Ano: 2022

Os 10 principais riscos e oportunidades de negócios para mineração e metais em 2023

Como vem fazendo anualmente, a EY (Ernst & Young) lançou Os 10 principais riscos e oportunidades de negócios para mineração e metais, um relatório que contou com uma pesquisa entre vários executivos do setor no mundo inteiro para obter as prioridades do mundo da mineração para o ano de 2023.

Nesse artigo iremos trazer os principais pontos desses riscos e oportunidades listados.

Principais fatores que influenciam na lista

Os últimos meses testemunharam grandes reviravoltas e mudanças no mundo. Guerra na Ucrânia, eventos climáticos, novos governos nas principais regiões de mineração e mudanças nas relações em outras estão impactando as empresas de mineração e metais do mundo. Esses fatores externos continuarão a impulsionar uma mudança nos riscos e oportunidades do setor, à medida que a pressão das partes interessadas e do mercado de capitais responsabiliza as mineradoras em várias frentes. Não é uma surpresa que os principais riscos e oportunidades do relatório da EY sejam ESG, geopolítica e mudanças climáticas.

Gráfico dos maiores riscos de negócios para mineração. Fonte: Ernst & Young

Governança ambiental, social e corporativa 

Governança ambiental, social e corporativa ou ESG (do termo em inglês Environmental, social, and corporate governance), refere-se a dados específicos projetados para serem usados por investidores para avaliar o risco material que a organização está assumindo com base nas externalidades que está gerando, visando avaliar se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada.

O ESG continua sendo o risco e a oportunidade número um em mineração e metais, de acordo com os executivos entrevistados pela EY. Em todo o setor, é notado mais evidências de que as mineradoras estão integrando os fatores ESG nas estratégias corporativas, na tomada de decisões e nos relatórios, à medida que o assunto se torna uma prioridade para todas as partes interessadas.

Geopolítica

Não é de surpreender que a geopolítica seja o segundo risco comercial para as empresas de mineração e metais que caminham para um 2023 incerto. A guerra na Ucrânia teve um impacto no comércio de minerais e metais, ao mesmo tempo em que aumentou a concorrência entre a China e os Estados Unidos e governos eleitos nos principais mercados de mineração estão afetando os planos de longo prazo dos mineradores. As empresas estão sob pressão para avaliar rapidamente como diferentes alianças, fluxos comerciais interrompidos, novos governos e impostos afetarão as decisões de negócios. Além disso, à medida que a interação entre ESG e geopolítica aumenta, também aumenta a quantidade de regulamentação que o setor precisa cumprir.

À medida que os mineradores consideram as decisões estratégicas, eles devem avaliar as implicações de várias tendências geopolíticas.

Mudanças climáticas

Muitas empresas do setor de mineração e metais se comprometeram com metas de descarbonização altamente ambiciosas, mas o ano de 2023 revelará se o setor está na trajetória para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa.

Cinquenta por cento dos entrevistados pela EY disseram esperar que os investidores os pressionem para acelerar a descarbonização. Um executivo sinalizou o desafio de “aumento do risco do investidor em relação ao retorno do investimento em grandes investimentos relacionados à transição energética sem progresso”.

Para setores com o uso tão intensivo de energia como a mineração, os créditos de carbono serão outra ferramenta essencial na estratégia de descarbonização, agregando mais flexibilidade, controle e potencial para obter maiores economias de custos. Mais mineradoras estão priorizando créditos de carbono por meio de investimentos em energia renovável, inclusive em locais de minas.

Licença para operar

A evolução das expectativas em torno do impacto do setor nas comunidades e no meio ambiente torna a obtenção e manutenção de uma licença para operar uma questão cada vez mais complexa de se lidar. Um executivo da área comparou o envolvimento da comunidade a “uma grande tigela de espaguete – e tentar desvendar isso é caótico e desafiador”. Ter uma visão de toda a sociedade é fundamental

Os mineradores enfrentam novas expectativas, incluindo contribuir para a qualidade de vida e proteger o patrimônio cultural. As organizações devem ir além do que é exigido por lei e comprometer-se genuinamente a promover a verdade e a reconciliação.

Produtividade e custos

Custos e produtividade ganharam prioridade em relação ao último ano, já que a inflação afeta os custos das operações de mineração e pode potencialmente atrasar os planos de crescimento.

Quaisquer exercícios de redução de custos precisam ser focados no valor e devem evitar impactar os compromissos ESG.

Com os custos que provavelmente permanecerão altos, abordagens mais inovadoras para gerenciar a variabilidade, incluindo modelagem aprimorada, podem gerar ganhos de produtividade genuínos. O gerenciamento de custos precisa ser feito com foco no valor de longo prazo, bem como nos ganhos de curto prazo. As medidas sustentáveis de redução de custos incluem, por exemplo, mudar para energia renovável e incentivar a inovação para reduzir custos a longo prazo.

Cadeia de suprimentos

Problemas na cadeia de suprimentos é uma nova entrada no radar de riscos e oportunidades. Em todo o mundo, todos os setores foram duramente atingidos pelo impacto da pandemia do COVID-19, a guerra na Ucrânia, o aumento dos preços da energia, os problemas de retenção da força de trabalho e os desafios de logística e frete. Os preços estão em alta e os atrasos nas matérias-primas são longos, aumentando o custo e a complexidade de operar uma organização de mineração e metais.

Muitos desses pontos apenas intensificaram os desafios da cadeia de suprimentos que vêm se formando há algum tempo. Com a disrupção que provavelmente veio para ficar, as mineradoras que adaptam sua cadeia de suprimentos e colocam os relacionamentos no centro, podem encontrar novas oportunidades enquanto mitigam os riscos.

Força de trabalho

Duas forças estão tendo um impacto maior na força de trabalho no setor de mineração e metais agora mais do que em qualquer outro momento. Primeiro, a demanda sem precedentes por trabalhadores causando uma escassez global de profissionais habilitados. Em segundo lugar, a aposentadoria em massa ou a demissão de trabalhadores nos últimos meses deixou as mineradoras com dificuldades para substituí-los. Na Austrália por exemplo, o setor tem mais vagas agora do que em qualquer outro momento de sua história registrada.

Capital

O acesso ao capital em mineração e metais está cada vez mais vinculado ao desempenho ESG e licenças para operar, tornando mais importante que as mineradoras articulem seu compromisso e conquistas na criação de valor além do resultado. As empresas estão mantendo o foco na disciplina de capital, mas estão cada vez mais olhando para a alocação de capital para crescimento e transformação.

