré-sal no Brasil nos colocou em uma posição de privilegio, pois atraiu uma maior visibilidade do mercado investidor. A exploração significou um novo rumo de desenvolvimento para o Brasil.

Essa atividade estimulou os investimentos por parte de empresas nacionais e estrangeiras, assim impulsionando a produção de tecnologia, promovendo maior capacitação profissional e gerando oportunidades de emprego.

Graças a esse interesse, que representa grandes investimentos na economia do país, o governo estipulou três regimes, por meio de contratos, para exploração do petróleo:

Concessão: garante direitos exclusivos para a produção, exploração e venda do petróleo em um determinado período.

Partilha de produção: a União detém o petróleo e negocia a distribuição dos lucros entre os investidores.

Cessão onerosa: o Estado dá à Petrobras o direito de exploração do petróleo em algumas áreas.

A ideia foi que por meio do regime de partilha de produção, o Brasil conseguisse maior controle da exploração do petróleo e, assim, obter maior vantagem econômica e estratégica.

Um dos grandes exemplos do interesse em investimentos mundiais são os leilões que ocorrem nas áreas do pré-sal no Brasil.


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Quadrilátero Ferrífero: entenda sobre a região

Você sabia que a presença de minérios como ouro e prata foram agentes importantíssimos para o desenvolvimento de diversas cidades no estado de Minas Gerais?

Da mesma forma, assim como outras diversas cidades que surgiram a partir da presença de recursos minerais exploráveis, Minas se destaca pela presença do chamado quadrilátero ferrífero, região de destaque e importância no cenário nacional e até mundial. Nesse artigo nós te mostraremos mais sobre alguns aspectos importantes da região.

O que é o Quadrilátero Ferrífero? Onde está localizado?

Bom, a primeira coisa que você deve estar se perguntando deve ser ‘’o que é o quadrilátero ferrífero? ’’, e olha só, se foi isso mesmo, agora você vai entender isso e muito mais. Vamos nessa?

Então, o Quadrilátero Ferrífero é uma área do sudeste brasileiro, muito rica em recursos minerais, sendo considerada a mais importante dessa região e até mesmo do Brasil. O quadrilátero está localizado em Minas Gerais, e dentre os munícipios que o compõe temos:

Bom Jesus do Amparo, São Gonçalo do Rio Abaixo, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Catas Altas, Alvinópolis, Mariana, Ouro Preto, Ouro Branco, Congonhas, Jeceaba, Belo Vale, Moeda, Itabirito, Rio Acima, Brumadinho, Mario Campos, Sarzedo, Ibirité, Nova Lima, Raposos, Sabará, Caeté, Belo Horizonte, Santa Luzia.

Vários lugares, não é mesmo? A partir disso já dá para imaginar quão grande é o território, cerca de 7000km2. Mas, com base nisso surge outro questionamento, qual a relação do nome Quadrilátero ferrífero? Não nos remete a algo que esteja relacionado com quatro lugares, por exemplo?

O que acontece, ou melhor, o que aconteceu para receber esse nome está relacionado com o fato de que no final dos anos 50, o geólogo Gonzaga de Campos notou que os maiores depósitos de minério de ferro da região se localizavam numa região limitada próximas a linhas que ligam os municípios de Itabira, Mariana, Congonhas, Casa Branca, Itaúna e Rio Piracicaba.

Localização do Quadrilátero ferrífero. Fonte: Reprodução.

Como e quando foi descoberto?

Um ponto importante de se saber é o período em que a reserva foi descoberta, e já te adianto que não foi uma descoberta tão recente.

O Quadrilátero Ferrífero foi descoberto no século XVII, e os primeiros registros do tão importante minério de ferro datam se em 1693. Como ocorreu num período ainda de colonização, muitas cidades foram criadas por causa da presença dos minérios, como o ouro, na região.

Descrição da geologia do quadrilátero ferrífero

Como te falamos anteriormente, o quadrilátero ferrífero é uma região muito importante por ser rica em recursos minerais e beleza, mas qual que é o tipo de estruturas geológicas por ali presentes? É isso que te explicaremos agora, vem conosco.

Basicamente, três grandes conjuntos de rochas compõem a geologia do local, sendo eles:

– Complexo Granítico Gnáissico;

– Supergrupo Rio das Velhas;

– Supergrupo Minas.

Para compreender melhor como que elas são devemos analisar uma a uma, observe:

Coluna estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero. Fonte: Reprodução

Complexo Granito-Gnáissico – presente em três regiões diferentes: no centro do Quadrilátero Ferrífero, próximo a cabeceira do Rio das Velhas, chamado Complexo Bação; ao norte da Serra do Curral, denominado Complexo Belo Horizonte; e a oeste da Serra da Moeda, nomeado Complexo Bonfim.

As rochas que estão presentes nessa região são compostas por gnaisses bandados, tendo composição tonalítica e granodiorítica, estas possuem algumas feições de migmatização, que é um processo metamórfico onde são formados os migmatitos. Ocorre também a presença de intrusões graníticas, além de diques e faixas vulcano-sedimentares.