Mais investidores reconhecem a necessidade de investir na gestão de risco ESG, por meio de governança, estratégia e conformidade. O capital alocado para iniciativas relacionadas a ESG pode não apresentar retornos no curto prazo, podendo até representar dificuldades financeiras, mas tem potencial para agregar valor no longo prazo. Exemplos desses investimentos incluem novas tecnologias destinadas a prevenir eventos adversos (por exemplo, ruptura de barragens de rejeitos) e investimento em reabilitação progressiva e remediação de minas fechadas.

Inovação digital

A inovação digital agora tem uma prioridade menor em relação ao ano anterior, uma indicação de como a tecnologia se tornou parte integrante das atuais empresas de mineração e metalurgia. Apesar disso, muitas mineradoras ainda lutam para gerar valor real de seus investimentos digitais. Uma abordagem integrada da cadeia de valor pode ajudar as organizações a aumentar o retorno sobre o investimento e identificar mais oportunidades para encontrar soluções digitais para alguns dos maiores desafios das mineradoras, incluindo ESG, risco climático, produtividade e custos.

Novos modelos de negócios

Após 20 anos de transformação do setor, há menos mineradoras diversificadas, mantendo bases de ativos menores e focadas em um número reduzido de regiões e geografias. A cadeia de valor dessas empresas de mineração é geralmente centrada na produção de minerais, em vez de exploração primária e produção de metal. E apesar de vários conglomerados de mineração terem braços comerciais, eles parecem não estar mais próximos do cliente.

Os balanços melhoraram e os retornos aumentaram, principalmente para as principais empresas. No entanto, com a expectativa de aumento da demanda projetada para certas commodities e o foco crescente em torno da sustentabilidade, agora é a hora das mineradoras analisarem onde o valor ideal pode ser encontrado e redefinir seu modelo de negócios para capturar esse valor. As empresas que fizerem isso com sucesso terão seu modelo de negócios à prova de futuro para lidar melhor com interrupções e mudanças nas relações comerciais e, finalmente, obter vantagem competitiva.

A classificação de riscos e oportunidades revela que as empresas de mineração e metais enfrentam grandes disrupções e expectativas em rápida mudança que, juntas, podem afetar sua capacidade de criar valor sustentável. A mitigação dos riscos e o aproveitamento das oportunidades exigem que as empresas façam mudanças significativas em seus negócios, por meio de uma abordagem proativa e diversificada, integrada à estratégia e ao planejamento mais amplo. As mineradoras que fizerem isso com sucesso ganharão uma vantagem competitiva.


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Mineral Vanádio: o que é, como é utilizado?

Você conhece o vanádio? Apesar de não ser tão popular quanto o ouro ou o ferro, este mineral possui uma enorme importância não somente em nosso cotidiano, mas também para a economia do país.

O que é?

O vanádio é um metal macio cujo nome faz referência à deusa Vanadis, e que possui boa resistência à corrosão e uma coloração acinzentada. Na tabela periódica, seu símbolo é V e seu número atômico é 23, estando localizado no grupo 5. Além disso, é válido acrescentar que o vanádio é um metal que não ocorre livre na natureza, e sim combinado com outros elementos, como oxigênio, sódio, enxofre e cloreto. Ademais, ele também é encontrado em diversos minerais, como a patronita, a vanadinita e a carnotita, assim como no carvão e no petróleo. 

Ele é o 22º elemento mais abundante na crosta terrestre e entre os maiores países produtores, postado pelo Investing News, estão respectivamente a China, a Rússia, a África do Sul e o Brasil. 

Qual família do elemento químico Vanádio - Clube da Química
Vanádio. Fonte: Reprodução.

Utilização

Primeiramente, é necessário estar ciente de que o vanádio possui muitos usos. Sendo assim, quando combinado com crômio, níquel, manganês, boro, tungstênio e outros elementos, ele é usado na produção de aços de carbono com alta resistência, os quais podem ser usados na indústria automobilística e na fabricação de equipamentos de mineração.

Já ligas de vanádio com metais não ferrosos, como o alumínio, o titânio e o cobre, são utilizadas na indústria de energia atômica, construção de aeronaves e tecnologia espacial.

Também, os compostos de vanádio podem ser usados, em menor escala, como catalisadores em reações químicas, na produção de vidros coloridos e borracha sintética, esmaltes para porcelana, lacas, tintas, entre outros.

No que tange à saúde, em níveis ideais, o vanádio previne o envelhecimento precoce, devido à sua ação antioxidante, auxilia no tratamento contra o diabetes, uma vez que estimula a captação de glicose pelas células de maneira semelhante à insulina, e previne o colesterol alto.

Chave de roda. Fonte: Reprodução.

E a mineração?

Bom, o método de lavra utilizado na exploração do vanádio é a lavra a céu aberto por bancadas. Em relação às operações mineiras, são utilizadas frotas de caminhões, escavadeiras, perfuratrizes e explosivos – para o desmonte. Além disso, é importante ressaltar que este bem mineral passa por um processo de

beneficiamento antes de ser comercializado, o qual cumpre as etapas resumidamente descritas a seguir:

  • Britagem em três etapas e concentração magnética a seco, gerando um pré-concentrado e seguindo para uma segunda etapa de cominuição e uma segunda etapa de concentração;
  • Obtém-se o concentrado de magnetita, o que significa que o material já tem 3,21% de vanádio, e passa para etapa seguinte, no forno de calcinação, onde é acionado o carbonato de sódio;
  • O sódio reage com o vanádio e, ao término da calcinação, é gerada a hematita e o sal de vanádio;
  • Existe, então, uma etapa de lixiviação em água, com agitação, e o vanádio vai para a solução aquosa;
  • Prontamente se extrai o vanádio e deposita-se a hematita em pilhas;
  • A seguir, começa a fase de purificação do vanádio, na qual há um ajuste de pH que ocasiona a precipitação da sílica;
  • Logo depois, é realizada uma etapa de filtragem, gerando uma solução limpa e pura de vanádio;
  • Nessa etapa do processo, é acrescentado o sulfato de amônia e o material passa por nova filtragem. Assim, o vanádio fica disponível em forma sólida.
Caixas de vanádio. Fonte: Reprodução.

Vanádio no Brasil

Conforme afirmado no primeiro parágrafo, o Brasil está dentre os maiores produtores de vanádio do mundo. Tendo em vista esta posição, é relevante citar que, de acordo com o website In The Mine, o Brasil se inseriu neste seleto grupo com expressiva produção de vanádio a partir da abertura da mina Menchen Maracás na Bahia, em maio de 2014.

Ainda a respeito da produção em solo baiano, a empresa que explora e produz este bem mineral é a Vanádio de Maracás, uma companhia de mineração que pertence à canadense Largo Resources. Em 2021, a produção correspondeu a cerca de R$78mi, de acordo com o sumário mineral elaborado pela SDE em relação à PMBC, e um total de 10.319 toneladas produzidas, segundo a Largo Resources.

Maracás: da cidade das flores à terra do Vanádio – Mineração na Bahia
Mina de vanádio. Fonte: Reprodução.

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Polimorfismo mineral: O que é e quais os casos mais comuns?

Você consegue imaginar como dois minerais de mesma formação química podem ter a suas formas cristalinas completamente opostas? Isso é o polimorfismo mineral.

Nos acompanhe neste artigo para entender porque isso acontece e para conhecer alguns casos mais frequentes.

O que é o polimorfismo mineral?

Quando um mineral passa pelo processo de formação, ele recebe diretamente influência do ambiente em que está, e consequentemente da pressão e da temperatura sobre ele. Porém, muitas vezes, esses fatores são aplicados em minerais que são quimicamente iguais de maneira desigual. 

Essa desigualdade é justamente o polimorfismo mineral, que é o termo usado para denominar minérios de mesma composição química, mas que, por conta das disparidades na atuação da pressão ou temperatura, têm a sua cristalização diferente.

Para esse conceito ficar mais claro, iremos utilizar exemplos mais comuns de polimorfismo na mineralogia.

Tipos de polimorfismo mais comuns

O Diamante e a Grafite possuem a fórmula química C, mas por que eles apresentam aparência e valor tão distintos? Acontece que a organização dos seus átomos é diferente. Enquanto o diamante é covalente e tridimensional, o grafite é formado pelo empilhamento das camadas planares de C, e são bastante separadas entre si. 

O diamante, além da sua organização atômica, também precisa  que a pressão e a temperatura que atuam sobre ele  sejam de valor superior ao da grafite, sendo o Diamante mais denso. Por conta da rigidez do diamante, resultado de suas ligações de C, o mesmo possui alto valor de mercado, principalmente voltado para a composição de máquinas.  Já a Grafite, por ser bastante frágil, é utilizada como lubrificante.

Outro fator que difere muito a qualidade da Grafite em relação ao Diamante é o tempo, uma vez que o tempo utilizado para a formação da Grafite é bastante inferior ao tempo de formação do Diamante, o que leva, inclusive, à criação de Diamantes sintéticos, que são feitos em laboratórios.  Devido à manipulação da temperatura e pressão ideal para formação dos diamantes, a produção ocorre em um tempo menor.

  • Silicatos

Os silicatos também apresentam minerais com polimorfismo dentro do seu grupo. Tendo a mesma base química SiO4, o Quartzo, Cristobalita e Tridimita possuem características físicas diferentes.

O que causou diferença na aparência desses três minerais foi a temperatura a que os mesmos foram submetidos em seu processo de formação. Sendo o Quartzo o submetido à menor temperatura, seguido por Tridimita e, por último com maior temperatura, o Cristobalita. Com o superaquecimento que os minerais sofrem, o polimorfismo acontece  quase de imediato sobre eles. Além disso, o Cristobalita pode sofrer com uma desordem de empilhamento das suas camadas, o que o coloca sua forma ainda mais distante dos demais do seu grupo.

Esses silicatos são constantemente procurados para compor produtos tecnológicos por possuírem forma vítrea. 

* OBS: Não é considerado polimorfismo mineral o que acontece, por exemplo, com a Ametista e o Citrino, visto que ambos são silicatos e possuem fórmulas químicas parecidas.  A distinção entre eles está na quantidade de ferro presente em cada um. 

  • Dickita, Caulinite, Nacrita e Haloisita

Esses minerais são do grupo dos filossilicatos, grupo das argilas, e, assim como os outros exemplos, também possuem em comum a mesma forma química. Nos basta agora entender qual processo os deixou diferentes entre si.

A Haloisita possui hábito tabular e, devido à camada extra de água que a mesma possui,  obtém-se, como resultado, a desidratação súbita e, quando superaquecida, ela retorna ao estado de Caulinita.

Nacrite tem o deslocamento de suas camadas diferente da Dickita e da Caulinita, o que faz com que o seu pó seja diferente dos demais.

A Dickita e a caulinita tem suas camadas organizadas de formas idênticas e as mesmas diferem apenas na forma de distribuição dos sítios de cátions.

Esses minerais são bastantes presentes na fabricação de papel.


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CBRR: A COMISSÃO BRASILEIRA DE RECURSOS E RESERVAS

O QUE É A CBRR?

Como é de se esperar, CBRR é apenas uma sigla e ela representa a Comissão Brasileira de Recursos e Reservas. Essa comissão é uma organização privada sem fins lucrativos que estabelece, promove e gerencia esforços a fim de fomentar e desenvolver o setor mineral brasileiro. Por isso, sua função é de:

  • Funcionar como Entidade Nacional de Relato, fornecer padrões, recomendações e diretrizes para o relato de Resultados de Exploração Mineral, Recursos Minerais e Reservas Minerais no Brasil;
  • Estabelecer critérios e registrar os geocientistas, geólogos e engenheiros que atuam no setor mineral como Profissionais Qualificados Registrados;
  • Promover a consistência e melhoria dos padrões nacionais de relato dos Resultados da Exploração Mineral, Recursos Minerais e Reservas Minerais;
  • Manter reciprocidade internacional de Profissionais Qualificados Registrados por meio de Entidades Profissionais Registradas;
  • Promover o treinamento e a qualificação de pessoal visando o aprimoramento do processo de relato de Resultados de Exploração Mineral.

UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA COMISSÃO

Primeiramente, em relação à sua história, é importante dizer que a CBRR foi estabelecida no ano de 2015, após uma aliança entre três associações de grande relevância do setor mineral do Brasil: a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), a Agência para Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB) e o Instituto Brasileiro de Mineração. 

ESTATUTO SOCIAL DA COMISSÃO BRASILEIRA DE RECURSOS E RESERVAS - CBRR
Logo CBRR. Fonte: Reprodução.