Supergrupo Rio das Velhas – inicialmente era uma bacia vulcano-sedimentar, cheia de rochas vulcânicas do período arqueano, no entanto no período Proterozoico houve a formação de uma bacia sedimentar com pouco vulcanismo. Com isso, após a formação, se deu o processo de Orogênese – que é aquele processo geológico que tem como resultado a formação de cadeias montanhosas e que se relacionam com a tectônica pressional das placas – com presença de dobramentos e metamorfismo.

Em resumo, esse grupo é composto por rochas vulcânicas e sedimentares. Esse conjunto de rochas vulcano-sedimentares originaram várias formações de xisto.

Supergrupo Minas – inicialmente esse grupo ficou depositado numa bacia sedimentar, inicialmente continental e em seguida marinha, com formações de conglomerados, arenitos, rochas carbonáticas e pelitos. Essa bacia foi preenchida por sedimentos originários da erosão do complexo granito gnáissico e do supergrupo rio das velhas.

Ele pode ser subdividido em três unidades: unidade elástica basal (Grupo Caraça), unidade química intermediária (Grupo Itabira) e unidade clástica e topo (Grupo Piracicaba e Sabará).

Minerais encontrados

Agora que você já está por dentro das formações geológicas da região, chegou a hora de conhecer os minérios que são encontrados por lá. E uma coisinha, não fique preso ao ‘’ferrífero’’ e achando que só encontramos ferro por lá, tá?

Apesar das maiores reservas realmente corresponderem aos depósitos de ferro, o quadrilátero possui grandes reservas de ouro, bauxita, calcário, manganês, caulim e argila. Dentre esses se destaca o ouro e manganês, além de, claro, o ferro.

Alguns dados do início do século XXI informam que da região era extraída cerca de 55 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

Vamos falar um pouco sobre esses minerais?

Ferro: Fazendo jus ao nome, e como já comentamos anteriormente, o ferro tem abundância e destaque quando se fala do quadrilátero ferrífero. Dessa maneira, o que nos cabe dizer é que a região foi considerada como a maior jazida do minério do Brasil. Ali se destaca as formações ferríferas bandadas.

É importante destacar que o minério teve e segue sendo de uma importância imensa para o estado de Minas Gerais, desde o seu desenvolvimento quanto para o mantimento da economia e suprimento das demandas globais. Na região tem-se por volta de trinta minas em atividade de explotação. Além disso, grande parte do minério que é explorado tem seu destino voltado ao mercado europeu e asiático, destacando a China e Japão como maiores compradores.

Ouro: Provavelmente você sabe ou já ouviu que Minas Gerais é um grande produtor de ouro, não é? Se não sabia, agora já fica o informe.

O que ocorre é que o ouro em MG é mais bem distribuído que o ferro, no sentido de que não se restringe aos depósitos do quadrilátero. Ainda assim, nas regiões do quadrilátero ferrífero as ocorrências de ouro estão situadas em rochas quartzo-carbonáticas xistosas do supergrupo Rio das Velhas, que comentamos mais cedo, disseminadas com os sulfetos de ferro, cobre e arsênio.

Quando ocorre de maneira diferente é encontrado nas zonas de falhamento dos itabiritos do supergrupo Minas.

Curiosidade: A cidade Ouro Preto tem esse nome devido à coloração negra do ouro encontrado na região. Essa coloração se deve a presença de uma fina película de óxido férrico que as envolve.

Manganês: Por outro lado, temos também a presença do Manganês na região. Esse minério é considerado o décimo segundo mais abundante do planeta. Sua ocorrência é relacionada com óxidos, hidróxidos, silicatos e carbonatos, isso mostra que está associado a diversos minerais, mas poucos deles são minerais-minério, que há possibilidade de ser lavrado.

O Brasil possui cerca de 18,3% do total das reservas mundiais do minério de manganês. Os principais depósitos compreendem localidades no Pará, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero, mais especificamente próximo a cidade de Conselheiro Lafaiete. O minério de manganês é considerado material fundamental na fabricação de ligas metálicas, combinado, especialmente com o ferro, na produção de aço. Pode ser utilizado ainda em ligas de cobre, zinco, alumínio, estanho e chumbo.

Maiores empesas atuantes

Dentre as empresas que estão situadas na região, podemos citar algumas como as principais, levando em conta o seu porte e quantidade de produção.

Para começar, vamos com a maior produtora de minério de ferro do país, a Vale. Só no terceiro trimestre de 2018 ela teve o recorde de produção de finos de minério de ferro, atingindo 104,8 milhões de toneladas.

Em seguida temos a Anglo American. Ela possui as duas unidades de negócio em Niquelândia, Goiás, com produção de níquel e também em Conceição do Mato Dentro-MG produzindo minério de ferro.

A Usiminas também tem suas operações de mineração no quadrilátero ferrífero. Quatro de suas minas estão situadas na região de Serra Azul e nos limites do quadrilátero.

A mineradora já produziu cerca de 52,3 milhões de toneladas de minério de ferro, e ainda teve o recorde de vendas de 800 mil toneladas em um único mês.

Já a  Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) tem sua principal atividade na mina Casa de Pedra e na mina do Engenho, situada no município de Congonhas. As reservas chegam a 3 bilhões de toneladas e também tem uma capacidade de produção de até 30 milhões de toneladas por ano.