No tocante a datas, 5 de maio de 2015 se configura como o dia em que a Comissão Brasileira de Recursos e Reservas assinou um memorando de entendimento com o Committee for Mineral Reserves International Reporting Standards (CRIRSCO), uma entidade internacional que busca promover relatórios de alto padrão de estimativas de depósitos minerais, o qual estabeleceu um procedimento para a aceitação formal da CBRR no CRIRSCO. E isto aconteceu formalmente no dia 30 de Novembro de 2015, outra data importante para a organização. Dessa forma, o Brasil se configurou como o nono país a ser Organização Representativa do CRIRSCO.

Ademais, foi possível inferir, por intermédio de uma estimativa feita, que através de seus três membros fundadores e seus associados, a CBRR representa mais de 90% do PIB do setor mineral brasileiro, o que engloba desde a fase inicial de exploração mineral até mineradoras multinacionais.

DE QUE MANEIRA ELA ATUA? 

Conforme dito no início, o seu foco está no estabelecimento, na promoção e no gerenciamento de esforços com a finalidade de fomentar e desenvolver o setor da mineração em solo brasileiro. Porém, as iniciativas tomadas para alcançar o objetivo envolvem a difusão de melhores práticas globais de engenharia e geologia, diretrizes para declaração de Resultados de Exploração, Recursos e Reservas Minerais de acordo com os padrões estabelecidos pelo Comitê de Reservas Minerais e Padrões Internacionais de Relato, gestão do processo de certificação e banco de dados de registro de Profissionais Qualificados Registrados no Brasil. 

Além disso, a Comissão Brasileira de Recursos e Reservas registra profissionais e, como parte do processo de registro, determina áreas de domínio de qualificação. O termo “Profissional Qualificado Registrado” é usado para se referir aos profissionais registrados nessas áreas. 

O QUE É O GUIA CBRR PARA DECLARAÇÃO DE RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO, RECURSOS E RESERVAS MINERAIS?

Em resumo, o guia da CBRR descreve os critérios mínimos, bem como orientações para emissão de relatórios públicos no Brasil, acerca dos Resultados da Exploração, Recursos e Reservas Minerais. É essencial lembrar que os termos estão alinhados às definições padrões que foram revistas em novembro de 2013. Houve muitas iniciativas do CRIRSCO / CMMI, as quais resultaram em um progresso considerável de âmbito global que tem sido alcançado para adoção de padrões consistentes de relatórios.

Ainda falando sobre o guia, ele apresenta orientações e recomendações de Boas Práticas para a Declaração Pública de Resultados de Exploração, Recursos Minerais e Reservas Minerais. Assim, mostra-se evidente o comprometimento da organização em cumprir seu objetivo, uma vez que ela difunde e espalha conhecimento sobre o que se propõe. 


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Mineração em Alto Mar

A mineração é a extração de minerais valiosos ou outros materiais geológicos, geralmente de um corpo de minério, sendo realizada em terra firme. Mas sabia que existe mineração em alto mar? Nos acompanhe neste artigo e saiba mais sobre este campo que pode crescer nos próximos anos.

O que é a Mineração em Alto Mar?

A mineração em alto mar é o processo de extração e muitas vezes escavação de depósitos minerais do fundo do mar.

Esquema de uma mineração em alto mar. Fonte: mining.com.

Pesquisas sugerem que a mineração em alto mar pode prejudicar gravemente a biodiversidade e os ecossistemas marinhos, mas ainda não temos o conhecimento e os meios para implementar proteções.

Apesar disso, é crescente o interesse pelos depósitos minerais do fundo do mar. Diz-se que isso se deve ao esgotamento dos depósitos terrestres de metais como cobre, níquel, alumínio, manganês, zinco, lítio e cobalto. A demanda por esses metais também está aumentando para produzir tecnologias como smartphones, turbinas eólicas, painéis solares e baterias.

Locais onde existem mineração em alto mar

A primeira mineração em “grande escala” do mundo de depósitos minerais de fontes hidrotermais foi realizada pelo Japão em 2017. A Corporação Nacional de Petróleo, Gás Natural e Metais do Japão (JOGMEC), realizou esta operação utilizando um navio de pesquisa próximo da região de Okinawa.

Um local que está sendo explorado e visto como um potencial local de mineração em alto mar é a Zona de Fratura de Clarion-Clipperton (CCZ). O CCZ se estende por mais de 4 milhões de quilômetros quadrados no norte do Oceano Pacífico, entre o Havaí e o México. Espalhados pela planície abissal estão trilhões de nódulos polimetálicos, depósitos rochosos contendo minerais como magnésio, níquel, cobre, zinco, cobalto e outros. O desenvolvimento de tecnologias para coleta de nódulos polimetálicos no CCZ começou na década de 1970, quando grandes empresas de petróleo, gás e mineração, incluindo Shell e Rio Tinto, realizaram um trabalho de teste piloto, recuperando mais de dez mil toneladas de nódulos. Nódulos polimetálicos também são abundantes na Bacia Central do Oceano Índico e na Bacia do Peru. As reivindicações de mineração registradas na Autoridade Internacional do Fundo do Mar (ISA) estão localizadas principalmente na CCZ, mais comumente na província do nódulo de manganês. 

Locais potenciais para mineração. Fonte: ISA

Atualmente não existe mineração comercial no fundo do mar. No entanto, a ISA já celebrou mais de 30 contratos diferentes com empresas privadas e governos nacionais para explorar a adequação da mineração de nódulos polimetálicos no CCZ.

Impactos ao Meio Ambiente

Assim como acontece com todas as operações de mineração, a mineração em alto mar levanta questões sobre seu potencial impacto ambiental. Há um debate crescente sobre se a mineração em alto mar deve ser permitida ou não.

Navio de pesquisa. Fonte: nature.com.

Como o mar profundo permanece pouco estudado e mal compreendido, há muitas lacunas em nossa compreensão de sua biodiversidade e ecossistemas. Isso dificulta a avaliação dos impactos potenciais da mineração em águas profundas ou a implementação de políticas adequadas para proteger o ambiente marinho e os três bilhões de pessoas cuja subsistência depende da biodiversidade marinha e costeira.

O fundo do mar contém uma extensa gama de feições geológicas. Estes incluem planícies abissais de 3.500 a 6.500 m abaixo da superfície do mar, montanhas vulcânicas submarinas, conhecidas como montes submarinos, fontes hidrotermais com água explosiva aquecida pela atividade vulcânica e trincheiras profundas, como a Fossa das Marianas. Esses lugares remotos abrigam espécies exclusivamente adaptadas a condições adversas, como falta de luz solar e alta pressão. Especialistas preveem que muitas dessas espécies são desconhecidas da ciência.

A escavação e medição do fundo do oceano por máquinas podem alterar ou destruir habitats em águas profundas. Isso levaria à perda de espécies, muitas das quais não são encontradas em nenhum outro lugar, e a perda da estrutura e função do ecossistema. 

Espécies marinhas podem ser afetadas pelo ruído, vibrações e poluição luminosa causados por equipamentos de mineração e embarcações de superfície, bem como potenciais vazamentos e derramamentos de combustível e produtos tóxicos.


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Minerais industriais: o que são, principais aplicações e qual sua importância.

O que são?

Os minerais industriais são todas as rochas e minerais, inclusive os sintéticos, que, devido a suas propriedades físicas ou químicas, costumam ser usados como matérias primas, insumo, ou aditivos em processos industriais. Sendo assim, na indústria mineral, há uma divisão em três classes: metálicos, não metálicos e energéticos.

Ainda no que tange às separações, classificam-se estes minerais em diferentes categorias, as quais estão relacionadas com suas aplicações finais. Assim, estes grupos estão divididos da seguinte maneira:

  • Agrominerais: 

Em resumo, estes bens minerais são utilizados extraídos e utilizados na agricultura. Na cadeia produtiva agrícola, eles possuem o objetivo de repor nutrientes outrora absorvidos pelas plantas e que eventualmente não foram restituídos no solo. Dentre os principais, estão o fosfato e o potássio que constituem o fertilizante NPK, junto com o nitrogênio. Ademais, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais ressalta que estes minerais são cruciais para ampliar o acesso aos fertilizantes, por meio da redução de custos e melhora da balança comercial. Além disso, o Serviço Geológico do Brasil – CPRM tem feito pesquisas acerca de uma fonte alternativa: o reaproveitamento dos rejeitos na mineração, a exemplo do uso do pó de rocha como remineralizador de solos.

  • Químicos:

A indústria química tem uma relação bem íntima com os minerais. Os produtos dos processos possuem ramificações em quase todos os segmentos industriais, de modo que os aditivos minerais têm diversas aplicações, sendo estes materiais trabalhados para serem adicionados aos produtos, a fim de garantir qualidade, independentemente da destinação. Como a química está em todas as indústrias, é possível identificar a presença dos minerais nos mais diversos setores, como na produção de alimentos, tintas, papel, plásticos, cosméticos, agrobusiness, tratamento de água. Porém, se queremos dar destaque nominalmente, citamos o enxofre – utilizado no meio petroquímico, de papel e celulose – e a barita – usada como agente seladora na lama de perfuração nas indústrias de petróleo e gás e na preparação de tintas e pigmentos.

  • Cerâmicos:

Em se tratando da indústria cerâmica brasileira, é imprescindível citar seu destaque no cenário mundial. Por conta disso, este setor é um grande consumidor de minerais industriais, produtos químicos e recursos energéticos. Dentre os bens mais utilizados neste setor, podemos mencionar as argilas de queima vermelha e branca, os argilitos, os caulins, os feldspatos, granitos e quartzos, os filitos, os carbonatos e os talcos. Já do ponto de vista energético, o setor cerâmico é caracterizado pelo uso de energia térmica, a exemplo do gás natural como combustível, uma vez que grande parte dos processos de fabricação de materiais cerâmicos envolvem tratamentos térmicos em altas temperaturas. Por falar nesses materiais, dentre eles estão os blocos, telhas, revestimentos, louça sanitária, isoladores elétricos, louça de mesa, refratários, etc.

  • Minerais para construção:

Aqui, os minerais podem ser usados como rochas ornamentais e de revestimento, agregados minerais – como argilas, areias, seixos e diferentes tipos de rocha para britas –, minerais e aditivos convencionais e alternativos para cimento e cal – argila, calcário, gipsita. Falando sobre os bens minerais, podem ser utilizadas como exemplo a calcita e a dolomita, que é um mineral resultante da transformação da calcita a partir de reações com soluções hipersalinas.

Qual a importância dos minerais industriais?

Bem, após ler este artigo, você pode perceber que os minerais industriais atendem as necessidades dos seres humanos e servem como matérias primas de extrema importância em diversos setores da economia, como o industrial. Sem os bens minerais, não existiriam determinados tipos de fertilizante, a indústria cerâmica brasileira não seria tão bem reconhecida internacionalmente, a química apresentaria muitas deficiências e a construção civil perderia grande parte dos materiais utilizados no segmento. 


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Quartzo: um dos minerais mais abundantes da terra.

Mesmo que você não saiba, provavelmente já viu um quartzo por aí, mas você sabe sobre as ocorrências dele? Quais as suas utilidades?

Nos acompanhe neste artigo e conheça mais um pouco sobre esse mineral.

O que é o quartzo?

O quartzo é um dos minerais mais conhecidos da Terra. Ocorre em basicamente todos os ambientes minerais e é o constituinte importante de muitas rochas. O quartzo também é o mais variado de todos os minerais, uma vez que ocorre em todas as diferentes formas, hábitos e cores. Existem mais nomes de variedades dados a ele do que a qualquer outro mineral. Embora os Feldspatos como um grupo sejam mais prevalentes do que o Quartzo, como um mineral individual, o Quartzo é o mineral mais comum.

Onde é encontrado

Ocorre em quase todas as rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. É um mineral essencial em rochas félsicas ricas em sílica como granitos, granodioritos e riolitos. 

É altamente resistente às intempéries mecânicas e químicas. Essa durabilidade o torna o mineral dominante dos cumes das montanhas e o principal constituinte da areia da praia, do rio e do deserto. O quartzo é onipresente, abundante e durável. Depósitos mineráveis são encontrados em todo o mundo.

Usos do quartzo

O quartzo é um dos materiais naturais mais úteis. A sua utilidade pode estar ligada às suas propriedades físicas e químicas. Tem uma dureza de sete na escala de Mohs, o que o torna muito durável, é quimicamente inerte em contato com a maioria das substâncias, possui propriedades elétricas e resistência ao calor que o tornam valioso em produtos eletrônicos e seu brilho, cor e diafaneidade o tornam útil como gema e na fabricação de vidro.

Os processos geológicos ocasionalmente depositam areias compostas por quase 100% de grãos de quartzo. Esses depósitos foram identificados e produzidos como fontes de areia de sílica de alta pureza. Essas areias são usadas na indústria de fabricação de vidro. A areia de quartzo é usada na produção de vidro para recipientes, vidro plano, vidro especial e fibra de vidro.

Zoom em grãos de areia. Fonte: Reprodução.