Enquanto isso, a Ferrous Resources do Brasil também tem seus principais empreendimentos com as minas Viga, localizadas no Quadrilátero Ferrífero. Vale mencionar também que a produção de minério de ferro da Ferrous atingiu 5.5 milhões de toneladas em 2014.


Enfim, nesse artigo falamos sobre o quadrilátero ferrífero, suas características, os minérios associados à região, além de algumas das empresas que exploram o local.

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Usinas nucleares, matéria prima mineral e energética

Você provavelmente já ouviu falar de acidentes em usinas nucleares, como o que aconteceu em Chernobyl, não é mesmo?

Bom, caso ainda não conheça nada sobre, não se preocupe! Nesse artigo te contaremos todo o funcionamento de uma usina nuclear.

Já temos um artigo que fala sobre a descoberta, alguns acidentes marcantes e todos os minerais radioativos, sugerimos que faça a leitura dele também. Radioatividade: da descoberta aos dias atuais.

O que são usinas nucleares?

Então, de modo bem direto, usina nuclear é uma unidade industrial responsável pela produção de energia elétrica, só que diferente das outras formas de gerar eletricidade que já conhecemos, nas usinas nucleares a energia é obtida a partir das reações nucleares dos minerais radioativos.

Usina nuclear. Fonte: Reprodução.

Como funcionam?

Como é de se esperar, é necessário ter a presença de um mineral radioativo para que a usina funcione, correto? E para isso temos o Urânio, ele é o mineral mais utilizado para essa função.

Diante disso, temos um processo de três etapas para o seu funcionamento, são elas:

  1. O Urânio é colocado no vaso de pressão, onde ocorre a fissão nuclear (processo de quebra do núcleo de um átomo instável). Esse processo de fissão permite o aquecimento da água que passa pelo reator, gerando energia térmica.
  2. A próxima etapa é ainda relacionada com a primeira, já que a água que foi aquecida no primeiro sistema se torna vapor, e assim consegue movimentar a turbina de um gerador elétrico presente em seu sistema.
  3. Após tudo isso, o vapor de água que havia sido gerado é convertido em água novamente, por meio de um sistema de condensação, que é resfriado por meio de um sistema que bombeia água de um rio, lago ou do mar.

Esses três sistemas impedem que haja contato da água que passa pelo reator com as outras. E claro, depois de tudo isso a energia produzida chega às residências através das redes de energia elétrica.

Elementos de uma usina nuclear. Fonte: Eletrobras.

Energia nuclear, bom ou ruim?

Ao mesmo tempo em que a energia nuclear é uma alternativa interessante para a substituição de recursos como água (que fornece energia hidrelétrica), carvão, gás e até o petróleo, muito se discute sobre os seus benefícios e os riscos que estão ligados a sua utilização.

Dessa forma, listamos alguns dos principais itens positivos e negativos em relação a esse método energético.


Benefícios

– As usinas independem das condições climáticas, como chuvas ou ventos;

– A energia é limpa por não emitir gases de efeito estufa;

– A não utilização de combustíveis fósseis como petróleo e carvão;

– Abundância do Urânio;

– Economia, uma vez que 10g de urânio produz a mesma quantidade de energia equivalente a 700kg de Petróleo e 1.200 kg de carvão;

– Pequena área para construção da usina.

Malefícios

– O lixo radioativo precisa ser armazenado em locais seguros e isolados;

– Risco de acidentes nucleares graves;

– Investimento inicial numa usina é muito caro;

– Problemas ambientais aos ecossistemas aquáticos, pois a água aquecida que foi usada volta ao seu local de origem com a temperatura ainda elevada;

– Não é uma fonte renovável, pois o urânio precisa ser extraído para ser utilizado.

Minerais energéticos

Bom, como você já deve ter visto, existem diversos minerais com propriedades radioativas, no entanto, para a produção de energia nuclear somente dois elementos são amplamente utilizados:

– O Urânio, que é o combustível nuclear mais utilizado para fissão nuclear. Ele é um elemento natural, que é encontrado na natureza, mas que ainda assim passa por alguns tratamentos antes de ser utilizado nos reatores.

Urânio. Fonte: Reprodução
Pastilha de Urânio. É dessa forma que são usadas nos reatores. Fonte: Reprodução.

Plutônio, é obtido artificialmente através do Urânio. Também é usado na fabricação de armas nucleares. Um ponto interessante é que ele fornece energia elétrica para sondas e veículos espaciais.

Plutônio. Fonte: Reprodução.

O Brasil produz energia nuclear?

Bom, depois de entender o funcionamento das usinas, as vantagens e desvantagens da energia nuclear, fica um questionamento: o Brasil produz energia nuclear?

A resposta é sim! Ainda que em pequena escala. Atualmente temos duas usinas localizadas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. São elas Angra 1 e Angra 2, a terceira ainda está em construção.

Angra 1

Sua construção começou em 1972 e as atividades se iniciaram em 1 de janeiro de 1985. Hoje ela gera energia suficiente para abastecer cerca de 9,9 milhões de habitantes.

Angra 2

Essa por outro lado, começou a ser construída em 1976 e só em 1981 que começou a construção do local que o reator ficaria. Devido a alguns problemas de falta de recursos para continuar, a usina só começou a funcionar de fato em 1 de fevereiro de 2001. Por ter um porte maior que a Angra 1, ela é capaz de produzir energia o bastante para o abastecimento de 20,9 milhões de habitantes.