A alta dureza do quartzo, sete na escala de Mohs, o torna mais duro do que a maioria das outras substâncias naturais. Como tal, é um excelente material abrasivo. Areias de quartzo e areia de sílica finamente moída são usadas para jateamento de areia, limpadores, meios de moagem e areia para lixar e serrar.

O quartzo é muito resistente a produtos químicos e calor. Por isso, é frequentemente usado como areia de fundição. Com uma temperatura de fusão superior à maioria dos metais, pode ser utilizado para os moldes e núcleos de fundição comum. Os tijolos refratários geralmente são feitos de areia de quartzo devido à sua alta resistência ao calor. Esta areia também é usada como fundente na fundição de metais.

Além disso, ela tem uma alta resistência ao esmagamento. Na indústria do petróleo, as pastas de areia são forçadas para baixo de poços de petróleo e gás sob pressões muito altas em um processo conhecido como fraturamento hidráulico. Essa alta pressão fratura as rochas do reservatório e a pasta arenosa é injetada nas fraturas. Os grãos de areia duráveis mantêm as fraturas abertas após a liberação da pressão. Essas fraturas abertas facilitam o fluxo de gás natural para o poço.

Ademais, as areias de quartzo são usadas para tração nas indústrias de ferrovias e mineração. Essas areias também são utilizadas na recreação em campos de golfe, quadras de vôlei, campos de beisebol, caixas de areia infantil e praias. Outro uso para esta areia é como enchimento na fabricação de borracha, tinta e massa de vidraceiro. Grãos de quartzo peneirados e lavados, cuidadosamente dimensionados, são usados como meios filtrantes e grânulos de cobertura. 

Variedades de Quartzo

O quartzo é uma excelente gema. É duro, durável e geralmente aceita um polimento brilhante. As variedades populares de quartzo que são amplamente utilizadas como gemas incluem: ametista, citrino e quartzo rosa. Ágata e jaspe também são variedades de quartzo com estrutura microcristalina.

Ametista. Fonte: Reprodução.

Ametista: É a variedade roxa do mineral Quartzo, e sua variedade mais valiosa e premiada. Sua coloração roxa geralmente é causada por impurezas de compostos de ferro ou manganês.

Citrino. Fonte: Reprodução.

Citrino: O Citrino é a variedade de amarelo a vermelho acastanhado do mineral Quartzo. É amplamente utilizada como gema, e depois da ametista é a gema de quartzo mais popular.

Quartzo Rosa. Fonte: Reprodução.

Quartzo Rosa: Variedade rosada do Quartzo. Sua cor é geralmente suave, variando de rosa muito claro a rosa médio em intensidade. O quartzo rosa é bastante comum e encontrado em muitos lugares do mundo, e não é raro a sua ocorrência na natureza.

Ágata. Fonte: Reprodução.

Ágata: É a forma em faixas do mineral Calcedônia, que é uma variedade microcristalina de quartzo.

Jaspe. Fonte: Reprodução.

Jaspe: É uma variedade opaca da Calcedônia e geralmente está associada a cores marrons, amarelas ou avermelhadas.

Quartzo Rutilado. Fonte: Reprodução.

Quartzo Rutilado: É um quartzo transparente com inclusões de rutilo amarelo dourado que estão em crescimentos semelhantes a agulhas. As inclusões de rutilo variam de finas, esparsas e paralelas, a grossas, densas e cruzadas. Cada gema de Quartzo Rutilado é única em seu padrão de inclusões de Rutilo.


Esperamos que com este artigo tenha conhecido mais um pouco sobre o abundante mineral.

Nos acompanhe nas redes sociais e aprenda mais sobre a mineração e áreas relacionadas. 

O que é o Estatuto do Garimpeiro?

Provavelmente você já ouviu falar do garimpo, uma atividade de extração mineral existente já há muito tempo, e nesse artigo vamos falar sobre o Estatuto do Garimpeiro, lei que visa regular a atividade garimpeira no Brasil.

O que é garimpo?

O garimpo consiste no ato de extrair metais e pedras preciosas da natureza, mas, em outra perspectiva, garimpo é o lugar no qual ocorre a exploração. Ele é utilizado para a extração de substâncias minerais que têm aproveitamento imediato, ou seja, não há a necessidade de serem beneficiados, ocorrendo em pequeno volume e com distribuição irregular do bem mineral.


Garimpeiros em campo. Fonte: Reprodução.

O que é o estatuto?

Instituído pela lei número 11.685 de 2 de junho de 2008, o Estatuto do Garimpeiro visa regularizar a prática do garimpo no país, em um contexto de existência do garimpo irregular no país, com altos índices de evasão de receitas, marginalização social do garimpeiro, além do impacto ambiental causado pela atividade.

O Estatuto do Garimpeiro conceitua como garimpeiro toda pessoa física de nacionalidade brasileira que, individualmente ou em forma associativa, atue diretamente no processo da extração de substâncias minerais garimpáveis. E garimpo como a localidade onde é desenvolvida a atividade de extração de substâncias minerais garimpáveis, com aproveitamento imediato do jazimento mineral, que, por sua natureza, dimensão, localização e utilização econômica, possam ser lavradas, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa, segundo critérios técnicos da Agência Nacional de Mineração (ANM).

O Estatuto prevê também quais são os minerais considerados garimpáveis, sendo eles: ouro, diamante, cassiterita, columbita, tantalita, wolframita, nas formas aluvionar, eluvional e coluvial, scheelita, demais gemas, rutilo, quartzo, berilo, moscovita, espodumênio, lepidolita, feldspato, mica e outros tipos de ocorrência que vierem a ser indicados a critério da ANM.

O Estatuto determina que a atividade de garimpagem depende da outorga do título minerário competente, previsto na lei número 7.805 de 1989, que institui o regime de permissão de lavra garimpeira, sendo o título necessário para a lavra e a comercialização dos minerais garimpáveis extraídos.

Caso queira saber mais sobre o referido título minerário acompanhe o nosso artigo Requerimento de Lavra Garimpeira: o que é e os procedimentos legais para requerer.

São previstas também as modalidades de trabalho em que os garimpeiros podem realizar as suas atividades, sendo elas; como autônomo; em regime de economia familiar; individual, com formação de relação de emprego; mediante Contrato de Parceria; e em Cooperativa ou outra forma de associativismo, que é uma das modalidades mais comuns.

O Estatuto do Garimpeiro buscou regularizar o relacionamento entre as cooperativas, os trabalhadores garimpeiros e os chamados “donos” do garimpo, prevendo que a atividade do garimpo pode ser praticada em regimes autônomo ou cooperativo, bem como em regimes de economia familiar, mediante relação de emprego ou por intermédio de contrato de parceria.