Angra 3

Por fim, como dito anteriormente, essa é a usina que ainda está em fase de construção. Ela começou em 1984 e também em decorrência da falta de investimentos ela teve diversos momentos de parada e retomada das atividades de construção. A previsão é que até 2026 ela comece as suas operações, já concluída.

Usinas Angra-1 e Angra-2. Foto: Rodrigo Soldon/Flick.
Obra da usina de Angra 3 em dezembro de 2014, antes das obras serem paralisadas. Foto: Reprodução.

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Rejeito de Rochas Ornamentais: por que reaproveitar, o que são rejeitos

Outro dia nós conversamos sobre as rochas ornamentais, o que são, quais os tipos e a suas respectivas classificações, você se lembra? Bom, se a sua resposta for não, basta dá uma olhadinha em um artigo nosso que já está pronto: Rochas ornamentais: fique por dentro das últimas mudanças na Lei . Entretanto hoje nós vamos bater um papo sobre o rejeito dessas rochas.

Você já parou para pensar o que é feito com todo o material que “sobra”, ou o que acontece com o “lixo” das construções civis, ou até mesmo o que é feito com os rejeitos da extração dessas rochas? Até o final desse artigo vamos tentar esclarecer essas questões para você.

Por que reaproveitar os resíduos?

Bom, vamos começar do início. O Brasil é um importante produtor de rochas ornamentais no cenário mundial, o que, obviamente, torna a questão dos rejeitos um ponto de grande relevância a ser discutido.

O estado do Espírito Santo se tornou referência mundial na produção de mármore e granito. Ele também se destaca como líder absoluto na produção nacional de rochas, possuindo investimentos do parque industrial brasileiro e tem mais de 600 jazidas ativas de granito, produzindo até 500 tipos diferentes deste produto.

Diante de todo esse volume de produção, a consequência é um volume considerável de rejeitos, que são depositados em pilhas, o que os tornam passivos ambientais.

E o que é um passivo ambiental? Bem, passivo ambiental é todo tipo de impacto causado ao ambiente, ou seja, resíduos produzidos por meio da atuação de um empreendimento que não tenha sido reparado ao longo de suas atividades.

O que são rejeitos e estéreis?

Vamos começar diferenciando lixo, resíduo e rejeitos. Isso vai ser importante para que você não confunda os seus significados ao longo desse artigo. Apesar de apresentarem sentidos parecidos, e de ser comum trocarmos as nomenclaturas durante uma conversa é interessante entender suas diferenças.

Lixo: segundo a ABNT, o lixo é o resto das atividades humanas, considerados como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido e líquido, desde que não seja passível de tratamento.

Resíduos: é tudo aquilo que pode ser reutilizado e reciclado e, para isto, este material precisa ser separado por tipo, o que vai permitir ser destinado para outros fins. O interessante é que esses podem ser encontrados nas formas sólida (resíduos sólidos), líquida (efluentes) e gasosa (gases e vapores).

Rejeitos: o rejeito é um tipo específico de resíduo, quando todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem já tiverem sido esgotadas e não houver solução final para o item ou parte dele.

Voltando a falar de mineração, nos seus processos produtivos, gerar resíduos sólidos é inevitável. Já que temos a busca pelos melhores teores e as especificações mais favoráveis, isso promove um tipo de seleção, gerando assim os resíduos.

Nos resíduos da mineração, temos em destaque a existência dos resíduos sólidos de extração (estéril) e do tratamento/beneficiamento (rejeitos).

Em resumo, o rejeito é a parte não aproveitável do mineral ou minério, é o que sobra do beneficiamento. Enquanto o estéril é aquela parte que precisa ser retirada para prosseguir com a lavra, e que posteriormente não será destinada ao beneficiamento.

Portanto, esses resíduos estéreis são gerados na abertura da pedreira, e principalmente durante o desenvolvimento das bancadas, um exemplo é o descarte de blocos considerados fora das “características” solicitadas pelo mercado ou os blocos com defeitos, apresentando fraturas e trincas.

Assim, uma vez que apresentam defeitos suas causas podem ser diversas, podem ter como origem: as fases críticas das operações de lavra, o manejo de explosivos, o tombamento de painéis, o manuseio dos blocos, origem tectônica, e principalmente devido ao alívio das tensões internas das rochas.

Quais as principais etapas geradoras de resíduos de rochas ornamentais?

É um pouco difícil para pontuar qual é o principal fator gerador de resíduos, uma vez que a mineração, como um todo, promove grandes volumes de descartes de diferentes materiais.

Veja bem, sendo necessário apontar grandes fatores que geram resíduos, podemos falar sobre não conhecer de forma detalhada o espaço que será lavrado. Isso pode acontecer graças a falta de experiência, conhecimento de técnicas, estudos avançados e, o mais comum, a falta de investimento.

Nestes casos, as pesquisas de exploração não foram aprofundadas e o investimento para se desenvolver tecnologicamente não foi dado como prioridade. Isso atrapalha a realização de projetos mais eficientes, principalmente ao falar do aproveitamento dos minérios extraídos o que, como consequência, gera um volume muito maior de resíduos.

Assim como todas as atividades de extração e beneficiamento das rochas ornamentais, ainda que bem realizado, geram, em algum nível, material para descarte. Nas lavras, durante a extração dos blocos e no beneficiamento, a serragem dos blocos, o polimento e o corte com as dimensões comerciais. Em todas as etapas desse processo são gerados resíduos e rejeitos.

Como reaproveitar os resíduos de rochas ornamentais?

Visando as questões ambientais, a grande quantidade de resíduos gerados é a maior problemática do mercado de rochas.

Os estéreis, por exemplo, no geral são dispostos em pilhas próximo das frentes de lavra ou são espalhados pelo empreendimento minerário. Para organiza-los em pilhas são ocupados grandes espaços, espaços esses que muitas das vezes para conseguir serem ocupados é necessário retirar a vegetação nativa.

E para completar, quando é necessário procurar por novas áreas para o depósito dessas pilhas, o empreendimento em questão, a pedreira, está contribuindo para a degradação ambiental e reduzindo espaços de uso comercial, uma vez que estão impedindo o aproveitamento desses terrenos para outros fins, como a agricultura e a pecuária, ainda que as mesmas também carreguem parcela de “culpa ambiental”. Entretanto, sabemos que são indústrias fundamentais para a sociedade e necessitam de áreas aproveitáveis, áreas essas que estão sendo ocupadas por rejeitos e estéreis da mineração.

Além disso, quando esses são dispostos de forma incorreta, é muito fácil acontecer situações não planejadas e agravar todo o problema inicial (o volume de material a ser descartado), a exemplo de escorregamento e carregamento dos sedimentos pelas águas pluviais, podendo ser levados para cursos de água, causando assim assoreamento, aumento da turbidez e de partículas em suspensão.

Se você parar para pensar que aproximadamente 30% de um bloco ornamental é reduzido a pó só nos processos de serragem, imagine a quantidade de rejeito que é gerado em todos os processos?

Bom, então, como finalmente reaproveitar os resíduos de rochas ornamentais? Essa é a famosa pergunta que vale um milhão. Reduzir e reaproveitar os resíduos e rejeitos das industriais gerados durante o processo de exploração e beneficiamento, é um dos grandes desafios para tentar reduzir os impactos ambientais, o passivo ambiental que comentamos anteriormente.

Várias pesquisas visam estudar as possibilidades de aproveitamento desses resíduos em aplicações industriais, principalmente ao se falar da indústria da construção civil.

Uma das alternativas estudadas para o aproveitamento dos rejeitos que são gerados pela atividade de lavra das rochas ornamentais é o beneficiamento dos mesmos para serem utilizados como agregados na construção civil.

E o que são os agregados? Os agregados são fragmentos de rochas popularmente conhecidos como “areias” e “pedras”. Eles são os grãos que não têm definido nem volume e nem forma. Diferentes tipos de fragmentos são aproveitados em muitas obras de construção civil, principalmente em edificações, pavimentações, barragens e saneamentos.

A britagem e o peneiramento podem ser realizados em Unidades de Tratamento de Minérios, as famosas UTM’s, instaladas dentro do próprio empreendimento minerário.

Para que isso seja possível, é necessário seguir algumas etapas, como:

  • Caracterizar o rejeito nos aspectos: físico, químico e mineralógico;
  • Realizar ensaios técnicos com os agregados produzidos a partir do beneficiamento dos rejeitos;
  • Confeccionar concretos e argamassas com os agregados produzidos e em diferentes dosagens;
  • Submeter tais concretos e argamassas a ensaios técnicos, verificando assim, se atendem aos requisitos estabelecidos pelas Normas Técnicas Brasileiras pertinentes.

E, considerando a mineração uma indústria que movimenta grandes valores investidos, da mesma forma que são realizados estudos de viabilidade técnica, é importante averiguar também a viabilidade econômica de implementar uma planta de britagem e peneiramento para aproveitamento dos rejeitos gerados no processo de lavra.

Sendo assim, é necessário contabilizar o índice de lucratividade, calculado a partir dos investimentos iniciais em máquinas e equipamentos para britagem, despesas com manutenção e pessoal, custos operacionais da atividade, preço do frete, custos com projetos ambientais, custo com regularização da atividade, entre muitos outros.

Caso seja um assunto que te interesse, temos um artigo detalhado sobre os processos de britagem e moagem no nosso blog, dá uma olhadinha: Moagem: o que é, objetivo, funcionamento e tipos.


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Separação magnética no beneficiamento mineral: o que é, como é realizada

Você sabia que o processo de beneficiamento mineral possui diversas etapas e métodos para realização? E tudo isso é feito visando o tratamento e preparação do material. Dentre os diversos processos temos a separação magnética, uma importante operação que oferece ótimos resultados com o custo baixo. Diante disso, eu te convido a ler esse artigo e entender um pouco mais sobre a separação magnética!

O que é beneficiamento?

Você sabia que o beneficiamento mineral é uma das principais etapas do tratamento de minérios? Sabia que ela pode ser executada das mais diferentes formas e com os mais diversos equipamentos?