Se tratando dos direitos dos garimpeiros, o Estatuto prevê a prioridade para cooperativas de garimpeiros obterem permissões de lavra garimpeira em determinadas áreas em que já estejam atuando. Existe também a possibilidade de a ANM realizar processo de disponibilidade de áreas, dirigido especialmente a cooperativas de garimpeiros, em jazidas cujo título minerário esteja em processo de baixa na ANM e que, comprovadamente, contenham, nos seus rejeitos, minerais garimpáveis ou em jazidas vinculadas a títulos minerários declarados caducos.

Vale ressaltar que a disponibilidade dirigida a cooperativas de garimpeiros não se aplica para jazidas que não contenham substâncias minerais garimpáveis ou que dependam de trabalhos prévios de pesquisa mineral, para tal deve-se verificar a disponibilidade para pesquisa ou lavra.

O Estatuto do Garimpeiro ainda prevê que o garimpeiro, a cooperativa de garimpeiros e a pessoa que tenha celebrado Contrato de Parceria com garimpeiros, em qualquer modalidade de trabalho, ficam obrigados a recuperar as áreas degradadas por suas atividades e são obrigados a cumprir a legislação vigente em relação à segurança e à saúde no trabalho. Estas obrigações visam amenizar o impacto ambiental e social que a atividade garimpeira traz.

O Estatuto do Garimpeiro foi criado com o intuito de que a atividade não mais seja relegada à informalidade, mas sim exercida dentro da legalidade, em respeito ao Código de Mineração, à legislação ambiental e de saúde e segurança ocupacional. 


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Platina e os usos desse metal precioso

Platina, você sabe o que ela é?  para que ela serve? onde é encontrada? 

Acho que você quer saber já que está aqui, então é só continuar por aqui que você vai saber tudo isso e muito mais!

O que é Platina? 

O nome Platina surgiu da palavra em espanhol platina, diminutivo de plata “prata”. O metal parece prata, e os espanhóis a princípio pensaram que era um tipo inferior de prata, daí o nome platina. Foi obtido pela primeira vez das colônias espanholas no México e na Colômbia, trazido para a Europa em 1735, e identificado como elemento 1741. 


Barras de platina. Fonte: Reprodução.

A platina é o elemento de sigla Pt da tabela periódica tem o número atômico de 78. Sua descoberta fez com que fosse criada sua família na tabela periódica que atualmente contém os seguintes átomos: Paládio (Pd), Ródio (Rh), Irídio (Ir) e Ósmio (Os).

Ela apresenta um alto ponto de fusão que é de 1768°C além de uma boa resistência à corrosão, esses atributos dizem muito sobre os usos deste metal, mas vocês sabem os usos delas? 

Para que é usada? 

Quando se pensa em platina muitos lembram do seu uso em próteses, mas esse não é o único nem o mais comum uso da platina, uma vez que ela tem diversos usos.

Uso de platina em joias

A platina também é um metal precioso pouco reativo e é conhecida por sua resistência à corrosão e manchas ao ar livre. Além disso, a platina não oxida em nenhuma temperatura.

A platina é rotulada como um ‘metal nobre’ porque resiste à ação química, não corrói e não reage facilmente com ácidos. Mesmo as seções mais finas de platina são fortes e resistentes.

A platina 0,999 pura é um pouco mais dura que o ferro 0,999 puro e não se desgasta nem deforma facilmente. Sendo um metal precioso altamente dúctil e maleável com um brilho prateado. Portanto, joias de platina normalmente mantêm sua forma e, portanto, fornecem talvez a configuração melhor e mais segura para diamantes.

A platina é utilizada em brincos de diamantes, anéis de dedo, pingentes, pulseiras e muito mais. Todos são bastante populares, especialmente no mundo oriental.

Cerca de 35% da platina extraída em 2017 foi demandada por usos de aplicações de joias de platina.

Uso como catalisador

Como catalisador, a platina tem muitas aplicações, notavelmente em conversores catalíticos automotivos, usados para reduzir a descarga de gases nocivos e poluentes do motor de combustão interna.

Também é utilizada em diversos processos da indústria petroquímica.

Uso como investimento

Assim como a prata, ouro e outros metais preciosos, a platina é utilizada como uma formada de investimento e reserva de valor.

A platina é relativamente escassa mesmo entre os metais preciosos. Sendo assim, a platina tende a ser negociada a preços unitários altos.

A Platinum é negociada na New York Mercantile Exchange (NYMEX) e no London Platinum and Palladium Market. Para serem vendáveis ​​na maioria dos mercados de commodities, os lingotes de platina devem ser testados e marcados de maneira semelhante à forma como o ouro e a prata são.

O preço da platina muda junto com sua oferta e demanda; durante períodos de estabilidade e crescimento econômico sustentado, o preço da platina tende a ser o dobro do preço do ouro; considerando que, em períodos de incerteza econômica, o preço da platina tende a diminuir devido à redução da demanda, caindo abaixo do preço do ouro, em parte devido ao aumento dos preços do ouro.

Outros usos da platina

  • O investimento em platina é um fenômeno relativamente novo, dado que a sua popularidade começou recentemente no NYMEX na década de 1970.
  • Muitas vezes misturada com cobalto, a platina é usada para obter ímãs permanentes fortes.
  • A platina pode ser usada em contatos elétricos de baixa tensão e fios de resistência elétrica.
  • Atualmente a platina também é usada em Termoresistores (RTDs), que são amplamente utilizados para medir temperaturas industriais.
  • A platina está presente nas fibras ópticas e nos vidros das telas de cristal líquido, principalmente nos laptops.

Onde é encontrada?

A platina é um mineral muito raro de se encontrar na superfície terrestre, raro de tal forma que chega a valer mais que o ouro, o mesmo pode ser encontrado em forma de pepitas, porém na sua maioria, juntamente com o restante dos metais do grupo da platina, é obtido comercialmente como subproduto da mineração e processamento de níquel e cobre.

Atualmente, a platina pode ser encontrada em pequenas quantidades em dezenas de países, mas apenas cinco representam cerca de 97% da oferta mundial. As maiores fonte deste minério estão localizados na África do sul
que é responsável por 80% da produção, Rússia, Zimbábue, Canadá e Estados Unidos na sequência, esses países apresentam uma espécie de monopólio do comércio internacional deste bem, já que ele é muito raro de ser encontrado na abundância suficiente para a exploração.  