Bom, se você não sabe dessas informações, não se preocupe que já temos um artigo bem detalhado sobre esse processo, que você pode conferir aqui: Tratamento de minérios: Descubra como funciona todo o processo de beneficiamento

Mas já adiantando um pouco, o beneficiamento é uma fase primordial no processamento mineral, isso porque ele vai permitir a separação e classificação dos materiais que se tem o maior interesse em obter.

No artigo de hoje você vai entender melhor como funciona a separação magnética no beneficiamento mineral e como ocorre todo o procedimento, além de conhecer os equipamentos e importância da atividade.

Qual a importância da separação dos minerais?

Caso você ainda não saiba, a partir do momento que se extrai os recursos minerais da natureza, uma fração deles será aproveitada e outra parte provavelmente não terá uma aplicação muito imediata. Isso por que o material de interesse é o minério, o material da rocha encaixante por muitas vezes não ter valor econômico agregado, e passa a não ter aplicabilidade imediata.

Dessa forma, surge a necessidade de se realizar o beneficiamento, visto que a partir dele será possível separar o minério de interesse do estéril.

Além disso, a separação dos minerais é muito importante para alguns tipos de reciclagem, como por exemplo, de materiais eletrônicos ou na separação de metal e lixo comum.

O que é separação magnética?

Como mencionado anteriormente é necessário realizar alguns processos de separação dos minerais no momento do beneficiamento, isso levando em consideração os aspectos de interesse, como por exemplo, tamanho das partículas, composição, etc.

Na separação magnética, o objetivo é de fato separar os materiais que possuem propriedades magnéticas em sua composição do restante dos componentes da sua estrutura. De forma mais direta, serve para separar misturas que contém ferro, níquel e cobalto.

Como é realizada?

Bom, agora que já vimos um pouco do que é o beneficiamento e o que de fato é a separação magnética, chegou o momento de falarmos um pouco de como o procedimento é realizado.

Então, para realizar o processo normalmente é utilizado um imã, mas isso apenas quando a separação é voltada para uma pequena quantidade de material, ou seja, numa escala pequena. Quando falamos numa escala maior, já se faz necessário o uso de um eletroímã.

Figura 1: Foto de um eletroímã. Fonte: Reprodução.
Figura 2: Foto de um ímã. Fonte: Reprodução.

Tipos de minerais com propriedades magnéticas

Bom, como vimos agora pouco, a separação magnética ocorre para separar os minerais com propriedades magnéticas. No entanto, existem algumas características importantes desses minerais em relação a sua forma de reagir aos estímulos magnéticos que irão interferir um pouco no método de separação. Ficou curioso? Então observe a seguir.

Minerais ferromagnéticos: São aqueles minerais que respondem com forte atração magnética com o ímã comum. Um bom exemplo de mineral com essa característica é a Magnetita.

Minerais paramagnéticos: Corresponde a um grupo que não apresenta uma grande atração ao campo magnético. Como exemplo, temos a Hematita.

Minerais diamagnéticos: Os minerais dessa classe possuem a característica de repelir a indução magnética, ou seja, ele não é atraído. Sua atração chega a ser menor que a dos minerais paramagnéticos. Temos o exemplo do Quartzo como um membro desse grupo.

Interessante, não é?!

Formas de separação magnética

-Separação magnética a seco: Começando pela separação magnética a seco, podemos dizer que ela é empregada quando se trabalha com granulometrias mais grossas. O uso dos equipamentos vai depender da intensidade necessária para a separação.

-Separador de correias cruzadas: Possui um grande índice de seletividade. A faixa granulométrica alcançada varia de tamanhos de 1,65mm até 104 µm. Esse equipamento existe em várias versões, e pode ter mais de um estágio de separação dentro de um mesmo aparelho.

Separador de correias cruzadas. Fonte: CETEM

-Separadores de imãs permanentes: São usados principalmente para separar minerais ferromagnéticos. Com as mudanças e avanço das tecnologias, surgiu a possibilidade de utilizar campos magnéticos mais intensos, dando origem também a outros tipos de ímãs.

Os mesmos, produzem campos magnéticos estáveis, consomem baixa energia, e não apresenta necessidade de grandes correntes elétricas, sua desvantagem é a sensibilidade, a variação da temperatura e a pouca flexibilidade de variação de intensidade de campo.

Separador de ímãs permanentes. Fonte: CETEM

-Separador de rolos induzidos: pode ser fabricado tanto na versão simples com apenas um rotor, que é a forma mais utilizada em laboratórios, quanto na versão mais complexa, com vários rotores. Ele é usado principalmente em situações que é necessário retiras as impurezas provenientes do processamento mineral, sejam elas magnéticas ou paramagnéticas. Suas limitações estão mais voltadas a questões como baixa flexibilidade, baixa capacidade por unidade, e faixa granulométrica baixa.

Separador de rolos induzidos de três estágios. Fonte: CETEM

-Separação magnética a úmido: Nesse tipo de separação são utilizados tanto equipamentos de baixa como de alta intensidade. Normalmente os de alta intensidade são utilizados com minerais paramagnéticos enquanto os de baixa intensidade são mais usados para os ferromagnéticos. Os de baixa intensidade também costumam ter capacidades menores de tratamento.

-Separador de tambor de baixa intensidade: é usado para separar minerais ferromagnéticos, se o campo magnético for de até 0,2 T.

Separador magnético a úmido de baixa intensidade. Fonte: CETEM

-Separador magnético a úmido de alta intensidadepossibilita o uso em minérios com granulometria que seja abaixo de 75. Nesse aparelho, devido ao fato dos eletroímãs produzirem um campo magnético com intensidade alta, é possível ter campos magnéticos elevados em que o minério irá passar e as partículas paramagnéticas serão retidas pela ação do campo.

Em função disso o equipamento é interessante por suas maiores vantagens em relação aos outros. Apesar da capacidade de tratar pouco material, ainda é muito eficiente, versátil e prático, que oferece bons resultados e com baixo custo. 

Separador magnético a úmido de alta intensidade. Fonte: CETEM

Vantagens e importância

Sabemos que várias atividades da mineração causam diversos impactos, e muitos deles negativos quando não realizados da maneira correta. No entanto, a separação magnética é uma atividade que apresenta alguns benefícios.

Então, dentre as vantagens que esse tipo de separação apresenta, podemos destacar duas características:

Ponto de vista econômico nesse sentido, sua vantagem é o investimento que será necessário para adquirir o equipamento para a separação. Normalmente eletroímã tem uma fácil aplicação e é muito mais barato que o uso de outros equipamentos ou até mesmo produtos químicos (que, por sinal, causam contaminação).

Ponto de vista ambiental o ponto positivo é que não ocorre produção de resíduos poluentes pela forma que ocorre a separação, além disso, também é importante para a separação de materiais na reciclagem, como mencionado no início do artigo.

Ademais, não podemos deixar de mencionar a questão da rapidez para realizar a separação e a facilidade envolvida. Outro ponto de atenção é que sempre que possível, é importante analisar os benefícios e impactos que as atividades trarão tanto para o seu bolso quanto para o meio ambiente.

Finalmente chegamos ao final do artigo, e espero que você tenha compreendido como funciona a separação magnética e os benefícios que ela apresenta.

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Carvão: Como é formado, explorado e qual é sua importância.

Você sabe a diferença entre o carvão mineral e o carvão vegetal, como eles são explorados ou qual a importância deles no seu dia a dia? Se a resposta foi não, você está no lugar certo.

Como é formado o carvão?

Você sabe como o carvão mineral é formado? O carvão mineral foi formado há milhares de anos, através de depósitos de matéria orgânica vegetal que foi soterrada e se decompôs sem a presença do oxigênio, dessa forma, sofrendo com a ação da mudança de temperatura e pressão de onde foi depositado, formando assim, ao decorrer do tempo, o carvão mineral.

Talvez você esteja se perguntando: “mas o carvão é formado através da queima de madeira, uso ele todo fim de semana no meu churrasco”. Acertei?

De fato, você usa carvão, mas esse carvão é um carvão vegetal, que apresenta menor potencial calorífero (forma de medir a qualidade do carvão através das concentrações de carbono e impurezas), já o carvão mineral pode ser de alto ou baixo potencial calorífero, isso vai depender do local onde ele é formado.

Importância e usos do carvão

O carvão tinha, e ainda tem, uma enorme importância na formação do mundo em que vivemos hoje. Ele foi o combustível responsável pela primeira revolução industrial, que ocorreu entre meados do século XVIII e início do XIX, e se iniciou em países com boas reservas desse mineral, a exemplo da Inglaterra e da França.

Diante desse evento, mudou-se a forma de produção, da manufaturada (trabalho manual) para uma produção movida a máquinas a vapor, isso acelerou a produção de bens que antes demoravam meses para, naquele momento, demorar alguns dias ou até horas.

Com o passar do tempo as máquinas a vapor foram substituídas por máquinas elétricas e movidas a óleo, porém, mesmo assim, o carvão continua sendo muito importante na atualidade como fonte de combustível nas termelétricas e como combustível para aquecer os fornos de siderúrgicas.

Como é explorado?

Imagem 1: Amostra de Carvão. Fonte: Reprodução.

Agora que você já aprendeu sobre a formação do carvão, precisamos entender como esse bem mineral é explorado.

A exploração do carvão pode ser feita de duas formas: lavra a céu aberto ou lavra subterrânea. Essa escolha depende do tipo de solo de onde está o corpo do mineiro e a relação estéril-minérios (estéril é o resto da mineração, como as rochas resíduos, as quais não possuem valor econômico relevante).

Atualmente o método mais usado é o de exploração a céu aberto, no Brasil e no mundo. Hoje os países que mais exploram são: Austrália, China, Estados Unidos, Indonésia e Rússia, mas sem dúvidas a China é a maior produtora, chegando a quase metade da produção mundial.

Ficou interessado sobre lavra a céu aberto e subterrânea? Quer saber um pouco mais sobre o tema? Dá uma olhada nesses artigos que já estão no nosso blog:

– Seleção de método de lavra: como é feito e quais os aspectos considerados;

– Lavra a céu aberto: conheça esse método e 10 incríveis minas pelo mundo!;

– Lavra subterrânea: O que é, quais são os métodos e sua regulamentação.

Imagem 2: lavra subterrânea. Fonte: Reprodução.
Imagem 3: lavra a céu aberto. Fonte: Reprodução.

Exploração no Brasil

Ao passo que já sabemos mais sobre o carvão, chegou a hora de ver a situação dele no nosso país.