Curiosidade

No Japão, em 1985 foi exposto um vestido feito à mão com fios de platina, que pesava 12 kg e era avaliado em um milhão de dólares.


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O que você precisa saber sobre geotecnia

Já sabemos que a Ciência tem diversas ramificações, e que no campo das geociências não seria diferente não é mesmo?
Aqui no nosso blog já comentamos sobre diversos temas que cercam a geologia e a exploração mineral de modo geral. Hoje você acompanha um pouco do que é a geotecnia e qual a sua importância geral.

O que é geotecnia?

Enquanto a geologia é a ciência que estuda as rochas, o solo e minerais, a geotecnia é a parte que estuda o comportamento das rochas e dos solos de acordo a interferências realizadas pelo homem. 

Esses estudos se mostram eficientes tendo em vista que diversos materiais presentes na crosta terrestre são utilizados e suas propriedades e características de resistência e comportamento já foram observadas.

Assim sendo, já é de se esperar que seja um ponto fundamental na parte da construção civil, correto?

Aproveitando o gancho, quando acabar esse artigo dá uma olhadinha nesse aqui também! Minerais mais usados na construção civil.

Qual sua importância?

Bom, mencionamos no tópico anterior que é de se esperar que a geotecnia seja um fator primordial na construção civil. Mas por quê?

Então, a primeira coisa que te pergunto é o seguinte: quando investimos dinheiro numa construção, que leva bastante tempo e materiais esperamos que ela seja comprometida negativamente ou que se mantenha firme? Mais que isso, esperamos que ela se torne um risco para as pessoas ao seu redor e para o ambiente de forma geral?

Imagino que sua resposta seja não, e é aí que começamos a explicar melhor a importância desse estudo.

A geotecnia é considerada o primeiro passo para uma obra de engenharia ser iniciada de forma segura. Nesse sentido não contemplamos apenas atividades da engenharia civil, mas isso você verá adiante no tópico ‘’geotecnia na mineração’’.

Em outras palavras, a geotecnia visa oferecer informações importantes relacionadas à geologia e os fenômenos que podem ser desencadeados com a atividade a ser executada sob o solo.

Qual o perfil do profissional?

Em síntese, a pessoa que atua como geotécnico precisa obrigatoriamente compreender disciplinas que competem a temas como mecânica das rochas e dos solos, geologia geral e estrutural. Isso porque não é possível trabalhar com aspectos de resistência e características desses materiais sem antes ter conhecimento dos seus respectivos comportamentos. 

No campo de trabalho, os procedimentos vão além dos aspectos geológicos, pois devem ser levados em consideração aspectos ambientais, sociais e econômicos e operacionais.

Dentre as atividades realizadas, uma das mais importantes é a sondagem, que é responsável, entre diversas razões, por avaliar e comprovar as camadas existentes no terreno em questão e o tamanho médio de cada uma delas (e por consequência do que são compostas). Pontos como localização de corpos de água, como os lençóis freáticos também são analisados e é parte fundamental para que seja possível evitar danos causados por erosão, por exemplo.

Amostras provenientes de sondagem. Fonte: Reprodução.

 

Falando em sondagem… já viu nosso artigo sobre o tema? Não esquece de dar uma passadinha para conferir nesse link aqui: Sondagem na mineração.

Ah, cabe mencionar aqui que engenheiros de minas e geólogos também podem atuar com a geotecnia, certo?

Divisões da geotecnia

A geotecnia pode ser dividida em dois grupos principais, para facilitar a compreensão das suas responsabilidades, são elas a geotecnia básica e geotecnia aplicada, entenda melhor a seguir:

  • Geotecnia básica: de modo direto, é o segmento que compreende atribuições dos estudos de geologia, mecânica das rochas e dos solos; 
  • Geotecnia aplicada: se refere a estabilidade de taludes nos mais diversos nichos, sejam na mineração, em rodovias, fundações barragens e em outros diversos assuntos.

Principais aplicações da geotecnia

De acordo com o que mencionamos até aqui, já deu pra perceber que o campo de atuação das atividades de geotecnia é bem grande, não é? Bom, se ainda não foi o suficiente não se preocupa que esse tópico aqui é dedicado às aplicações desse segmento! Vamos lá.

  • Construção de barragens;
  • Estabilidade de taludes e encostas;
  • Obras subterrâneas;
  • Estabilidade de maciços rochosos;
  • Prevenção de deslizamentos;
  • Prevenção de desmoronamentos;
  • Contenção da ocupação de encostas;
  • Preservação de lençóis freáticos.

Mina de Mutanda. Fonte: Reprodução.

Assim como diversas atividades e obras precisam de um constante acompanhamento, com a geotecnia não é diferente. O primeiro passo sempre é o estudo de viabilidade e ensaios geotécnicos, mas o monitoramento deve ser realizado durante toda vida útil da estrutura para fins de certificação de segurança.

Geotecnia na mineração

Sabemos que a mineração é uma atividade que depende diretamente da exploração do solo, seja acima ou abaixo dele. De todo modo, com exceção de alguns minérios específicos que não necessitam da extração com utilização de desmonte, a lavra ocorre tanto a céu aberto quanto no meio subterrâneo. 

Dessa forma, a depender do maciço que estiver sendo explorado, ou da forma aplicada no desmonte, como a de bancadas por exemplo, pode ocorrer a formação de taludes, que por sua vez necessitam ser estabilizados e contidos, pois além de comprometer a segurança, podem influenciar a uma não viabilidade de continuidade na exploração, e é aí que a geotecnia entra para conter e devolver a estabilidade dessas regiões.

Consegue visualizar a dimensão que a mecânica de rochas alcança para entregar esses resultados?

Podemos mencionar também a necessidade de estabilidade nas barragens de rejeito, que você pode conferir melhor o funcionamento e tipos neste artigo aqui: Tipos de barragens e suas aplicações. Ademais, obras para fechamento de mina, descomissionamento de barragens e outras atividades também utilizam diretamente das ferramentas que a geotecnia oferece.

Barragem de água. Fonte: Reprodução.

Concluindo

A geotecnia é uma ciência fundamental para a plena execução das mais diversas atividades no campo da extração e construção civil, sendo responsável por estudos e ensaios que permitem uma maior segurança para as obras realizadas e para todos os que estão envolvidos direta ou indiretamente com algum desses aspectos. Ademais, lembre-se de buscar um profissional devidamente capacitado para exercer e garantir um bom funcionamento das atividades que necessitem dos requisitos da geotecnia.


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