A primeira mina de carvão brasileira foi aberta em 1855 em Arroio dos Ratos no Rio Grande do Sul, entretanto já se tinha notícias de algumas exportações anteriores em Santa Catarina por uma companhia inglesa que desistiu do empreendimento pelo baixo valor calorífico do nosso carvão.

Apesar disso, as reservas brasileiras de carvão, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), ocupam a posição de décima maior reserva de carvão mineral do mundo, sendo que a maior parte está nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também há reservas em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas e Acre, sendo que nesses estados ainda não há um potencial econômico que torne viável a exploração.


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Topografia e Mineração: saiba qual a ligação entre elas

Você já se perguntou qual a ligação entre topografia e mineração? Se quer saber mais sobre esse assunto, fica aqui comigo que nós vamos entender mais sobre o que é topografia, os seus levantamentos, como ela é utilizada na mineração, além de várias informações pertinentes.

O que é Topografia?

Antes de mais nada, precisamos saber a definição de topografia, já que iremos falar sobre isso durante todo o artigo. Então, a topografia é a ciência que faz o estudo dos métodos e instrumentos com o objetivo de fazer uma representação gráfica de uma parte do terreno sobre uma superfície plana.

A intenção dessa ciência é determinar o contorno, dimensão e posição de um determinado terreno, contudo, nós não podemos esquecer que a topografia não leva em conta a curvatura da Terra.

O que é levantamento topográfico e quais são os seus tipos?

Então, o levantamento topográfico ocorre quando são realizadas várias medições em um terreno com o objetivo de, em uma planta, representar sua situação (divisão, distância e diferenças de nível).

Além disso, geralmente, o levantamento topográfico é divido em três tipos:

Planimétrico: trata-se de um levantamento bidimensional, onde são levados em consideração os limites do terreno e distâncias entre pontos notáveis existentes;

Figura 1: Levantamento planimétrico. Fonte: Reprodução.

Altimétrico: aqui, diferente do anterior, trata-se de um levantamento tridimensional, onde o objetivo é determinar a altitude de um determinado ponto;

Figura 2: Levantamento altimétrico. Fonte: Reprodução.

Planialtimétrico: basicamente, é a aplicação dos dois levantamentos citados acima.

Figura 3: Levantamento planialtimétrico. Fonte: Reprodução.

Um processo que utiliza muito dessas técnicas é o georreferenciamento, que você pode ler mais sobre ele em um artigo publicado no nosso blog.

Como a topografia é utilizada na mineração?

Bom, explicado o que é topografia e seus diferentes tipos de levantamento, agora vamos entender o porquê ela é usada na mineração.

No setor minerário a topografia serve para fazer a representação e medição do terreno em que os trabalhos de lavra e pesquisa mineral serão realizados. Além de sua importância na questão da produtividade, a topografia também tem sua importância na questão da segurança dos trabalhadores, tendo em vista que, como tratado nas Normas Regulamentadoras da Mineração, só é permitido iniciar algum trabalho de desenvolvimento de uma mina quando se tem os levantamentos topográficos da área.

Na etapa da pesquisa mineral, a topografia é de suma importância para o mapeamento geológico, permitindo a abertura de picadas, para a locação dos furos de sondagem e também no piqueteamento para métodos geofísicos.

Já na parte da lavra é ela é indispensável e para a visualização da condição do terreno a ser explorado e também por aspectos de segurança. Nessa etapa a topografia difere suas atividades quando a lavra é a céu aberto ou subterrânea, você pode conhecer um pouco mais sobre essas duas lavras no nosso blog.

Topografia na Lavra a céu aberto

Aqui, a topografia atua em diversas frentes. Algumas delas são as condições e demarcações dos depósitos de minério, no acompanhamento da estabilidade dos taludes, atualizações das bancadas, localização das perfurações, entre outras atividades.

Além disso, não podemos esquecer a questão da segurança, onde a topografia tem papel fundamental fazendo com que as dimensões definidas previamente nos testes litológicos sejam devidamente atendidas e, consequentemente, fazendo com que os trabalhadores envolvidos no projeto não corram riscos desnecessários.

Topografia na Lavra subterrânea

Na mineração subterrânea, a topografia é utilizada para o cálculo de projeção das galerias, isso sendo feito pela delimitação das galerias em referência a um poligonal na superfície através do transporte de coordenadas. Além disso, é usada também para o direcionamento das frentes de lavra, mudanças na configuração da mina e o trânsito dos veículos no seu interior.

A utilização dessa ciência na lavra subterrânea está prevista nas determinações da ANM (Agência Nacional de Mineração) antigo DNPM (Departamento Nacional de Pesquisa Mineral).

NR’s da mineração

Como dito anteriormente, só é permitido iniciar algum trabalho de desenvolvimento em uma mina quando se tem os levantamentos necessários da área a ser explorada. Isso acontece para que as pessoas que vão trabalhar na mina tenham a devida segurança na realização das suas tarefas. Para garantir essa seguridade aos trabalhadores existem as NR’s da mineração que fornecem orientações dobre como os procedimentos obrigatórios devem ser realizados.

As Normas Regulamentadoras da mineração (NRM) relacionadas a topografia podem ser encontradas no site da DNPM, que como mencionado anteriormente é a atual ANM.


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